OS GENTIOS NA TRIBULAÇÃO - PARTE III
UMA ALIANÇA CONTRA O GOVERNO MUNDIAL DOS ÚLTIMOS DIAS
INTRODUÇÃO:
O estudante das Profecias Bíblicas para os tempos do fim precisa compreender que o Governo Mundial que surgirá no período da Tribulação não terá apoio total das nações. No artigo anterior vimos que esse governo surgirá nos moldes do antigo Império Romano, ele se levantará com o apoio de dez reis (reinos/nações) que darão apoio ao Governo Mundial.
As Escrituras por outro lado também nos apontam que esse governo mundial será repleto do seu início ao seu fim (Daniel 9.26,27). O segundo selo aberto aponta para esse período, o cavaleiro vermelho que representa a guerra e que será enviado para tirar a paz da terra (Apocalipse 6.3).
As profecias indicam tais guerras para esse tempo no qual o anticristo estará governando.
A guerra ou guerras não se limitam apenas as perseguições que serão orquestradas pelo governo mundial contra os judeus e os gentios convertidos durante aqueles 7 anos futuros. Elas também inclui a oposição que se levantará contra Aquele governo mundial dos Últimos Dias. E entender essa parte das profecias é de grande importância na clareza da Escatologia Bíblica.
Assim, separamos dentro da nossa Série que trata sobre o tempo da Grande Tribulação, uma sequência especial para abordarmos esse assunto. Daremos uma atenção especial sobre a profecia de Ezequiel dos capítulos 38 e 39 - a identidade de Gogue e Magogue, que é um pilar das profecias dos tempos do fim.
Para isso iremos fazer nosso trabalho de pesquisa utilizando nossos autores que já temos trabalhado aqui e alguns que serão acrescentados.
E assim iniciamos nossa abordagem:
I- OS PODERES ALIADOS CONTRA O IMPÉRIO ROMANO NOS ÚLTIMOS DIAS:
Para início do tema em questão vamos recorrer mais uma vez ao Dr. Pentecost. No capítulo sobre os gentios na Tribulação do Manual de Escatologia, ao tratar sobre as características do governo mundial, ele nos chama atenção:
''Como cada um dos sucessivos poderes tinham inimigos que desafiavam seu direito de governar, assim também, na época do fim do poder gentílico mundial, haverá reinos e federação de nações que desafiarão a autoridade do Império Romano.''
Nessa mesma linha, Severino Pedro da Silva destaca:
''As Escrituras predizem que nos tempos do fim, a exemplo do passado, quatro grandes poderes se levantarão sobre a terra. Os quatro poderes que Daniel presenciou (7.1 e ss) levantando-se do mar (Babilônia, Medo-Persa, Greco-Macedônio e Roma Imperial), serão revividos novamente no fim do tempo. Estas potências, porém, trarão outros nomes..."
Serão quatro confederações lutando pelo poder mundial. Pentecost discorre sobre elas da segunda forma:
''A confederação do norte. O primeiro poder a levantar-se contra a autoridade da besta e seus exércitos, o Império Romano, é a grande confederação do norte. Essa confederação é referida em Ezequiel 38.1-39.25 (cf. 38.15;39.2); Daniel 11.40; Joel 2.1-27 (cf. 2.20); Isaías 10.12; 30.31-33; 31.8,9.
A principal passagem sobre essa confederação se encontra em Ezequiel 38.2-6. O problema aqui é identificar Gogue e Magogue, junto com as nações aliadas. O problema é parcialmente explicado pela leitura da visão revisada (em língua inglesa): ''Filho do homem, volve o teu rosto contra Gogue, da terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal.'' Em relação ao ''príncipe e chefe'' ou príncipe de Rôs'' (Versão revisada).''
Pentecost prossegue citando Kelly:
''É verdade que [...] [Rôs], quando o contexto exige que seja substantivo comum, significa ''cabeça'' ou chefe''; mais é nesse sentido que nos confunde nessa passagem. Não há dúvida então de que deve ser um nome próprio, e aqui não de um homem, como em Gênesis 36.2, se a leitura comum for adotada, mas de uma raça. Isso oferece imediatamente um sentido coerente, reforçado pelo termo que o precede, assim como por aqueles que seguem [...] Meseque e Tubal confirmam [...] o significado de [Rôs] como adjetivo gentílico [Rôs].''
Pentecost nos diz que o príncipe de Rôs é chamado de Gogue na profecia. E ainda ele diz que devemos entender que Gogue é o nome dado ao líder dessa confederação e a sua terra é chamada Magogue, sendo composta por três partes: Rôs, Meseque e Tubal.
