REGRAS DE INTERPRETAÇÃO - I

 

REGRAS GERAIS DA INTERPRETAÇÃO DA PROFECIA BÍBLICA


A interpretação de profecias exige atenção ás mesmas considerações a respeito de palavras, contexto, gramática e situações históricas, que são os princípios aceitos de qualquer campo de interpretação.

Os interpretes concordam que para uma clara interpretação da Profecia, essencialmente devemos empregar os mesmos princípios usados na interpretação de outras escrituras antigas. E alguns destes relacionados com a Profecia temos:


  1. Posição histórica do profeta.
  2. Escopo e plano de seu livro.
  3. Uso e significado das palavras e símbolos.
  4. Proceder a ampla e critica comparação das passagens paralelas das Escrituras.
  5. Verificar se a profecia é preditiva ou didática.
  6. Se for preditiva, verificar se foi cumprido, não cumprido ou condicional.
  7. Observar se o assunto é tratado em outro lugar nas Escrituras.
  8. Prestar atenção ao contexto.
  9. Observar se o elemento da profecia é puramente local e temporal.
  10. Tomar a interpretação literal da profecia como guia limitador da interpretação profética.

 

INTERPRETE LITERALMENTE:


A interpretação literal da Profecia deve ser feita como a primeira regra, independentemente da forma pela qual a revelação profética é dada, por meio dessa forma algumas verdades literais são reveladas.

É o problema do interprete descobrir o que é verdadeiro. O motivo pelo qual um método não literal de interpretação é adotado é, quase sem exceção de evitar as interpretações óbvias do texto.

O desejo de harmonizar os ensinamentos das Escrituras com alguns sistemas de doutrinas predeterminados, em vez de pôr a doutrina em harmonia com as Escrituras, tem mantido o método vivo.

A maior confirmação do método literal de interpretação vem da observação do método que Deus empregou para cumprir as profecias. E as profecias que foram cumpridas se tornam o modelo daquelas que ainda não se cumpriram.

Uma vez que temos uma posição privilegiada no tempo, a profecia é dividida no que foi cumprido e no que permanece sem cumprimento. Pelo ponto de vista divino a profecia é uma unidade indivisível pelo tempo, assim o método usado nas profecias que estão se cumprindo será o mesmo que vai ser usado nas profecias que vão se cumprir no futuro. Nenhuma profecia deixou de ser cumprida literalmente.

O Novo Testamento não conhece nenhum outro método de cumprimento do Antigo. E a conclusão do método literal de cumprimento do Novo Testamento como o método de Deus no que diz respeito a profecia ainda não cumprida.

INTERPRETE CONFORME A HARMONIA DA PROFECIA:


Essa regra está de acordo com 2 Pedro 2.20,21, onde o autor afirma que nenhuma profecia é de particular elucidação, assim a profecia deve ser interpretada em harmonia com todo o plano profético.
O plano profético é que devemos usar como base para interpretar a profecia dentro desse plano e nenhuma profecia pode ser interpretada com referência a si mesma sem considerar o plano profético.

Isso exige um estudo cuidadoso não apenas dos temas genéricos da profecia, mas também de todas as passagens relacionadas a qualquer tema, a fim de que se alcance uma visão harmônica, já que uma predição muitas vezes iluminará outra.

OBSERVE A PERSPECTIVA DO PROFETA:


Acontecimentos que possuem algum relacionamento mútuo e fazem parte de um plano ou um acontecimento que tipifica outro de modo que haja dupla referência podem ser reunidos numa profecia, apesar de muito distantes em cumprimento.

Podemos citar como exemplo as profecias relacionadas com Israel onde os acontecimentos estão agrupados de forma quase indiscriminada.

A não observação desse princípio resultará em confusão.


OBSERVE OS RELACIONAMENTOS DE TEMPO:


Acontecimentos distantes na época de seu cumprimento podem ser tratados dentro de uma mesma profecia. É o caso sobretudo das profecias a respeito de Cristo, em que os acontecimentos do primeiro e do segundo advento são mencionados como se ocorressem ao mesmo tempo. Da mesma maneira a segunda e a terceira dispersão dos judeus previstas na profecia como se acontecessem sem interrupções.

É importante observar que o profeta pode contemplar acontecimentos muito separados como contínuos, ou coisas futuras como passado ou presente.

INTERPRETE CRISTOLOGICAMENTE:


Esse é o tema central de todas as profecias - Jesus Cristo! Sua Pessoa e Suas Obras são o grande tema da história profética.


1 Pedro 1:10,11:

Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada,
Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.


Apocalipse 19:10:

E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.


INTERPRETE HISTORICAMENTE:


Quase não precisamos declarar que, antes de interpretar, devemos conhecer o contexto histórico do profeta e da profecia.

'' O estudo da história é o primeiro ponto absoluto de que qualquer estudo de profecia, seja ela didática, seja preditiva. Esse contexto histórico compreenderá o significado dos costumes ou da cultura material e referências á flora e á fauna''.


INTERPRETE GRAMATICALMENTE:


Já foi dito o suficiente, de modo que aqui só precisamos lembrar ao interprete de profecias que as regras estritas que governam a interpretação gramatical devem ser aplicadas a esse campo de estudos com o mesmo cuidado.


INTERPRETE DE ACORDO COM A LEI DA DUPLA REFERÊNCIA:


Esse tema também foi tratado anteriormente. É suficiente lembrar que muitas vezes uma profecia pode abranger uma visão próxima e outra distante. Dessas, a visão próxima já pode ter sido cumprida, enquanto a visão distante espera o cumprimento; ou ambas podem estar na esfera de profecias cumpridas. Mais uma vez, pode ter ocorrido dupla referência a dois acontecimentos de características similares, ambos no futuro distante.

O fato de que apenas parte de uma profecia foi cumprida não apoia o método figurado ou não literal de cumprimento desta parte não realizada; tal cumprimento parcial promete, isto sim, um futuro cumprimento completo e literal.

INTERPRETE COERENTEMENTE:


É impossível misturar os métodos de interpretação no campo da profecia. Um método deve ser adotado e usado do começo ao fim. Podemos declarar seguramente que o problema de interpretação de profecias é um problema de perseverança. À medida que não perseveramos na aplicação dos princípios hermenêuticos, erramos em nossas conclusões e interpretações. A observação dessas regras de interpretação profética levará o estudioso de profecias a uma interpretação correta das Escrituras.


FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA 
AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST.
EDITORA: VIDA.

Comentários

Postagens mais visitadas