A IGREJA E A ESCATOLOGIA - I

O QUE A IGREJA PODE ESPERAR


INTRODUÇÃO:

Depois de estudarmos as principais visões escatológicas do Arrebatamento, vamos agora começar o nosso estudo sobre as Profecias dos Últimos Dias que estão relacionadas exclusivamente com a Igreja.

Quando estudamos o Pré-Tribulacionismo, entendemos que umas das regras para a Interpretar as Profecias Bíblicas é identificar os povos nas Profecias (1 Coríntios 10.32). Judeus, Gentios (gregos) e Igreja, assim devemos distinguir as profecias e para quem elas estão direcionadas.

Desta forma iremos fazer uma abordagem onde o que está previsto para á Igreja será estudado. Temas como: Arrebatamento, Tribunal de Cristo, Bodas do Cordeiro, Galardão dos Crentes, As Diferenças entre Arrebatamento e Segunda Vinda.

Neste artigo vamos tratar de forma introdutória o que iremos descortinar daqui para frente, vamos falar da nossa esperança, a Esperança da Igreja e falaremos dos aspectos gerais das últimas coisas para a Igreja.

Solicitamos ao leitor que também leia os outros artigos desta Série em nosso blogue, como as outras categorias do mesmo.

I- OS ASPECTOS GERAIS DAS ÚLTIMAS COISAS PARA A IGREJA:

O que é dito a respeito dos últimos dias da vida e da história não é mera reflexão. Desde de Gênesis, onde Deus tudo criara em conformidade com um plano que incluía sequência, equilíbrio, correspondência e clímax. Tudo isso não acontece por caso, uma vez que Adão e Eva pecaram, foi-lhes feito uma promessa de que o DESCENDENTE DA MULHER esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3.15; Apocalipse 12.9).

Desde então, a Bíblia desdobra paulatinamente um plano de redenção com promessas feitas a Abraão e a Davi (Gênesis 12.2; 2 Samuel 7.11,16), e os profetas do Antigo Testamento que previam com estas promessas a vinda do Messias e o seu triunfo final.

O Evangelho nos garante ainda ''QUE AQUELE QUE EM VÓS COMEÇOU A BOA OBRA A APERFEIÇOARÁ ATÉ O DIA DE JESUS CRISTO'' (Filipenses 1.6). Isto nos mostra que a Bíblia focaliza o futuro desde o início, e este futuro está assegurado pela própria NATUREZA DE DEUS.

E a condição da Igreja neste futuro é de PAZ, SEGURANÇA, JUSTIÇA, AMOR, uma vez que o DESTINO ETERNO da mesma é estar com o seu NOIVO!

II- A ESPERANÇA DO CRENTE:

A Bíblia revela que Deus é o Deus da esperança que nos concede paz e alegria na medida que confiamos Nele (Romanos 15.13), essa esperança para o crente é dupla: o amor de Deus que enviou Jesus para morrer em nosso lugar (Romanos 5.3-10) e os atos poderosos do Espírito Santo que nos levam a ''abundar em esperança pela virtude do Espírito Santo'' (Romanos 15.13).

Assim, o Espírito Santo que nos batiza e nos dá a sua plenitude é o ''PENHOR (primeira prestação) da nossa herança'' (Efésios 1.14). Tal esperança não é incerta. ela é tão segura quanto qualquer coisa que já possuímos.

É chamado de esperança por Paulo, porque o único motivo é que a promessa da nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo e do nosso futuro eterno ainda não foram alcançados (Romanos 8.24,25). Essa esperança nunca nos decepcionará, nem nos envergonhará por termos confiado nela, pois a mesma é mantida viva e demonstrada como verdadeira pelo amor de Deus que o Espírito Santo derramou em nossos corações (Romanos 5.5).

O fato de Deus ter enviado o seu Filho para morrer pro nós é a revelação suprema desse amor, e nos dá segurança que esse mesmo amor irá nos fornecer tudo quanto é necessário para nos acompanhar até chegarmos á glória eterna (João 3.16; Romanos 5.8-10; 8.18,19).

Paulo ainda declara enfaticamente que sem Cristo não há esperança (Efésios 2.12), isto significa que não há o tipo de esperança que a Bíblia se refere. Alguns gregos e romanos buscavam no passado leis que governassem aquilo que consideravam ser a repetição  eterna da História e os resultados eram usualmente pessimistas. Quando havia interesse pelo futuro, na maioria das vezes tratava-se do futuro imediato, que eram influenciado ou evitado pela astrologia, a quiromancia e várias praticas do ocultismo pagão.
Como hoje, muitos se voltam contra a Bíblia, abraçando vãs esperanças no progresso evolucionário ou nos sonhos comunistas.

