A IGREJA E A ESCATOLOGIA - IV
O TRIBUNAL DE CRISTO
Depois do Arrebatamento da Igreja, o próximo evento escatológico que a Igreja viverá será o Tribunal de Cristo.
Neste artigo iremos tratar deste assunto de forma simples, mas sem perder o seu fundamento escriturístico, doutrinário e teológico.
A compreensão de que iremos passar por um Tribunal onde seremos recompensados pelo nosso serviço realizado pela graça de Deus deve nos motivar cada dia a cumprir o que Paulo falou em 1 Coríntios 15.58 ''de sermos firmes e constantes e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o nosso trabalho no Senhor não é em vão.''
A Igreja tomará parte após o arrebatamento: o tribunal de Cristo e as bodas do
Cordeiro. Focaremos na ocasião sobre o tribunal de Cristo.
Nas duas passagens acima
mencionam que os crentes serão examinados diante do Filho de Deus, as
expressões tribunal de Cristo e tribunal de Deus tratam do mesmo julgamento que
todo o crente passará. A explicação desse evento é encontrado nas Escrituras em
1 Coríntios 3.9-15. Tal assunto exige cuidadosa atenção devido a sua seriedade.

A palavra está associada com a ideia de proeminência,
dignidade, autoridade, honra e recompensa e não a ideia de justiça ou
julgamento. A palavra que Paulo escolheu em referencia ao local
diante do qual se dará esse acontecimento deixa de prever seu caráter.

A OCASIÃO DO BEMA OU TRIBUNAL DE CRISTO:
Acontece após o arrebatamento da Igreja para
fora da esfera terrestre (Lucas 14.14).
Em 1 Tessalonicenses 4.13-17 mostra que a ressurreição é parte fundamental do arrebatamento, o galardão deve ser parte
desse plano. Quando o Senhor retornar á terra para reinar, a
noiva é vista como já recompensada (Apocalipse 19.8). Justiça dos santos é plural (atos de justiça)
e não pode referir-se á justiça imputada de Cristo, que é a porção do crente,
mas aos atos de justiça que sobreviveram ao exame e tornaram-se a base do
galardão.
Textos como 1 Coríntios 4.5; 2 Timóteo 4.8 e
Apocalipse 22.12, mostram que o galardão está associado com ´´aquele dia´´, o
dia que Ele vier para os Seus. O galardão da Igreja acontece entre o
arrebatamento e a volta de Cristo á terra.
O LUGAR DO BEMA OU TRIBUNAL DE CRISTO:
Sera na esfera celestial (1 Tessalonicenses
4.13) onde seremos arrebatados entre as nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares. O tribunal segue o arrebatamento, então as
regiões celestiais serão o seu palco.
Paulo descreve os acontecimentos em 2 Coríntios
5.1-8 que ocorrerão ao crente quando deixar o corpo e habitar com o Senhor. Desse
modo, isso deve acontecer na presença do Senhor na esfera dos lugares
celestiais.
O JUIZ DO
BEMA OU TRIBUNAL DE CRISTO:
O exame é conduzido na presença do Filho de Deus
(2 Coríntios 5.10). O julgamento foi confiado ás mãos do Filho (João
5.22).
A parte da exaltação do Filho é o direito de
manifestar autoridade divina no julgamento (Romanos 14.10).
OS PARTICIPANTES DO BEMA OU TRIBUNAL DE CRISTO:
Está relacionado exclusivamente aos crentes. Em 2 Coríntios 5.1-19 o pronome pessoal ocorre
com tão grande frequência que não pode ser desprezado:
1. Apenas o crente pode ter uma casa não feita
por mãos, eterna nos céus.
2. Apenas um crente pode experimentar a
mortalidade absorvido pela vida.
3. Apenas um crente pode experimentar o
trabalho de Deus, que nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do
Espírito.
4. Apenas um crente poderia ter a confiança de
enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor.
5. Apenas um crente pode poderia andar por fé,
e não por vista.
Não é o crente que será julgado (João 5.24). A questão da Salvação não será considerada (Romanos
8.1; 1 João 4.17). Não se trata de julgar os pecados do crente
cometidos, antes, depois e durante á sua regeneração (Hebreus 10.17).
Todo o cristão será manifesto ou comparecerá
diante do tribunal de Cristo, onde haverá uma manifestação pública, uma
demonstração ou revelação do caráter e motivações essenciais do individuo. O julgamento do bema será individual e não em
grupos ou categoria.
As obras dos crentes são julgadas (2 Coríntios
5.10):
1. A fim de serem apuradas se são boas ou más.
2. Maldade aqui não está no aspecto de o que é
eticamente bom ou mau, mas, pelo contrário, o que é aceitável e o que não tem
valor. Não o de maldade ativa ou passiva, mas de inutilidade, de impossibilidade de gerar qualquer bem ou desvaler.
O propósito do Senhor não é punir os seus filhos
pelos pecados, mas recompensá-los seus serviços pelas coisas feitas em nome do
Senhor.
Um galardão recebido e outro perdido (1
Coríntios 3.14,15).
O fogo determina se alguém receberá ou não o
galardão (1 Coríntios 3.13). O fogo provará o caráter da obra se é destrutível
ou indestrutível (1 Coríntios 3.14,15).
Duas classes de materiais que passarão pelo fogo
(1 Coríntios 3.12):
1. As indestrutíveis (ouro, prata e pedras preciosas).
Essas são as obras de Deus, das quais os cooperadores de Deus se apropriam e usam
2. As destrutíveis (madeira, feno e palha). Essas
são as obras do homem, que ele produziu com seus próprios esforços.
O bema de Cristo visa detectar o que foi feito
por Deus mediante as pessoas, e o que foi feito pela própria força do homem; o
que foi feito para a glória de Deus e o que foi feito para a gloria da carne.
Com base nesse teste, haverá duas decisões. Perdas
e recompensas (1 Coríntios 9.27) refere-se à obra ser declarada inútil. E não
em perda de salvação (1 Coríntios 3.15).
AS RECOMPENSAS OU GALARDÕES:
Haverá um galardão pela obra demonstrada indestrutível
pela prova de fogo.
Cinco áreas no Novo Testamento as quais se
mencionam especificamente o galardão:
1. Coroa incorruptível, que será entregue sobre
aqueles que obtiveram vitória sobre o velho homem (1 Coríntios 9.25).
2. Coroa de alegria, que será entregue aos
ganhadores de almas (1 Tessalonicenses 2.19).
3. Coroa de justiça, que será entregue para
aqueles que amam Sua vinda (2 Timóteo 4.8).
4. Coroa da vida, que será entregue para
aqueles que suportam a provação (Tiago 1.12).
5. Coroa de glória, que será entregue para
aqueles que se dispuseram apascentar o rebanho do de Deus (1 Pedro 5.4).
CONCLUSÃO:
Em Apocalipse 4.10 os anciãos são
vistos lançando suas coroas perante o trono como um ato de
louvor e adoração. Essas
coroas não serão uma possessão permanente, porque não serão para a gloria
eterna de quem as receberam, mas para a gloria eterna de Quem as deu.
O galardão pelo qual o crente
receberá e glorificará ao Senhor, não será apenas a um ato, mas servirá para
toda eternidade.