O MESOTRIBULACIONISMO - III

 O ARREBATAMENTO 


O ARGUMENTO DE APOCALIPSES 11:


Esse argumento é defendido pela idéia de que o Arrebatamento é descrito na passagem de Apocalipse 11. E para apoiar essa idéia, os meso-tribulacionistas sustenta que as Duas Testemunhas são símbolos de uma ''companhia maior de testemunhas''; que elas representam ''dois grupos'': os mortos e os vivos por ocasião do Arrebatamento; sustenta ainda que a nuvem representa a Parousia - a Presença do Senhor; que a a grande voz é o grito de 1 Tessalonicenses 4.16 e que a trombeta é a mesma trombeta de 1 Tessalonicenses 4 e 1 Coríntios 15.


Ao observar tal argumento, logo vemos que o mesmo é todo baseado em analogia, não em uma exegese. Esses argumentos são sempre fracos. Quando se trata das Duas Testemunhas, elas são tratadas como indivíduos em Apocalipse 11, e não como representações e símbolos da Igreja. Elas estão relacionadas com Israel como as ''duas oliveiras'' (Zacarias 4.3) e isso as impede que representassem a Igreja.


A alegação que se trata de Moisés e Elias e, portanto, representam os mortos e os transformados no Arrebatamento é, no mínimo, incerta.


A nuvem era tão universalmente empregada nas Escrituras para representar a Presença de Deus, que não precisava ser associada á Parousia nessa altura, particularmente por ser essa uma passagem que lida com Israel, já que para todo o judeu a nuvem não significa Arrebatamento.


A voz de autoridade é mencionada varias vezes no Apocalipse, e é impossível provar que se trate da mesma ''voz do arcanjo'' da qual Paulo falou. 


Portanto, mais uma vez, o mesotribulacionismo se vale de uma interpretação que não pode ser baseada numa hermenêutica estritamente literal, mas sim num método espiritualizante.


Dentro da nossa apologética de que o Arrebatamento não ocorre em Apocalipse 11, a evidência mais contundente deve ser observada de forma cuidadosa o resultado da sétima trombeta. A cena descrita não é o Arrebatamento, mas a da Revelação de Cristo á terra. Tal acontecimento são associados a subordinação dos reinos da terra á Autoridade de Cristo, a manifestação do Reino Messiânico e o juízo das ''bestas'' que ''destroem a terra''.


Essa cronologia de acontecimentos nunca é associada ao Arrebatamento, mas sim á Segunda Vinda. 

O resultado do toque da sétima trombeta não é a translação da Igreja, mas o triunfo de Cristo sobre todos os Seus inimigos na instituição de Seu Reino na Segunda Vinda.


Os meso-tribulacionistas ainda interpreta que o mistério de Deus a ser cumprido em Apocalipse 10.7 é o plano de Deus para a Igreja. Uma explicação para uma interpretação mais correta nos foi oferecida:


''Esse é o tema do livro dos sete selos; a vindicação da Santidade de Deus por ter tolerado tanto tempo a existência do mal em Seu universo. Que maior mistério confronta e confunde a mente humana que a pergunta:

''Por que razão Deus permite que a maldade triunfe tantas vezes?'' [...]

Esse é o Seu segredo. Ele o desvendará a Seu tempo, e tudo será claro como ao meio-dia [...] Seu triunfo definitivo sobre toda forma de mal é o que se apresenta tão vividamente no cenário rapidamente mutante do Apocalipse...''


A CRONOLOGIA DO LIVRO DE APOCALIPSE:


Vamos agora analisar o penúltimo argumento do mesotribulacionismo que é a cronologia do livro de Apocalipse. Para os meso-tribulacionistas, conforme foi observado antes, os sete selos e as sete trombetas nos levam ao fim da primeira metade da Tribulação, que termina com o Arrebatamento da Igreja, no capítulo 11 de Apocalipse.


As sete taças descrevem o derramamento da Ira de Deus na segunda metade da Septuagésima Semana, os três anos e meios da Tribulação, que se desenrolam nos capítulos 12 a 19 de Apocalipse. Assim, os capítulos de 4 ao 11 descrevem a primeira metade da Septuagésima Semana, enquanto os capítulos de 12 a 19 descrevem a segunda metade da Semana.


Cremos que tal cronologia é falha. João delineou os acontecimentos da primeira metade da Tribulação na série dos sete selos (Apocalipse 6-8), a segunda metade da Semana na série de sete trombetas (Apocalipse 8-11.14), encerrando o período da Volta triunfante do Senhor para reinar (Apocalipse 11.15-18).


Entre a sexta e a sétima trombeta, João é informado de que ''ainda'' deve ''profetizar a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis'' (Apocalipse 10.11). A palavra traduzida por ''ainda'' (palin), alguns entendem como ''repetição ou recomeço da ação.'' Essa parece ser uma observação divina de que, tendo João nos oferecido uma visão de todo o período, é propósito de Deus que ele nos conduza por todo o período ainda uma vez mais.


Portanto, começando com o capítulo 12, João delineia uma vez mais todo esse período, dessa vez sublinhando os indivíduos que desempenham importante papel nos acontecimentos da Septuagésima Semana.


As taças em Apocalipse 16.1-17 evidentemente ocorrem no final do período e ocupam apenas um breve intervalo de um tempo, não podendo ser espalhados por todos os três anos e meio finais.


Essa segunda narrativa, tal como a primeira, encerra o período com a Volta de Cristo e o juízo subsequente de Seus inimigos (Apocalipse 19).


Então, a observação de Apocalipse 11.15-18 descreve a Revelação e não o Arrebatamento (e é paralelo de Apocalipse 19.11-16), aliada á nota de repetição profética em Apocalipse 10.11, torna-se insustentável a interpretação mesotribulacionista da cronologia de Apocalipse.


Devemos observar mais uma vez, que o mesotribulacionismo depende do método alegórico de interpretação, particularmente em sua tentativa de fazer Apocalipse 11 descrever o Arrebatamento.




FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.

AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST

EDITORA: VIDA


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