O INÌCIO DA GRANDE TRIBULAÇÃO - PARTE I
O INÍCIO DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA
INTRODUÇÃO:
No artigo anterior ''QUANDO COMEÇA A GRANDE TRIBULAÇÃO, apresentamos o argumento do autor Severino Pedro da Silva em seu livro Escatologia, A Doutrina das Últimas Coisas, que o Evento que irá marcar o início da Grande Tribulação será a assinatura do Acordo de Paz conforme o texto de Daniel 9.27.
O pensamento de Severino Pedro não é exclusivista, mas tem a cooperação de grandes nomes do Estudo das Profecias Bíblicas - Escatologia. E dentre eles o Dr John Dwight Pentecost, uma das fontes que temos usado nesta Série.
Pentecost na sua obra ''MANUAL DE ESCATOLOGIA'' ao tratar da Doutrina Bíblica da Tribulação aborda a questão dando a enfase no personagem principal deste Acordo em contraste com o Verdadeiro Príncipe.
Neste artigo iremos, quase que, continuarmos nossa abordagem anterior, mas, acrescentando outros detalhes. O leitor poderá voltar ao artigo anterior para ter uma visão mais ampla do assunto.
I- A BASE DE DANIEL 9.27 PARA O INÍCIO DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA:
''Fica evidente, com base em Daniel 9.27, que a septuagésima semana começa com a aliança feita entre ''muitos'' por uma semana, ou por sete anos.''Como já apresentamos, Pentecost concorda com a visão de que não o Arrebatamento da Igreja, mas a Assinatura do Acordo de Paz que é o Evento que dará o começo da Grande Tribulação. A base para tal afirmação está na própria Profecia das Semanas em Daniel 9.24-27. E neste entendimento Pentecost prossegue:
''Essa ''semana'', seguindo o método de interpretação estabelecido para as 69 semanas, demonstra que esse período terá sete anos de duração''.
No mesmo capítulo onde o autor trata da Doutrina Bíblica da Tribulação onde o Início da Última Semana de Daniel, o mesmo também trata das Semanas em geral. Nesta Série apresentamos algumas posições sobre o começo das Semanas Proféticas que também se iniciaram com um decreto. A controvérsia ficou por conta da data de tal decreto. Para Pentecost tal decreto deve ser considerado o que foi assinado por Artaxerxes em 445 a.C entre os dias 13 e 14 de Março daquele ano.
Quanto ao cumprimento das 69 Semanas Pentecost argumenta:
''Nenhum estudo mais detalhado foi feito a respeito das setenta semanas de Daniel do que o de Sir Robert Anderson [...]. Anderson calcula a cronologia das sessenta e nove semana da seguinte maneira:
''Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas.'' Uma era de 69 ''semanas'', ou 483 anos proféticos, calculados a partir de 14 de Março de 445 a.C., deveria terminar com um acontecimento capaz de satisfazer as palavras ''até ao Ungido, ao Príncipe''.
Pentecost ao citar Robert Anderson concorda que a ''Entrada Triunfal de Cristo em Jerusalém, dias antes de Sua morte, é o acontecimento que satisfaria as palavras citadas acima. Tal acontecimento tem a sua Importância não apenas pelo fato de ser a Última visita do Senhor a Jerusalém, mas porque ainda trata do seu propósito, o ponto de transição de Seu ministério.
A entrada na Cidade Santa naquela ocasião visava a proclamar Sua messianidade e cumprir o Seu destino.
Como Pentecost defende que 445 a.C. é a data que se inicia a contagem das 70 semanas, o termino dos 483 anos se deu no ano 32 d.C. Usando ainda Robert Anderson como exemplo, Pentecost diz:
''E a data disso pode ser apurada. De acordo com o costume judaico, o Senhor foi a Jerusalém no oitavo dia de nisã, ''seis dias antes da Páscoa''. Mas como o dia 14, no qual foi celebrada a última ceia, caiu numa quinta-feira, o oitavo dia teria sido a sexta-feira anterior. Ele deve ter passado o sábado, consequentemente, em Betânia; e, na noite do dia 9, com o término do sábado, o jantar foi tomado na casa de Marta. No dia seguinte, o décimo dia de nisã, Ele entrou em Jerusalém, conforme registrado nos evangelhos.''
No tocante da contagem das 69 semanas terminando no ano 32 d.C. o argumento prossegue:
''A data juliana de 10 de nisã foi domingo, 6 de abril, 32 d.C [...] Qual então foi a extensão do período entre o decreto da reconstrução de Jerusalém e o advento público do ''Ungido, o Príncipe'' - entre 14 de março de 445 a.C. e 6 de abril de 32 d.C.?''