Antes de prosseguir com o pensamento de Pentecost, vamos voltar um pouco para Severino Pedro da Silva e fazer uma rápida identificação dos quatro poderes mundial na Grande Tribulação:
''O poder do Norte (Ezequiel capítulos 38,39); o poder do Sul (Daniel capítulo 11.40); o poder do Oriente (Daniel capítulo 11.44 e Apocalipse 16.12); e o poder do Ocidente - o Império Romano (Apocalipse 13.1 e ss.).''
Voltando para Pentecost, ele cita Gaebelein na identificação dos nomes da profecia de Ezequiel 38:
''Com base em Gênesis 10.2, sabemos que Magogue foi o segundo filho de Jafé. Gômer, Tubal e Meseque também foram filhos de Jafé; Togarma foi neto de Jafé, o terceiro filho de Gômer. A terra de Magogue localizava-se no que chamamos hoje Cáucaso e estepes adjacentes. E os três - Rôs, Meseque e Tubal - foram chamados de citas pelos antigos. Vagavam como nômades nas terras ao redor e ao norte do mar Negro e do mar Cáspio, e eram conhecidos como bárbaros mais selvagens. [...] Cuidadosa pesquisa demonstrou o fato de que [...] Rôs é a Rússia [...] O príncipe de Rôs, significa, então, o príncipe ou rei do império Russo.''
Outros autores seguem essa mesma linha de identificação. Alguns diferem quanto ao tempo do cumprimento desta profecia. Estamos vendo que John Dwight Pentecost vê esse cumprimento durante os sete anos tribulacionais.
II - A RÚSSIA E A CONFEDERAÇÃO DO NORTE:
''A próxima guerra não será com os árabes, mas com os russos'' declarou em 1968 o General Moshe Dayan''. É dessa forma que Severino Pedro da Silva começa seu argumento favorecendo também a identidade de Gogue e Magogue em relação a Rússia, ele continua:
''Gogue tem sido identificado, de variados modos, por historiadores tanto do passado como do presente. Alguns já tentaram identificá-lo com Giges, rei da Lídia, que é chamado de Gûgu nos registros do Monarca Assurbanípal, e com o nome geográfico, Gagais, referido nas cartas de Tellel-Amanna como país de bárbaros. Nos escritos de Ras Shamra achou-se um deus, Gaga, identificação esta que também tem sido sugerida como identificação para o comandante do Norte.''
A identificação em relação á Rússia também foi proposta por Pentecost como vimos. Para reforçar essa posição Dwight recorre a Bauman com uma identificação mais pormenorizada:
''Magogue fi o segundo filho de Jafé (Gn 10.1,2), um dos três filhos de Noé. Antes do alvorecer da história secular, esses descendentes parecem ter habitado exclusivamente a região do Cáucaso e do norte da Armênia.
[...] É interessante observar que a própria palavra ''Cáucaso'' significa ''forte de Gogue'' [...]
Josefo [...] disse: ''Magogue fundou aqueles que por causa deles viriam a ser chamados magoguitas, mas pelos gregos eram chamados de citas'' [...] A própria tradução cita reza que seus ancestrais se originavam de Arexes, na Armênia. Isso concorda com o registro divino que coloca os descendentes imediatos de Noé na Armênia. Ao longo da história, os citas (magoguitas) devem ter migrado para o norte em tempos primevos. Historiadores concordam em que os magoguitas estavam divididos em duas raças distintas, uma jafética, ou européia, e outra turiana, ou asiática.
A raça jafética compreendia aqueles que os gregos e romanos chamavam sármatas mas, que, em tempos modernos, são chamados russos ou eslavos. Os sármatas eram uma mistura de medos e citas que se uniram e emigraram em pequenos bandos para a região do mar Negro estendendo-se do Báltico aos montes Urias.
A raça turaniana compreendia esses magoguitas asiáticos (citas) que habitavam no grande planalto da Ásia Central [...] Hoje seus descendentes são conhecidos como tartaros, cossacos, finos, calmucos e mongóis.
[...] Se lexicógrafos da atualidade forem consultados quanto á nação que representa ''Rô''s, quase todos eles, junto com a maioria dos expositores, respondem Rússia.
[...] Gesenius, cujo o léxico hebraico jamais foi superado, diz que ''Gogue'' é ''sem dúvida os russos''. Ele declarou que ''Rôs'' era uma designação para as tribos que naquela época ocupavam a região ao norte das montanhas Taurus, habitantes da vizinhança do Volga, ele acreditava que nesse nome e nessa tribo temos o primeiro vestígio na história de que ''Russ'', ou nação russa.
