O PRÉ-TRIBULACIONISMO - I
A SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL
A NATUREZA DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA:
As palavras usadas no Antigo e Novo Testamentos em referência ao período da Septuagésima Semana, as quais, quando examinamos em conjunto, temos a natureza essencial do período Tribulacional. Estes são as palavras que identificam esse tempo:
- Ira (Apocalipse 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; 1 Tessalonicenses 1.9,10; 5.9; Sofonias 1.15,18.
- Julgamento (Apocalipse 14.7; 16.5-7; 19.2).
- Indignação (Isaías 26.20,21; 34.1-3).
- Castigo (Isaías 24.20,21).
- Hora do Julgamento (Apocalipse 3.10).
- Hora de Angustia (Jeremias 30.7).
- Destruição (Joel 1.15).
- Trevas (Joel 2.2; Sofonias 1.14-18; Amós 5.18).
Essas referências abrange todo o período da Grande Tribulação, não apenas a parte dele, de modo que todo o período será caracterizado desta forma. O mesotribulacionismo concorda com o pré-tribulacionismo quanto á natureza da Tribulação, mas a coloca na última metade da Semana de Daniel. Um dos seus ícones revela sua posição nas palavras abaixo:
''Vamos entender claramente a natureza da Tribulação, que é ''ira'' divina (Apocalipse 11.18; 14.8,10,19; 15.1,7; 16.1,19 [observem que ele omite 6.16,17] e ''julgamento'' divino, 14.7; 15.4; 16.7; 17.1; 18.10; 19.2). Sabemos que nosso abençoado Senhor suportou a ira e o julgamento de Deus em nosso lugar, portanto, nós que estamos Nele, ''não seremos julgados''. A antítese de 1 Tessalonicenses 5.9 é uma evidência conclusiva: ''Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo''. Ira para outros, mas salvação para nós no arrebatamento, quer vigiemos, quer durmamos'' (1 Tessalonicenses 5.10)''.
A EXTENSÃO DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA:
Mesmo estando em questão toda a terra, tal período é particularmente destinado á Israel. Jeremias chama de ''TEMPO DE ANGÚSTIA DE JACÓ'', confirma isso (Jeremias 30.7).
Esses acontecimentos são em referência ao Dia do Senhor ou o Dia de Jeová. O uso do nome da Divindade realça o relacionamento peculiar de Deus com Aquela Nação.
Esse período que foi profetizado em Daniel 9, foi dito ao profeta:
''SETENTA SEMANAS ESTÃO DETERMINADAS SOBRE O TEU POVO E SOBRE A TUA SANTA CIDADE'' (v. 24).
Todo esse período faz, então, referência ao povo de Daniel, ISRAEL, e a cidade santa de Daniel, JERUSALÉM.
Olhando para outras passagens do Novo Testamento como Efésios 3.1-6 e Colossenses 1.25-27 mostram claramente que a Igreja é um Mistério e a sua Natureza como um Corpo composto por judeus e gentios não foi revelada no Antigo Testamento, a Igreja não poderia estar nessa e em nenhuma profecia do Antigo Testamento.
Já que a Igreja não teve sua existência senão depois da morte de Cristo (Efésios 5.25,26), senão depois da ressurreição de Cristo (Romanos 4.25; Colossenses 3.1-3), senão depois da ascensão (Efésios 1.19,20) e senão depois da descida do Espírito Santo em Pentecostes, com o início de todos os Seus ministérios a favor do crente (Atos 2), não poderia constar das primeiras 69 semanas dessa profecia.
Uma vez que a Igreja não fez parte das 69 semanas anteriores, que estão relacionadas apenas ao plano de Deus para com ISRAEL, Ela não pode fazer parte parte da Septuagésima Semana, que está, mais uma vez, relacionada ao plano de Deus , depois que o Mistério do plano de Deus para a IGREJA for concluído.
Ao fazer um extenso tratamento de cada passagem importante da Palavra de Deus sobre a Tribulação, ao ler passagens como Mateus 24, Daniel 12, Lucas 21, Marcos 13, Jeremias 30 e Apocalipse 7, temos a conclusão de um expoente do pré-tribulacionismo:
''... a posição aqui sustentada segue uma investigação precisa de todas as passagens distintas que as Escrituras oferecem sobre a Grande Tribulação.
Eu ficaria grato a que qualquer um que me apresentasse outras passagens que se referem a ela; mas não. Exijo daqueles [...] que sejam capazes de apontar uma palavra que supõe que um cristão ou a Igreja estejam na terra quando chegar a Grande Tribulação.
