AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL - PARTE IV

A CONTAGEM PROPOSTA POR DERECK WALKER

A contagem das semanas é o nosso tema de discussão nos últimos artigos, e ainda continuaremos tratando do mesmo. No artigo anterior começamos a estudar uma possibilidade da data apresentada pelo autor Derek Walker abordada no seu livro PROFECIAS DO FIM DOS TEMPOS - VOLUME 1.

A proposta de Derek é a data 458 a.C, quando Artaxerxes promulgou o édito que permitiu os judeus voltarem para Jerusalém e reconstruir a cidade, conforme já analisamos. A data que é apontada pelo autor difere dos demais dispensacionalistas que se concentram nas datas de 444 ou 445 a.C.

Neste artigo presente vamos entender um pouco mais profundamente a proposta oferecida de Derek, e o leitor poderá comparar com as outras datas apresentadas por outros dispensacionalistas que estão disponíveis nos artigos desta série.

I- O TEMPO DA APRESENTAÇÃO DO MESSIAS: 

Já sabemos que 458 a.C para Derek é a data que se inicia o período dos setenta setes (semanas) vistas nas profecias de Daniel. A partir de agora, o autor apresenta o tempo em que o Messias se revela para os judeus, e sobre isso o próprio autor comenta:

''O tempo da apresentação do Messias a Israel se inicia após os 49+434 anos = 483. Portanto, o fim dos 483 anos (26 d.C) é o começo do tempo da apresentação do Messias a Israel. Isso deixa ao Messias apenas sete anos para cumprir a profecia, que previa que após os 490 anos a Era do Reino começaria, o tempo do ''Messias Rei''. Esses sete anos finais da profecia de Daniel, o tempo do Messias Príncipe e Seu ministério a Israel, deveriam iniciar-se em 26 d.C e terminar em 33 d.C (de acordo com Daniel).''

Na opinião de Derek Walker as 70 Semanas se cumpriram completamente nos dias de Jesus e João Batista, sem haver uma interrupção entre a Penúltima e a Última Semanas. Posição muito parecida por interpretes não dispensacionalistas, mas devemos nos lembrar que o próprio autor é dispensacionalista e segue a interpretação pré-tribulacionista das Profecias Bíblicas. No entendimento dele, as 70 Semanas se cumpre integralmente no ano 33 d.C, 458 a.C á 33 d.C. No momento vamos focar nas razões que serão apresentadas para essa data e em outra oportunidade vamos procurar conhecer porque um dispensacionalista segue essa linha de interpretação que considera que a profecia das Semanas se cumpriram no passado sem qualquer interrupção vista pela maioria dos pré-tribulacionistas.

Mas no momento vamos entender um pouco mais as razões do autor com o que foi dito anteriormente por ele:

''Os registros do Novo Testamento deixam claro que o inicio oficial do tempo do Messias foi quando Seu arauto, João Batista, começou ministrar a Israel. Todos os evangelhos começam com a história do ministério de Cristo e Sua apresentação a Israel com o ministério de João Batista (ver Lucas 3, por exemplo).''

O tempo seria entre o ano 26 d.C á 33 d.C (ano da Crucificação), o autor ainda destaca que o próprio Jesus havia confirmado que João Batista havia introduzido o tempo do Messias (Mateus 11.9-13). O autor ainda destaca que João Batista sinalizou o cumprimento da profecia Messiânica com o aparecimento do Messias (Isaías 40.3-5; Mateus 11.9-13). Foi com a mensagem ''está próximo o reino dos céus'' (Mateus 3.2) que João começou seu ministério, Derek cita também a passagem de Atos 1.21,22 onde o batismo de João é apresentado, segundo diz, esse batismo era a missão de João (Mateus 21.45). E assim o autor explica:

''Assim, o cumprimento da profecia de Daniel exige que o início de seu ministério se dê em 26 d.C.''

O autor aponta para o fato do ministério João Batista ser a data mais fortemente enfatizada no Novo Testamento (Lucas 3.1,2) que seria no período de 26 á 36 d.C em que Pilatos governou a Judéia.