Gesenius também identificou ''Meseque'' como Moscou, a capital da Rússia moderna na Europa. Ele identificou ''Tubal'' como Tobolsk, a primeira província da Rússia asiática a ser colonizada e também a cidade em que Pedro, o Grande, construiu o velho forte com base no padrão de Kremlin em Moscou. Moscou indica a Rússia na Europa, e Tobolsk indica a Rússia na Ásia.''
Acrescentaremos a identificação com a posição de Severino Pedro da Silva neste comentário:
''Em Ezequiel capítulos 38 e 39 fala-se de Gogue, Magogue, Meseque e Tubal. Meseque e Tubal são nomes associados e eram tribos da Ásia Menor, conhecidas pelas suas inscrições cuneiformes (forma de cunha) e pela História de Heródoto, onde aparecem juntas como Moscoi e Tibarenoi.
O doutor C.I. Scofield diz que ''Gogue é o príncipe e Magogue a sua terra''. É a panela de ferver, cuja a face está para a banda do Norte - norte de Israel (Jr 1.13).
Severino Pedro cita Heródoto que mencionou no século V a.C, que identificou Meseque e Tubal com os povos chamados muschovitas, que viviam naquela época na antiga província do Ponto, no Norte da Ásia Menor, que também fora identificados como sendo Frígia e Capadócia. (Leia 2 Reis 17.24).
Flávio Josefo, historiador judaico do século I d.C., afirma que estas regiões ocupadas por essas tribos, correspondem aos antigos citas e tártaros, que são os russos.
Severino Pedro menciona ainda:
''Meseque converteu-se em Moskva (Moscou), como diz em russo, e Tubal é moderno nome de Tobolsk."
Parece que Ezequiel tinha bastante conhecimento e intimidade com esse povo quando descreveu Gogue como sendo o ''...príncipe e chefe de Meseque e Tubal'' (Ez 38.3).
Voltamos para Pentecost para concluímos esse tópico:
'' [...] o Bíblical and theological dictionary (Dicionário Bíblico de Teologia). Nele lemos: ''Magogue significa o país ou o povo, e Gogue o rei daquele país; o nome geral das nações do norte da Europa e da Ásia, ou distritos ao norte de Cáucaso, próximo ao monte Taurus''.
A The new Schaff-Harzog encyclopedia of relgious knowledg (A Nova Enciclopédia Schaff-Harzog de Conhecimento Religioso) diz o seguinte: ''Uma localização geográfica mais restrita colocaria a moradia de Magogue entre a Armênia e a Média, talvez ás margens do Araxes. Mas o povo parece ter-se estendido mais ao norte pelo Cáucaso, preenchendo ali o extremo horizonte norte dos hebreus (Ez 38.15;39.2). É assim que Meseque e Tubal são geralmente mencionadas nas inscrições assírias.''
Para Dwight Pentecost a identificação de Rôs como a Rússia atual parecia estar bem autenticada e geralmente aceita.
A profecia de Ezequiel declara que uma aliança haveria entre Magogue e ''e muitos povos contigo'' (Ezequiel 38.15). Isso mostra como é encontrado em algumas notas marginais adotadas pelos revisores em Ezequiel 38.7, ''serve-lhe de guarda'', mostra o lugar de projeção que a Rússia ocupará nos Últimos Dias.Severino Pedro cita Heródoto que mencionou no século V a.C, que identificou Meseque e Tubal com os povos chamados muschovitas, que viviam naquela época na antiga província do Ponto, no Norte da Ásia Menor, que também fora identificados como sendo Frígia e Capadócia. (Leia 2 Reis 17.24).
Flávio Josefo, historiador judaico do século I d.C., afirma que estas regiões ocupadas por essas tribos, correspondem aos antigos citas e tártaros, que são os russos.
Severino Pedro menciona ainda:
''Meseque converteu-se em Moskva (Moscou), como diz em russo, e Tubal é moderno nome de Tobolsk."
Parece que Ezequiel tinha bastante conhecimento e intimidade com esse povo quando descreveu Gogue como sendo o ''...príncipe e chefe de Meseque e Tubal'' (Ez 38.3).
Voltamos para Pentecost para concluímos esse tópico:
'' [...] o Bíblical and theological dictionary (Dicionário Bíblico de Teologia). Nele lemos: ''Magogue significa o país ou o povo, e Gogue o rei daquele país; o nome geral das nações do norte da Europa e da Ásia, ou distritos ao norte de Cáucaso, próximo ao monte Taurus''.