Não vimos que a Doutrina do Antigo e do Novo Testamento - de Jeremias, de Daniel, do Senhor Jesus Cristo e do apóstolo João- é esta, que, logo antes que o Senhor aparecer em glória, surgirá o último e inigualável sofrimento de Israel sofrimento de Israel, apesar de Jacó vir a ser salvo; que haverá [...] ''a grande tribulação'', da qual surge uma multidão de gentios; mas tanto Jacó quanto os gentios são totalmente distintos dos cristãos e da Igreja. No que diz respeito aos cristãos, a promessa positiva do Senhor é aqueles que mantiverem a palavra de Sua paciência, Ele livrará da hora do Juízo, que está preste a vir sobre todo o mundo habitável, para provar os que habitam sobre a terra''.
O autor acima concluiu que, como todas as passagens que tratam da Tribulação se relacionam ao plano de Deus para ISRAEL, a finalidade da Tribulação impede que a IGREJA dela participe.
O PROPÓSITO DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA:
Há dois propósitos principais a ser cumpridos na Grande Tribulação segundo as Escrituras.
O primeiro está em Apocalipse 3.10 ''Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo, para experimentar os que habitam sobre a terra''.
Precisamos compreender que há várias considerações importantes nesse texto bíblico:
- Esse período tem em vista os que habitam sobre a terra e não a Igreja. A mesma expressão ocorre em Apocalipse 6.10; 11.10; 13.8,12,14; 14.6 e 17.8. A descrição usada por João não é geográfica, mas uma descrição moral. Um comentarista falou sobre esse texto:
''A palavra ''habitam'' usada aqui é kaitoikeo, é forte. É usada para descrever a totalidade do Deus que habitava em Cristo (Colossenses 2.9); é usada para a moradia permanente de Cristo no coração do crente (Efésios 3,17) e dos demônios retornando para obter posse absoluta de um homem (Mateus 12.45; Lucas 11.26).
Ela deve ser diferenciada da palavra oikeo, que é o termo geral para ''habitar'', e de paroikeo, que tem a idéia de transitório ''visitar''.
Já outro comentarista destacou que o termo katoikeo inclui a idéia de permanência. Desta maneira, o julgamento referido em Apocalipse 3.10 dirige-se aos habitantes da terra como se fosse a sua verdadeira casa ,aos que se identificam com o comercio e a religião da terra''.
2. O segundo propósito principal da Grande Tribulação é em relação com Israel, Malaquias 3.5,6 afirma:
''Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição''.
O profeta declara que o ministério de Elias seria preparar para o Rei que estava preste a vir, foi prometido em Lucas 1.17 que o filho de Zacarias ''irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias'' para atuar nesse ministério e ''habilitar para o Senhor um povo preparado''. Com respeito á vinda de Elias que deveria ter sido um sinal para Israel, o Senhor disse:
''Então, ele lhes disse: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as coisas; como, pois ,está escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado? Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito''. (Marcos 9.12,13).
Jesus estava dizendo aos seus discípulos que João Batista tinha o ministério de preparar o povo para Ele. E, para dirimir toda dúvida, a palavra em Mateus 11.14 é conclusiva:
''E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir''.
O primeiro ministério de João era preparar a nação de Israel para a vinda do Rei. Só podemos concluir, então, que Elias, que está por vir antes do terrível dia do Senhor, tem um único ministério: preparar um remanescente em Israel para chegada do Senhor. É evidente que tal ministério não é necessário á Igreja, já que ela, por natureza, é sem mancha, ruga ou qualquer outra coisa, mas é santa e sem mácula.
Quando olhamos para esses dois propósitos, a provação dos habitantes da terra e a preparação de Israel para o Rei, não tem nenhuma relação com a Igreja. Isso é uma evidência complementar de que a Igreja não estará na Septuagésima Semana.
A UNIDADE DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA:
Observando com base nessas três considerações precedentes, que está em vista toda a Grande Tribulação quando descrita e prevista na profecia. Embora haja concordância geral, baseados em Daniel 9.27 em Mateus 24.15 e em Apocalipse 13, que a Semana é dividida em duas partes de três anos e meio cada, a natureza e o caráter da Semana, no entanto, é um só, permeando ambas as partes na sua totalidade.
É impossível admitir a existência da Igreja na Semana como uma unidade e ainda mais impossível adotar a posição de que a Igreja, embora isenta de parte da Septuagésima Semana, poderá estar na sua primeira metade, pois a sua natureza é a mesma do começo ao fim.
A impossibilidade de incluir a Igreja na última metade torna igualmente impossível incluí-la na primeira parte, pois, embora as Escrituras dividam o período da Semana, não fazem distinção a respeito da natureza e do caráter de suas partes.
FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.
AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST.
EDITORA: VIDA.
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