AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL - PARTE III
PROPOSTA ALTERNATIVA DA CONTAGEM DAS SEMANAS
Nos três últimos artigos apresentamos algumas posições relacionadas ao início da contagem das Setenta Semanas em Daniel 9.24-27. As mais comuns são 444 e 444 d.C, a data em que se tem como base é o decreto de Artaxerxes autorizando os judeus reconstruir a cidade de Jerusalém nos dias de Esdras e Neemias.Como em tudo que está relacionado com a Escatologia na maioria das vezes haverá discordâncias, a questão da contagem das Semanas não foge a regra. Ainda no nosso tópico sobre o assunto, vamos dedicar um período de tempo para analisarmos um argumento, mesmo sendo de um dispensacionalista, mas o mesmo apresenta uma data para o começo das Setenta Semanas que difere da maioria da mesma linha de interpretação das Escrituras.
Desejamos esclarecer que a proposta apresentada daqui pra frente não irá entrar em choque com toda a posição doutrinária e teológica do Dispensacionalismo, apenas se trata de uma questão de uma data diferente.
Encerrando estes artigos, iremos nos concentrar especificamente na Septuagésima Semana que é conhecida na Bíblia como a Grande Tribulação.
I- PROPOSTA ALTERNATIVA PARA A CONTAGEM DAS SEMANAS:
A partir de agora iremos trabalhar com o material do professor Derek Walker, o mesmo é mestre em Escatologia e pastor de uma comunidade cristã na Inglaterra. O mesmo é dispensacionalista e professor de Matemática. Uma de suas obras já foi traduzida para o português, uma série de estudos sobre PROFECIAS DO FIM DOS TEMPOS - VOLUME 1. Ainda aguardamos os demais volumes da Série serem traduzidos também.Derek a partir da pagina 189 do seu livro onde ele fala das Profecias Estruturais que são As Setenta Semanas de Daniel, o Discurso de Jesus no monte das Oliveiras em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 e o livro do Apocalipse. Onde ele apresenta que estas profecias são o eixo de toda escatologia bíblica.
E sobre as Setenta Semanas o autor começa:
''É uma chave essencial para as profecias e também o eixo que conecta profecias do Antigo e do Novo Testamentos, preparando-nos para os futuros desenvolvimentos da Nova Aliança. É um bom exemplo do princípio do Intervalo (apresentaremos em outra oportunidade o conceito de Intervalo nas profecias bíblicas) e estabelece o adiamento do Reino (o que é crucial para relacionarmos as profecias do Antigo Testamento e a Era da Igreja). Ela também prova que, apesar do atraso, o Reino será estabelecido e Israel totalmente restaurado''.
O Reino adiado é o próprio que será no futuro governado por Jesus Cristo na sua Segunda Vinda, adiado porque devido a rejeição dos judeus na Primeira Vinda esse reino não foi inaugurado, o povo de Israel foi cortado, ainda que temporariamente do propósito divino (Romanos 11), mas com promessa de ser novamente ''enxertados na Oliveira''. Nesta Série iremos abordar com mais detalhes esse assunto.
Derek continua sua introdução das 70 Semanas ao dizer que: ''É uma obra-prima da profecia. A profecia de Jesus sobre o fim dos tempos (o sermão no Monte das Oliveiras) depende dela e nela está alicerçado. Ela nos proporciona uma contagem regressiva para o Reino!''
Como os demais dispensacionalistas e ainda com o próprio texto bíblico das Semanas, Derek trata das seis coisas que ocorreriam no período destas setenta semanas:
1. Cessar a transgressão.
2. Dar fim aos pecados.
3. Expiar a iniquidade.
4. Trazer a justiça eterna.
5. Selar a visão e a profecia.
6. Ungir o Santo dos santos.
O autor está de acordo com o restante que destas, três foram cumpridas na Primeira Vinda, não foram todas cumpridas por causa da rejeição dos judeus. E Jesus cumpriu a parte que está ligado com a Salvação (cessar a transgressão, dar fim aos pecados e expiar a iniquidades). A Salvação e o Reino são as ''duas mãos'' do propósito eterno de Deus, e a Primeira Vinda foi para cumprir esse dois aspectos. Uma vez que com a rejeição Jesus só cumpriu o aspecto salvífico, deixando o aspecto do reino para um futuro remoto (justiça eterna, selar a visão e a profecia e ungir o Santo dos Santos).
