A IGREJA E A ESCATOLOGIA - II
A PARTIR DA RESSURREIÇÃO
INTRODUÇÃO:
No nosso artigo inicial que abriu o assunto que seguremos adiante, falamos sobre a nossa bendita esperança (Tito 2.13) que é o Arrebatamento da Igreja, por isso que chamamos da Bendita Esperança do Crente. Falamos ainda sobre o Dia do Arrebatamento, o mesmo acontecerá num dia totalmente normal conforme Jesus disse em Mateus 24 e 25. Jesus ainda fez uma comparação do Dia da Volta do Senhor com os dias de Noé quando o dilúvio veio quando todos seguiam suas vidas normalmente.
Isso nos leva a pensar que o Arrebatamento irá ocorrer da mesma forma, os homens estarão em suas atividades normais quando um será tirado e outro será deixado. Da mesma forma as mulheres estarão em suas casas com suas vidas comuns, quando o Arrebatamento acontecer uma será deixada e outra será levada.
Continuando nosso assunto, vamos agora analisar dentro deste aspecto proféticos para a Igreja as questões do Dia e da Hora da Volta do Senhor e os acontecimentos futuros a partir da Ressurreição de Cristo.
No próximo artigo iremos dedicar a nossa atenção para os pontos da Escatologia que tange especificamente á Igreja.
Não esqueçam que as profecias são especificas e direcionadas especificamente aos gentios, aos judeus e á igreja de Deus (1 Coríntios 10.32).
I- O DIA E A HORA:
Os textos de Mateus 24.36,42,44 e Marcos 13.32-27 tratam do tempo da Volta, porém segundo o próprio Senhor esse seria um tempo em que ''o dia e hora ninguém sabe a não ser o Pai.''O que temos de certeza é a presteza nas palavras de Jesus em Apocalipse 22.7 ''Eis que cedo Venho.'' Nisso temos os zombadores que tentam nos desmotivar em nossa esperança ''onde está a promessa da sua vinda?'' (2 Pedro 3.4). Mas nos aninamos com a própria Imensidade de Deus de não tratar o tempo como nós tratamos (2 Pedro 3.8). Enquanto isso, Deus vem chamando o homem ao arrependimento (2 Pedro 3.9).
Estamos vivendo entre o dentro em breve, mas ainda não, como dissemos no nosso artigo anterior, a Igreja deve esperar o Seu Noivo cumprindo sua missão (Marcos 13.33,34; Lucas 19.13).
O dia e hora ninguém sabe. Quando os discípulos ouviram isso e com suas mentes do estabelecimento do Reino de acordo com as profecias do Antigo Testamento, assim como os demais judeus criam no Reino Dravídico restabelecido. E quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, os discípulos tinham em mente as promessas do reino ao falarem ao Mestre: ''Restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?'' (Atos 1.6) e mais uma vez, Jesus responde o que havia dito antes no monte das Oliveiras: ''Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.'' (Atos 1.7). Jesus estava dizendo aqui como anteriormente que as datas não eram da responsabilidade deles.
A nossa responsabilidade vem no versículo a seguir: ''Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas...'' (Atos 1.8).
Isso exclui qualquer tentativa de fixar datas, inclusive todas as sugestões a respeito da época ou até mesmo da estação do ano em que Jesus poderá voltar.
A atenção do crente deve fixar-se em Jesus (Hebreus 12.2,3) e no cumprimento fiel da Grande Comissão (Mateus 28.18-20; Marcos 16.15-20; Lucas 24.47-49).
O apóstolo Paulo confirma as palavras de Jesus ao reconhecer que o Dia do Senhor viria como um ladrão de noite (1 Tessalonicenses 5.2), nós os crentes não seremos apanhados de surpresa, não porque sabemos de antemão a data, mas porque somos do dia e vivemos na luz da Palavra de Deus (não somos da noite, nem pertencermos ás trevas da iniquidade). E por causa disso, estamos em alerta, com o domínio próprio, protegidos pela fé e amor como couraça, e tendo o capacete a esperança da salvação (1 Tessalonicenses 5.4-9).
Para Paulo e para nós, devemos continuar ansiando pela Sua vinda (2 Timóteo 4.8) porque O amamos e confiamos nEle.
A esperança de Paulo não estava ligada a uma data fixa, mas ao Evangelho que declarava o cumprimento das promessas do Antigo Testamento, e conclamava as pessoas viverem com confiança.
Ainda sobre esse assunto, Jesus nos adverte contra prestar atenção demasiada aos sinais; os falsos cristos (messias, ''ungidos'', inclusive aqueles que tem alegado possuir uma ''unção especial'') que usarão sinais para enganar (Mateus 24.4,5).
Jesus explicou que guerras e rumores de guerras não são sinais, estas coisas iriam acontecer porque elas - juntamente com as fomes, os terremotos, a perseguição, a apostasia, os falsos profetas e a multiplicação da iniquidade - são simplesmente características da Era inteira entre a Primeira e a Segunda Vinda de Cristo. A Era na qual temos a responsabilidade de pregar o Evangelho ao mundo inteiro (Mateus 24.6-14).
Ao invés de focarmos a nossa atenção nos sinais; devemos tomar posição em Jesus, e erguer nossa cabeça; isso é: devemos manter nossa atenção fixada em Jesus, porque a nossa redenção está próxima (Lucas 21.28).
Voltando para o que havíamos dito sobre a nossa bendita esperança (Tito 2.12-14), devemos lembrar que a Graça que nos salvou tem nos ensinado ''que renunciando á impiedade e ás concupiscências mundanas, vivamos no presente Século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e o nosso Senhor Jesus Cristo.''
O termo usado por Paulo para ''bem aventurada'' vem do grego (makarian) que implica numa plenitude de benção, felicidade e alegria mediante o favor gracioso e imerecido de Deus. A ideia aqui é que, como crentes, recebamos bençãos agora, há muito mais para vir.
II- OS ACONTECIMENTOS DOS ÚLTIMOS DIAS A PARTIR DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO:
A maioria dos teólogos reconhece que no Novo Testamento o futuro é visto com o desdobrar daquilo que nos é dado na Ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo era o tema principal da Igreja Primitiva na sua pregação.No Dia do Pentecoste, Pedro centralizou a atenção em Jesus, Paulo proclamou que ''Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem'' (1 Coríntios 15.20). E ainda: ''E, se o Espírito que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita'' (Romanos 8.11).
Pedro ainda falou de uma ''viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que não pode murchar'' (1 Pedro '.3,4).
A ressurreição de Cristo mediante o Espírito é, portanto, a garantia de sermos ressuscitados e transformados de tal maneira que nosso corpo ressuscitado será imortal e incorruptível (1 Coríntios 15.42-44,47,48, 50-54).
Sobre isso, faço alusão ao comentário de Ralph Riggs:
''A ressurreição e transladação dos santos possui uma extensão de glória que não conseguimos compreender... Virá o tempo em que o Espírito nos envolverá no seu poder, transformará o nosso corpo, e nos transportará para a glória... Essa será a manifestação dos filhos de Deus, a gloriosa liberdade dos filhos de Deus... o clímax triunfante da obra do Espírito Santo.''
FONTE: TEOLOGIA SISTEMÁTICA, UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL.
AUTOR: STANLEY M. HORTON.
EDITORA: CPAD.