O INÍCIO DA GRANDE TRIBULAÇÃO - INTRODUÇÃO
QUANDO COMEÇA A GRANDE TRIBULAÇÃO:
INTRODUÇÃO:
Depois que olhamos os aspectos gerais da Grande Tribulação, chegou o momento de começarmos a entender como esse período irá se desenrolar nos Últimos Dias da História da Humanidade.
Esse tempo será chamado de tempo de Dor, visto que os juízos relacionados com esta época irão crescendo em intensidade. No nosso estudo iremos entender que juízos são estes e os motivos deles serem liberados.
Neste artigo em especial, vamos tratar do começo da Grande Tribulação, qual o evento que dará o seu início - Ultima ou a Septuagésima Semana de Daniel e o Período de Dor ligado ao mesmo.
I- O EVENTO QUE DARÁ O INÍCIO Á GRANDE TRIBULAÇÃO:
Um grande problema entre os dispensacionalistas clássicos é a posição de que o evento que irá desencadear a Grande Tribulação é o Arrebatamento da Igreja, essa posição é colocada da seguinte forma por um dispensacionalista clássico:
''Logo após p arrebatamento da Igreja se desencadeará um período sombrio e sofrimento sobre a humanidade que os escritores tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento, dominam de ''A Grande Tribulação.''
[...]
Sua duração de ''sete anos'' é calculada pelo estudo da passagem de Daniel 9.24-27 e de outras passagens similares. Todos esses acontecimentos (que agora estão ocultos e ali revelados), terão lugar, logo ''após'' o arrebatamento da Igreja por nosso Senhor Jesus Cristo (1 Coríntios 15.51,52; 1 Tessalonicenses 4.14-17).
O entendimento é que logo que o arrebatamento ocorra, imediatamente o anticristo irá assumir o poder, e alguns compreende erroneamente que a Grande Tribulação inicia neste momento - após o arrebatamento.
Conforme podemos analisar no próprio texto que nos dá base para as 70 Semanas e consequentemente a Última Semana que corresponde á Grande Tribulação, a mesma tem o seu próprio evento inicial e o mesmo não está relacionado com o Arrebatamento. Observaremos agora o texto bíblico:
E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. (Daniel 9.27).
Segundo o relato bíblico acima, a assinatura do acordo do anticristo com os judeus apóstatas e os demais povos, esse seria o sentido da expressão ''muitos'' no texto. A aliança que será estabelecida com o anticristo é o acontecimento que irá dá inicio á Grande Tribulação.
Sobre esta aliança, temos o comentário de Severino Pedro da Silva em seu exemplar ''Daniel Versículo por Versículo, que nos ajuda no entendimento deste evento:
''Tem sido afirmado por alguns que o hebraico ''berith'' (aliança), empregado aqui não pode ser uma aliança entre , mas tem de referir-se a uma análise da parte de Deus. Eles porém, se esqueceram de que o mesmo termo hebraico é usado acerca da aliança entre Acabe e Abinadade (1 Reis 20.34), da aliança entre Efraim e a Assíria (Oséias 12.1), e também da aliança entre Antíoco e Ptolomeu (Daniel 11.22). Essa ''aliança'' ou ''concerto'' é o que o profeta Isaías chama de ''concerto com a morte'' (Isaías 28.15), e continua o profeta: ''O vosso concerto com a morte se anulará; e a vossa aliança com o inferno não subsistirá. (Isaías 25.18) O objetivo do anticristo neste concerto é exclusivamente tomar o lugar santo (o templo) e profaná-lo (Daniel 11.31). O anticristo se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer como Deus (2 Tessalonicenses 2.4): será esse momento em que ''a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo'' (Mateus 24.15).
Os judeus não aceitarão esse tipo de ''abominação'' na casa de Deus, e, certamente, reclamarão ao anticristo: ele, indignado, ''romperá'' o concerto com eles, deflagrando uma grande perseguição. (Mateus 24.15-22) Eis a razão, porque, no retorno de Cristo á terra para exterminar o anticristo e estabelecer o reino milenar, Ele purificará novamente o ''santuário'' e ''ungirá'' o Santo dos santos, conforme a profecia.''
Severino Pedro da Silva resumiu os 7 anos da Tribulação, uma vez que o texto de Daniel 9.27 aponta todo o período deste evento com duas metades envolvidas.
Para este mesmo pensamento, acrescentamos a posição do Dr. John Dwight Pentecost quanto o acontecimento acima que dará início a Grande Tribulação:
''O início da septuagésima semana. Fica evidente, com base em Daniel 9.27, que a septuagésima semana começa com a aliança feita entre ''muitos'' por uma semana, ou por sete anos. Essa ''semana'', seguindo o método de interpretação estabelecido para as 69 semanas, demonstra que esse período terá sete anos de duração. A questão que deve ser encarada é a identidade daquele faz a aliança que marca o início desse período de sete anos. Daniel o identifica como ''ele'' em 9.27. Deve referir-se ao ''Príncipe que há de vir'' no versículo anterior.''
Assim, o acontecimento que irá dá o ponta-pé inicial a Grande Tribulação não será o Arrebatamento da Igreja como é a posição de alguns, chegando até sugerir que a Segunda Vinda acontecerá 7 anos após o Arrebatamento. Logo tal posição está equivocada. Fica claro que o que marca o início deste período é a assinatura do acordo estabelecido por ''muitos'' tanto os falsos judeus e as demais nações com o anticristo.
Severino Pedro da Silva ainda nos fornece as Condições para a Grande Tribulação:
Primeiro: O reinado cruel da Besta que ''subiu do mar'' (Apocalipse 13.1).
