MESOTRIBULACIONISMO - I
A NEGAÇÃO DA IMINÊNCIA
Esse é um dos argumentos que os meso-tribulacionistas usam, e para apoiar essa posição eles usam vários argumentos dos pós-tribulacionistas. E a negação da iminência é o primeiro argumento que iremos entender.
Sobre isso temos alguns comentários dos meso-tribulacionistas:
''Há pessoas que fazem objeção á idéia de o arrebatamento ser colocado no tempo da última trombeta, argumentando que ela milita contra nossa esperança da volta iminente de Cristo''.
Tais argumentos continuam:
- Pedro não via a possibilidade de tal experiência, pois nosso Senhor dissera que ele alcançaria a idade avançada e morreria martirizado (João 21.18,19). No entanto, Pedro tornou-se o apóstolo da Esperança e exorta os crentes de seu tempo: ´´Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo''. (1 Pedro 1.13).
- Paulo, com a comissão que recebeu do Senhor (Atos 22.21) o fazia contemplar uma grande carreira de proclamação do Evangelho que impedira, por boa parte de sua vida, qualquer retorno iminente de Cristo. Ele adverte que primeiro tinha que vir a apostasia (2 Tessalonicenses 2.3) e ''nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis (2 Timóteo 3.1). No entanto, Paulo constantemente apresenta a Vinda de Cristo como incentivo a uma vida santa para os crentes de sua época (Tito 2.11-13; 1 Coríntios 15.51; Filipenses 3.20 e 1 Tessalonicenses 4.17).
- Os apóstolos, tinham como plano principal a Grande Comissão de levar o Evangelho ''por todo o mundo'' (Marcos 16.15). No entanto, quando escrevia aos crentes de sua época, os apóstolos jamais deixavam de exortá-los como repeito á Volta do Senhor.
- A Igreja Primitiva, o Senhor havia revelado, desde os céus um plano sétuplo de desenvolvimento histórico da Igreja (Apocalipse 2 e 3), evidentemente exigindo um logo período. No entanto, a essa mesma Igreja Primitiva foram dadas palavras reiterada de certeza: ''Eis que venho sem demora'' (Apocalipse 22.7,12,20).
Vemos nas Escrituras que Cristo não poderia ter voltado durante a vida de Pedro; nem ainda durante a vida dos apóstolos; nem mesmo antes da Reforma; nem mesmo antes de terminado o plano missionário; nem tão pouco antes da apostasia acometer a Igreja; nem antes dos últimos dias em que parecemos estar vivendo.
Mesmo que os meso-tribulacionistas estejam tentando invalidar a doutrina da iminência pela citação que faz das Escrituras, é evidente que o Novo Testamento nos leva acreditar numa Volta iminente.
Devemos observar que há uma diferença entre uma volta iminente de Cristo e uma volta imediata de Cristo. Não há nas Escrituras nenhuma citação que nos ensinam que a Volta do Senhor seria imediata, mas ensina com tal coerência que tal Volta poderia ser esperada a qualquer momento.
Percebemos que a profecia sobre o curso natural da história, que transcorria exceto fosse interrompida pelo fim da história, causada pela Volta de Cristo, não roubou dos apóstolos, conforme demonstram as próprias citações dos meso-tribulacionistas, uma esperança iminente.
Já que a crença de que a Igreja precisa buscar todos os sinais da primeira metade da Tribulação destruiria a doutrina da iminência, a teoria mesotribulacionista deve ser rejeitada.
A PROMESSA DA TRIBULAÇÃO:
Os meso-tribulacionistas também tem como argumento a promessa de Tribulação e, portanto, pode esperar experimentar a primeira metade do período Tribulacional. Já que tratamos dessa questão previamente, iremos aqui apenas mencionar que a palavra tribulação no sentido técnico, referindo-se aos sete anos da profecia de Daniel, ou em sentindo não técnico, referindo-se a qualquer período de provação e angustia.
A tribulação prometida á Igreja é do tipo não técnico.
A NEGAÇÃO DA IGREJA COMO MISTÉRIO:
Vamos entender o terceiro argumento fundamental do mesotribulacionismo e o último deste artigo. O mesotribulacionismo nega essencialmente o conceito da Igreja como mistério.
A presente Era é um mistério, bem como o plano para a Igreja na Era Presente. Tal plano precisa ser levando a termo antes de Deus possa e chegue a lidar com Israel para completar o seu plano de alianças.
Um pensamento mesotribulacionista sobre esse aspecto diz o seguinte:
''Pensar que as eras colidem abruptamente uma com a outra é fatal. Transportar tal conceito para a série de acontecimentos que constitui o final dos tempos é igualmente fatal. Na verdade, elas se sobrepõem, o que pode levar, em ultima análise, a uma fusão''.
Tomemos por exemplo as duas eras, a da Igreja e a da Judaica: em seu começo, 30 d.C., a Igreja existiu paralelamente á era Judaica por quarenta anos, até que essa finalmente se encerrasse com destruição de Jerusalém em 70 d.C. Isso sugere que superposição similar ocorrerá no final da Era da Igreja. Se, por um momento, pensarmos que a Igreja continuará até a Tribulação, a ocasião da qual o Senhor prometeu guardá-la, sabendo que Israel terá sido restaurado como nação por três anos e meio antes do inicio da Tribulação, termos, novamente, a mesma superposição.
A falácia desse argumento está no fato de que, embora Deus estivesse estendendo um convite ''primeiro ao judeu'' depois do dia de Pentecostes, até á destruição de Jerusalém em 70 d.C., tal convite que, quando recebido, trazia o crente para o Corpo de Cristo, a Igreja. Deus não estava administrando dois planos simultâneos, mas apenas um.
Não houve superposição do plano da aliança com o plano da Igreja como mistério de Deus.
Quando plano da Igreja começou, o plano de Israel já havia sido interrompido. Por essa linha de raciocínio percebe-se a incoerência inerente na aplicação dispensacional da teoria mesotribulacionista.
FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.
AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST.
EDITORA: VIDA
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