Derek ainda concorda que as Semanas não podem ser entendidas como semanas de dias (Daniel 10.3), mas devem ser vistas como semanas de anos. Assim temos Setenta Semanas (sete) de anos foram determinadas (cortadas, separadas e marcadas) sobre o povo de Daniel (judeus), sobre a cidade de Daniel (Jerusalém).
Derek afirma que Deus reservou 490 anos para que Israel seja totalmente restaurado, a fim de que o reino de Deus profetizado seja definitivamente instalado na terra.
Assim, Israel tem 490 anos contados para tomar posse do Reino.
II- A CONTAGEM DAS SEMANAS PROPOSTA POR DEREK WALKER:
Depois de tratar com os seis propósitos diretos da profecia das Setenta Semanas, Derek como os demais dispensacionalistas aborda que três deles se cumpriram na Primeira Vinda:
1. Cessar a transgressão.
2. Dar fim aos pecados.
3. Expiar as iniquidades.
Estes são o propósito da Salvação que anda juntamente com o propósito do Reino, este último se cumprirá na Segunda Vinda com os três propósitos da profecia restantes:
4. Trazer a Justiça Eterna.
5. Selar a visão e a profecia.
6. Ungir os santo dos santos.
Aqui está o Intervalo, o tempo indeterminado que separa a Primeira Vinda da Segunda, mas Salvação e Reino estão interligados tanto num período como no outro.
Todos os interpretes, e Derek não foge a regra usam o versículo 25 de Daniel 9 para determinar o inicio das Setenta Semanas. A diferença é que Derek propõe a data que determina o inicio das Semanas para 458 a.C e o mesmo justifica essa data como também o autor explica o porque não aderir 444 ou 445 a.C feito pela maioria dos dispensacionalistas.
Em outro artigo trabalharemos esta posição de Derek, mas continuaremos sobre o que Derek expõe sobre os 490 anos:
''Essa é uma profecia difícil, que exige esforço de nossa parte para estudá-la e entendê-la, como confirmada por Jesus em Mateus 24.15". Derek citando a profecia de Daniel e o versículo 25 onde se dá a indicação do começo das Semanas.
Prosseguindo com o raciocínio do autor:
''[...] até o UNGIDO'', o PRÍNCIPE [...]''. Os 490 anos fecham com o tempo do ''Ungido'', do ''Príncipe''. Observe que Ele não é descrito como ''o Ungido, o Rei'' nessa etapa, mas ''Ungido'', o ''Príncipe'' (o que ainda será Rei), pois Seu ministério, antes de tudo, deve ser feito o que for necessário para que Seu Reino seja estabelecido na terra. Em particular, Ele deve alcançar a restauração espiritual de Israel (pois o Reino Messiânico gira em torno de Israel). Só então Ele reinará como o Messias, o Rei. O versículo 25 revela que a total restauração descrita no versículo será levada a termo pelo Messias, visto que Ele é quem deve estabelecer o Reino. Ele virá a Israel primeiramente como o seu Príncipe, e quando eles O receberem, Ele se tornará seu Rei.''
Como já mencionamos, o autor sustenta a possibilidade de 458 a.C, a data do decreto de Artaxerxes que serve como o indicativo para a contagem das Setenta Semanas. Assim, para Derek os 490 anos terminaria no ano 33 d.C - ''o ano da Cruz!'' E Jesus estaria pronto para instalar o Reino naquela ocasião, isso mais tarde, naquele mesmo ano. Pare Derek esse seria o ponto final da profecia das Semanas.
O leitor já sabe que esse artigo é o ponto de partida para estudarmos a posição de Derek Walker quanto a contagem das Semanas, já apresentamos o autor como dispensacionalista, e isso faz com que o mesmo esteja em harmonia com os pontos fundamentais do pré-tribulacionismo. O ponto divergente está justamente na data que estabelece o início da contagem das Setenta Semanas.
Estaremos finalizando esse primeiro artigo com a continuação do argumento do autor sobre uma subdivisão dos 490 anos, mas iremos continuar com o mesmo nos próximos a seguir:
''[...] até o UNGIDO, o PRÍNCIPE, sete semanas (sete setes = 49 anos) e sessenta duas semanas (434 anos); as praças e circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos'' (ou ''tempo apertado'' - isso se cumpriu nos primeiros 49 anos- ver os livros de Esdras e Neemias).
FONTE: Profecias do Fim dos Tempos - Volume 1.
AUTOR: Derek Walker.
EDITORA: Rhema Brasil Publicações.