A The new Schaff-Harzog encyclopedia of relgious knowledg (A Nova Enciclopédia Schaff-Harzog de Conhecimento Religioso) diz o seguinte: ''Uma localização geográfica mais restrita colocaria a moradia de Magogue entre a Armênia e a Média, talvez ás margens do Araxes. Mas o povo parece ter-se estendido mais ao norte pelo Cáucaso, preenchendo ali o extremo horizonte norte dos hebreus (Ez 38.15;39.2). É assim que Meseque e Tubal são geralmente mencionadas nas inscrições assírias.''
Para Dwight Pentecost a identificação de Rôs como a Rússia atual parecia estar bem autenticada e geralmente aceita.
III- OS ALIADOS DA CONFEDERAÇÃO DO NORTE:
Assim temos a Pérsia como a primeira nação federada com a Rússia (Ezequiel 38.5), aqui trata do antigo domínio Persa, atualmente o Irã.
Temos o segundo aliado, a Etiópia, esse nome foi usado na Bíblia nove vezes, de acordo com Yong, em referência á área na África, e onze vezes em referência á terra de Cuxe, região da Arábia.
Para Bauman Cuxe não era a Etiópia, mas uma nação situada em algum lugar contíguo da Pérsia.
O terceiro aliado é a Líbia da Africa, a profecia indica um exército em marcha diretamente pelas terras onde as forças hostis de Gogue estarão reunidas. Esse exército poderoso e inumerável teria que marchar pela Arábia e pela Palestina até a terra de Gogue, e depois retorna e marcha de volta com Gogue para a terra da Palestina com o propósito de lutar contra o inimigo de Gogue.
Também é chamado de Pute, podendo estar localizada adjacentemente á Pérsia ou ao Irã.
Falaremos um pouco agora sobre o quarto aliado, Gômer, a teoria geral, e há evidências que seja a atual Alemanha. Gaebelein diz que o Talmude refere-se a Gômer como terem migrado para o norte e fixou em partes da Alemanha pareceu ser bem demonstrado. Essa posição é apoiada pela maioria dos comentaristas e historiadores.
O quinto aliado da Rússia é denominado como Togarma, sendo geralmente identificado como a Turquia ou a Armênia apesar de estender-se um pouco até incluir a Ásia Central. Pentecost cita Rimmer:
''Geograficamente, Togarma sempre foi a terra que agora denominamos Armênia. É assim chamada nos registros da Assíria. Tenho certeza de que nenhuma pessoa informada tenderia desafiar essa identificação específica, já que as crônicas assírias são amplamente apoiadas por escritores antigos como Tácito. Aliás, toda a literatura armênia refere-se á terra e ao seu povo como ''A Casa de Togarma'', e eles têm uma tradição ininterrupta que antecede sua literatura em vários séculos, ligando-os ao neto de Jafé.''
Bauman acrescenta que Togarma, talvez fosse as tribos tucormanas da Ásia Central, junto com a Sibéria, os turcos e os armênios.
Togarma e todos os seus bandos [...] dificilmente serão outros senão as grandes siberianas que se espalharam do norte da Ásia até o Oceano Pacífico.
O que se sabe onde esse povo se estende além da Turquia ou da Armênia não pode ser apurado, mas pode incluir aos povos federados á Rússia.
A Conclusão de Pentecost é a seguinte:
''Com base na profecia de Ezequiel, aprende-se que haverá uma grande confederação, conhecida como a confederação do norte, sob a liderança de alguém que surge da terra de Magogue - a Rússia. Aliado á Rússia estarão o Irã (Pérsia), certos estados árabes (Pute ou Etiópia), a Alemanha e alguns povos asiáticos conhecidos como Togarma, que podem incluir uma união considerável de poderes asiáticos. Essa não é uma lista tão completa como se vê em Ezequiel 38.6: ''e muitos povos contigo''. Essa profecia provê uma considerável aliança de poderes junto com a Rússia que resistirá contra Israel e o Império Romano nos últimos dias.''
Para uma melhor e mais ampla compreensão sobre o assunto indico a leitura do Livro Israel, Gogue e o Anticristo de Abraão de Almeida, lançado pela CPAD.
No próximo artigo continuaremos com a nossa abordagem com as confederações do Leste (Oriente) e Sul.
FONTES:
Manual de Escatologia
Autor: John Dwight Pentecost
Editora: Vida.
Escatologia, a Doutrina das Últimas Coisas
Autor: Severino Pedro da Silva
Editora: CPAD.