II- A DATA CHAVE:

Para a presente posição de Derek há uma data chave para uma nova fase que marca o plano de Deus. O mesmo cita que o cronologia bíblica tem o seu ponto vital nesta data por ela marcar o fechamento da penúltima semana de Daniel e abertura do ministério do Messias, quando o Reino seria iminente. Derek acredita que o Reino seria inaugurado na Primeira Vinda, caso os judeus não O rejeitasse, embora essa rejeição já era prevista, e o próprio autor considera que a rejeição já era prevista.

Vamos continuar com o próprio Derek, uma vez que estamos conhecendo sua posição:

''Bem, Tibério Cesar começou governar como coimperador de Augusto em 12 d.C., e governou sozinho de 14-37 d.C. Ora, a palavra usada para o seu ''reino'' é ''hegemonia'' (governo ou liderança), em vez de ''basileia'' (a palavra comumente usada para ''reino'' exclusivo de um rei). Assim, essa ''hegemonia'' começou em 12 d.C, e seu décimo quinto ano foi em 26 d.C. Dessa forma, João Batista começou anunciar o Messias no momento exato que Daniel havia profetizado como o inicio do tempo da vinda do Messias a Israel!''

Na concepção do autor Daniel havia previsto o tempo do Messias, o ''Príncipe'' que começaria após os 483 anos  que se cumpriram no ministério de João Batista, iniciando no ano 26 d.C e terminando com os 490 anos, no ano 33 d.C com a morte do Messias Jesus.

O argumento continua com Derek dizendo que o ministério de Jesus durou três anos e meio (29 á 33 d.C) e o de João Batista três anos e meio (26 á 29 d.C) que somando dão os 7 anos (26 á 33 d.C). O mesmo aponta para os sete anos da Tribulação (o autor considera que haverá a Grande Tribulação), o período onde também é dividido em duas etapas de três anos e meio cada. Como, na interpretação adotada pelo autor os 490 anos se cumpriram cabalmente na Primeira Vinda, os 7 anos da Tribulação não seria uma interrupção da Penúltima Semana para a Última, mas uma espécie de repetição os últimos sete anos nos tempos de Jesus e João. Como já falamos, iremos tratar disso em outro momento.

Vamos fechar esse artigo, mas não ainda a posição de Derek, uma vez que devemos conhecer mais para entender o porque que ele admite essa data 458 a.C para o início da contagem das semanas, mas no momento ficaremos com o autor concluindo o seu posicionamento com o fechamento das Semanas de Daniel com a morte de Jesus:

''A morte de Cristo em 33 d.C. é amplamente aceita, e também confirmada por escritos históricos seculares, que descrevem a escuridão sobrenatural que cobriu o mundo naquele momento. Entretanto, alguns preferem 30 d.C. por ser o senso comum acreditar que Cristo nasceu em 4 a.C., já que se pensava que Josefo havia estipulado essa data para a morte de Herodes. Como Jesus tinha aproximadamente 30 anos, quando iniciou o Seu ministério de três anos e meio, isso nos daria 30 d.C. como o ano da Cruz. Além disso, apenas 30 e 33 d.C. satisfazem os critérios de uma sexta-feira de lua cheia, como é exigido para a Páscoa. No entanto, estudiosos recentes mostram que Josefo foi mal interpretado, e que a morte de Herodes se deu em 1 a.C., tendo Cristo nascido em 2 a.C. (o que confirma 33 d.C. para a Cruz, já que não há ano 0). Isso concorda com o testemunho consistente dos pais da Igreja, que tiveram acesso a melhores informações.''

FONTE: Profecias do Fim dos Tempos - Volume 1.
AUTOR: Derek Walker.
EDITORA: Rhema Brasil Publicações.

Neste artigo, eu quero compartilhar o que foi citado pelo autor sobre o testemunho secular da escuridão que ocorreu no dia da morte de Jesus citada nos Evangelhos. O artigo é do meu amigo Gabriell Stevenson, o mesmo é pós-graduado em História e ministro do Evangelho.

https://www.linkedin.com/pulse/talo-tertuliano-e-fl%C3%A9gon-tr%C3%AAs-testemunhas-n%C3%A3o-sobre-na-stevenson/


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