Segundo: A atividade de satanás, tendo grande ira, e agindo numa escala suprema de destruição (Apocalipse 12.12).
Terceiro: A grande atividades de demônios emergidos do ''poço do abismo'' (Apocalipse 9.1).
Tratando sobre o Assunto, Severino Pedro da Silva traz algumas palavras para definir este período:II- O PERÍODO DE DOR:
"O vocábulo ''tribulação'' ocorre por dezenas de vezes , em ambos os Testamentos. Mas é no Novo Testamento que que encontramos maior luz projetada sobre o problema do sofrimento e da tristeza do homem. O termo grego, que traz em si a idéia de pressão, como se houvesse uma grande carga posta sobre o espírito, é ''thilipsis'', que noutras passagens do Novo Testamento, também é traduzida como Aflição, Angustia, etc. O termo em português se deriva do latim ''tribulum'', ou instrumento de destorroar o restolho, mediante o qual o lavrador separava o ''trigo de sua palha''.
Alguns nomes foram dados para este período nas Escrituras e os mesmos já foram apresentados nesta Série, mas quero focar naquele que foi chamado no Antigo Testamento como ''o Dia da Angustia de Jacó''. E mais uma vez o dispensacionalista Severino Pedro da Silva deixa sua contribuição para este termo com referência ao período da Tribulação:
''Este sombrio tempo de angústia é ocasionado concomitantemente com referências escatológicas, como são vistas em Isaías 16.5; 26.20; Jeremias 30.7; Daniel 12.1; Mateus 24.21; Marcos 13.19; 2 Tessalonicenses 2.6; Apocalipse 3.10; 7.14, etc. Os acontecimentos que se relacionarão durante esta angustia sem precedentes na história humana, estão narrados nos capítulos 6 a 19 do livro do Apocalipse.''
Assim como os demais dispensacionalistas, Severino Pedro da Silva define a palavra tribulação como é apresentada nas Escrituras tanto no sentindo das aflições que o povo de Deus tem enfrentado no decorrer dos tempos, quanto ao período escatológico profetizado nas Escrituras.
Esse tempo escatológico de ''Angustia'' será introduzido de repente na terra, inesperada sobre todos os moradores da terra, numa ocasião quando ocorrerá o que foi dito por Paulo em 1 Tessalonicenses 5.3.
A falsa paz e a falsa segurança serão repentinamente abortadas pela destruição vinda da parte do Senhor. Tal assunto está predito em toda extensão bíblica; pelos profetas e pelos apóstolos, e, em especial dos próprios ensinos de Jesus.
Tal ocasião virá como fogo abrasador, sendo um ''Dia'' de angustia e aflição sem igual, sendo portanto o ''Dia da Vingança'' do nosso Deus, conforme Isaías 61.
III - O QUE ESTÁ PREPARADO PARA ESTE PERÍODO:
Em outro artigo nesta Série, iremos trazer este assunto dos selos com mais detalhes, mas a princípio quero mostrar que o Período de Dor se dará com o desencadeamento dos juízos previstos em Apocalipse a partir do capítulo 6, a abertura dos selos, segundo as trombetas e depois as taças.Os selos irão dá abertura aos grandes acontecimentos que ocorrerão durante os 7 anos de Tribulação.
E o primeiro selo tem ligação com o surgimento do anticristo, assunto que iremos tratar posteriormente.
Um dos aspectos deste ''Dia'' é a declaração de Apocalipse 6.15-17, ''o grande dia da sua ira... ''Ira do Cordeiro.'' Com textos similares mostram-nos que a ira de Deus pode manifestar-se cada dia, porém, haverá um dia particular reservado para a manifestação da ira divina, o dia do Senhor, conforme já abordamos. Termos como ira, indignação divinas são os termos usados para apresentar o que está preparado para tal tempo (Ezequiel 7.19; Sofonias 1.15,18; Mateus 3.7; Lucas 21.23; Romanos 2.5; 1 Tessalonicenses 1.10; Apocalipse 6.17; 11.18).
É necessário termos em mente em mente cada detalhe do irrompimento da ira divina durante o sombrio da Grande Tribulação: seu sentido natural, divino e escatológico ao mesmo tempo.
No Antigo Testamento, a Ira teve um papel de maior significância. É repetido várias vezes que Deus é um Deus zeloso e irado em aversão ao pecado, tal ira pode ser apresentada em termos bem drásticos (Salmos 2.5; Isaías 13.13; 30.27,28; Jeremias 30.23,24).
Quando havia um ''encontro'' entre o homem e Deus, isso poderia ser perigoso (Gênesis 32.25; Êxodo 4.24; 19.9; Isaías 6.5), o que afastaria o homem de tal perigo seria o arrependimento; isto porque a ira de Deus deve ser vista como expressão de Sua santidade e retidão.
Também é visto no aspecto da natureza pessoal e viva do zelo de Deus, cujo caminhos são além do homem. Observem estes textos (Gênesis 32.23; Êxodo 4.24; 1 Samuel 26.19; 2 Samuel 16.10 e 24.1). Tal ira ainda é cercada pela experiência da vontade de Deus na aliança, em justiça e amor.
Portanto o evento que dará início a Grande Tribulação será a assinatura do acordo de paz e com isso o anticristo se manifestará com o seu governo. E depois irá ser desencadeado um tempo de Dor e Angustia.
No próximo artigo iremos tratar do Início da Septuagésima Semana de Daniel para acrescentar mais um pouco no entendimento acima.
FONTE: ESCATOLOGIA, A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS.
AUTOR: SEVERINO PEDRO DA SILVA.
EDITORA: CPAD.