O crente tem uma melhor esperança, em e através de Cristo, que é pessoalmente a nossa esperança (Colossenses 1.27; 1 Timóteo 1.1). Assim, a Bíblia apresenta um conceito histórico que é basicamente linear, que espera no presente e num futuro glorioso. A epístola aos Hebreus conclama os que ''POMOS O NOSSO REFÚGIO EM RETER A ESPERANÇA PROPOSTA'' a ficarmos grandemente encorajados: ''RETENHAMOS FIRMES A CONFISSÃO DA NOSSA ESPERANÇA, PORQUE FIEL É O QUE PROMETEU'' (Hebreus 6.18;10.23).

III- A NOSSA ESPERANÇA NAS ESCRITURAS:

Os profetas do Antigo Testamento anteviam os últimos dias sem identificarem quando exatamente ocorreriam. O propósito não era satisfazer a curiosidade das pessoas, mas focalizar no propósito de Deus e usar as profecias como incentivo para obedecer á Deus no tempo presente.
Assim, também, o Novo Testamento emprega a esperança da Segunda Vinda de Cristo como motivação (1 João 3.2,3).

Os discípulos imaginavam que o reino futuro apareceria imediatamente, porém Jesus esclareceu-lhes que haveria alguma demora. Neste caso, teriam de estar em estado de prontidão para o momento da sua vinda.
Posteriormente, os discípulos entenderam que Jesus queria dizer que Ele tinha que subir ao céu, e ser entronizado aí antes de poder voltar como rei. Isso dá a ideia de que Ele ficaria ausente durante muito tempo.

Não nos foi dito quanto tempo Jesus estaria ausente, mas que somente o Pai sabe o tempo de sua volta (Mateus 24.30,36; Marcos 13.32,33). Uma vez não sabendo a data da Sua Volta, Deus tem em mente que realizemos a Sua obra até Cristo voltar.
Jesus indicou que Sua Vinda será muito tempo depois (Mateus 25.19), enfatizando que a mesma será repentina e inesperada.

As últimas palavras do Novo Testamento, entre elas está registrado: ''EIS QUE CEDO VENHO!'' (Apocalipse 22.7,12). Essa esperança as vezes é escarnecida pelos zombadores ao dizerem ''onde está a promessa da sua vinda?'' (2 Pedro 3.4). Tal zombaria é dissipada por essa esperança, e tal esperança é confirmada pelo fato de Deus não considerar o tempo da mesma maneira que nós (2 Pedro 3.8) e com isso Deus quer que muitos cheguem ao arrependimento (2 Pedro 3.9).

Portanto, vivamos eficazmente na esperança do Retorno do nosso Senhor entre o ''dentre em breve'', mas ''ainda não'', ocupando-nos no seu serviço, cumprindo as tarefas que Ele nos dá para fazer, até que Ele volte (Marcos 13.33,34; Lucas 19.13).

IV- COMPARAÇÕES ENTRE AS SITUAÇÕES NO MUNDO ATUAL COM O MUNDO ANTIGAMENTE:

Jesus comparou o mundo na ocasião da sua Segunda Vinda ao mundo nos dias de Noé (Mateus 24.37-39). Apesar das advertências, das pregações , da construção da arca, do ajuntamento dos animais, o povo não prestou atenção e nem estavam preparados para o inevitável. Não acreditaram que o juízo divino chegaria.

Eles tinham se planejados uma vida nos prazeres sem se preocupar com o que estava para acontecer, assim o dia do dilúvio raiou para eles como qualquer outro dia trazendo consigo o fim daquele mundo que eles conheciam.
Da mesma maneira, o atual mundo continuará cegamente, fazendo os seus planos até que um dia, Jesus voltará.

O dia da Volta de Cristo será um dia como qualquer outro, ao enfatizar essa verdade, Jesus disse que os homens estarão cumprindo suas tarefas cotidianas, quando de repente haverá a separação (Mateus 24.40,41). ''Levado'' (grego paralambanetei) que significa ''levado junto ou recebido.'' Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu (Mateus 26.37).
Jesus mesmo prometeu que ''virei outra vez e vos levarei para mim mesmo'' (João 14.3). Logo aquele que é levado é recebido na presença de Jesus para estar com Ele para sempre (1 Tessalonicenses 4.17).
A expressão ''deixado'' (grego aphietai) significa ''deixado para trás,'' assim como em Marcos 1.18,20, a fim de enfrentar a ira de Deus e os seus juízos.
Noutras palavras: não haverá aviso prévio no último momento, e nenhuma oportunidade de ficar pronto em tão curto prazo.
Tudo isso faz nos lembrar que, a despeito da demora, devemos sempre considerar iminente a Volta de Cristo.

PRÓXIMO ARTIGO: O PAPEL DO CRISTÃO NO MUNDO ENQUANTO ESPERA A VINDA.

FONTE: TEOLOGIA SISTEMÁTICA UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL.
AUTOR: STANLEY M. HORTON.
EDITORA: CPAD.



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