REGRAS DE INTERPRETAÇÃO - VI
PROFECIAS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS
Jonas como Base:
Os eventos do Livro do Profeta Jonas nos ajudam a entender quando uma profecia pode ser incondicional ou condicional, sendo uma ordem ou promessa sem ser especificamente declarada. Na mensagem do profeta, muitas vezes se sabe que existem condições ocultas ligadas a cada profecia, as quais podem ser a base do não-cumprimento.
As previsões que denunciavam julgamentos por vir não falam, em si mesma, da futuridade absoluta do acontecimento, mas apenas declaram o que deve ser esperado quanto ás pessoas ás quais se referem, e declaram também o que certamente se dará a não ser que Deus, na Sua misericórdia, intervenha entre a ameça e o acontecimento.
Sobre esse assunto, temos ainda:
''Dentre os pontos relacionados á natureza e o cumprimento da profecia, poucos exigem mais atenção do que este - que algumas previsões são condicionais, enquanto outras são absolutas. Muitas declarações das Escrituras apresentam perspectivas alternativas''.
''Todavia, a natureza condicional de uma previsão nem sempre está evidentemente declarada nas Escrituras. Nesse caso, dizemos que Jonas pregou que dentro de quarenta dias Nínive seria destruída; as pessoas arrependeram-se com a pregação, e Nínive não foi destruída; porém, segundo se sabe, as pessoas não foram avisadas de que, caso se arrependessem, escaparia do juízo''.
OUTRAS BASES:
As previsões desse tipo são tão numerosas que podemos concluir a possível existência de algumas condições não-expressas, porém básicas, em todos os casos, para justificar que Deus desviasse do cumprimento literal do pronunciamento profético.
Podemos inferir nas passagens de Jeremias 18 e Ezequiel 33. Depois de Jeremias ter assistido ao oleiro em seu trabalho e aprendido a grande lição da Soberania de Deus, uma mensagem adicional foi apresentada:
Jeremias 18:7-10: ''No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir,
Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria''.
Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria''.
Jeremias 26:12,13: ''E falou Jeremias a todos os príncipes e a todo o povo, dizendo: O Senhor me enviou a profetizar contra esta casa, e contra esta cidade, todas as palavras que ouvistes.Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações, e ouvi a voz do Senhor vosso Deus, e arrepender-se-á o Senhor do mal que falou contra vós''.
Se as pessoas se arrependessem, em certo sentido o Senhor se arrependeria. E com base em que?
Com bases nos atributos originais, essenciais e eternos da natureza divina, e com base nas antigas promessas e alianças que Deus havia firmado com os patriarcas em decorrência desses atributos.
Mesmo que as profecias de julgamento podem ser condicionadas pelo arrependimento e, de acordo com a maneira com que Deus lida universalmente com o pecado e com o pecador, o juízo pode ser evitado se o pecador se voltar a Deus, ele não quer dizer que possam ser atribuídas condições a outras classes de profecias para as quais nenhuma condição tenha sido declarada.
Podemos dizer que todas as expressões proféticas são condicionais? De modo algum. Existem algumas coisas sobre as quais ''o Senhor jurou e não se arrependerá''. (Salmos 110.4.
Tais promessas são irreversíveis e não dependem da bondade do homem, mas de Deus. São absolutas no seu cumprimento, mesmo tendo sido condicionais quanto á hora e ao lugar do seu cumprimento.
Tempos e estações podem ser mudados, dias podem ser abreviados, acontecimentos podem ser acelerados ou atrasados, indivíduos e nações podem inserir-se no escopo da profecia ou ser posto de lado; mas os acontecimentos em si são ordenados e certos, selados com o juramento de Deus, todos garantidos pela Sua própria vida.
O RELACIONAMENTO ENTRE OS ASPECTOS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS DA PROFECIA:
As profecias relacionadas ao estabelecimento do Reino de Deus são ao mesmo tempo condicionais e incondicionais.
Por esse paradoxo dizemos simplesmente que elas são condicionais no seu cumprimento pelo agrupamento antecedentes dos eleitos, e por isso suscetíveis de adiamento e são incondicionais no que diz respeito no seu cumprimento final, que a conduta e ou ação de um homem não pode reverter.
O próprio Reino pertence ao Propósito Divino, é assunto de alianças sagradas, é confirmado por juramentos solenes, será o resultado ou o fim projetado no processo de redenção, e logo, não pode falhar e não falhará. O herdeiros do Reino, contundo, são condicionados - um número de pessoas conhecidas apenas por Deus- e o próprio Reino, apesar de predeterminado, é dependente, na sua manifestação, de que esse número seja completado.
Concluímos então que, embora a profecia que depende da atividade humana possa ser condicional, o que depende de Deus não pode ser condicional, a menos que as condições sejam nitidamente declaradas.
Profecias baseadas em alianças imutáveis não podem admitir a inserção de nenhuma condição. Desse modo, não há justificativa para supor quaisquer condições para o cumprimento da profecia.
FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.
AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST.
EDITORA: VIDA.
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