Pentecost converge de alguns dispensacionalistas quanto a data que inicia as Semanas, ele sustenta 445 a.C., outros ainda mantém a mesma posição, ao passo que outros sugerem 444 a.C., e até 458 a.C. por outros. Como na maioria dos estudiosos das profecias, Pentecost também acredita que as Semanas de Daniel não se cumpriram de forma plena, como crer Derek Walker. Para Pentecost e outros tantos é necessário um tempo que não foi visto por Daniel que foi conhecido como ''INTERVALO'' entre a Sexagésima Semana e a Septuagésima Semana, tal intervalo é indeterminado, mas com tempo para terminar.
Sobre a Doutrina dos Intervalos iremos abordar em outra ocasião.
II- OS DOIS PRÍNCIPES DE DANIEL 9.27:
Voltando para o foco da Última Semana de Daniel, tendo estabelecido o Acordo de Paz para o ponta-pé inicial dos 7 anos do período tribulacional, Pentecost faz menção dos dois príncipes da Profecia.
O mesmo cita McClain:
''... existem dois príncipes mencionados: primeiro, o ''ungido'' e, segundo, o ''príncipe que há de vir''. A expressão ''o príncipe que virá'' não pode referir-se ao ''ungido'' pelo simples motivo de que é ''o povo de um príncipe que há de vir'' que destruirá Jerusalém após a morte do Messias. E, visto que agora é simplesmente uma questão histórica que Jerusalém foi destruída em 70 d.C. pelo povo romano, não pelo povo judeu, segue-se que o ''príncipe que há de vir'' não pode ser o Messias judeu, mas algum grande príncipe que surgirá do Império Romano''.
Ao continuar falando deste personagem ''vindo do Império Romano'', Pentecost recorre a Gaebelein:
''Vindo do Império Romano surgirá um futuro príncipe. Esse príncipe ou chefe do quarto império é idêntico ao pequeno chifre de Daniel 7''. Ele ainda será ainda identificado como o ''rei feroz catadura'' de Daniel 8.23, como o rei que ''fará segundo a sua vontade'' de Daniel 11.36, como o ''homem da iniquidade'' de 2 Tessalonicenses 2 e com a ''besta do mar'' de Apocalipse 13.1-10. Visto que todas as alianças feitas pelo Messias com Israel são eternas, o Messias não pode ser aquele que fará a aliança, pois ela será temporária.
Essa aliança, que garantirá a Israel a posse de sua própria terra e a restauração de sua autonomia religiosa e politica, deve ser vista como o falso cumprimento da aliança de Abraão. Essa aliança fará com que muitos em Israel acreditem que o ''homem da iniquidade'' é Deus (2 Ts 2.3). É a proclamação dessa falsa aliança que marcará o início da septuagésima semana.''
Portanto o Príncipe, o Ungido está se referindo ao Nosso Senhor Jesus que veio oferecer o Reino aos judeus no Primeiro Advento, mas sendo Ele rejeitado, tal oferta foi adiada para os Últimos Dias, mas antes surgirá o Príncipe que há de vir, o falso messias, conhecido como o anticristo.
III- O PLANO DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA:
Pentecost cita mais uma vez McClain que aponta para seis características desse plano, resumindo bem sua relação com o quadro profético:
''1. A septuagésima semana é um período de sete anos que se estende profeticamente entre a translação da igreja e o retorno de Cristo na Sua glória.
2. A septuagésima semana também dá a exata cronológica para os grandes acontecimentos registrados nos capítulos de 6 a 19 do livro de Apocalipse.
3. A septuagésima semana terá início com a realização de uma ''firme aliança'' entre o futuro príncipe romano e o povo judeu.
4. No meio da septuagésima semana, o príncipe romano reverterá subitamente sua postura amistosa para com os judeus e fará ''cessar os sacrifícios''.
5. A quebra da ''firme aliança'' entre os judeus e o príncipe romano iniciará um período inigualável de ''desolações'' para o povo judeu.
6. O final desse período de sete anos trará o fim de a série das setenta semanas e consequentemente introduzirá as grandes bençãos prometidas para Israel em Daniel 9.24.''
Acredito que podemos encerrar esse assunto quanto ao evento que marca o início da Última Semana de Daniel, a assinatura do Acordo de Paz entre o anticristo e o povo judeu. Tal acontecimento com outros que irão suceder irão marcar os sete anos da Grande Tribulação.
No nosso próximo artigo iremos abordar outros pontos referentes ao período Tribulacional, discutiremos a respeito da Construção do Terceiro Templo, um dos pontos fundamentais desta aliança de Daniel 9.27.
FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.
AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST.
EDITORA: VIDA.