OS GENTIOS NA TRIBULAÇÃO - FINAL
UMA ALIANÇA CONTRA O GOVERNO MUNDIAL DOS ÚLTIMOS DIAS
PARTE 2
INTRODUÇÃO:
Anteriormente vimos que uma confederação vindo do Norte tendo a Rússia como cabeça irá se opor ao governo mundial exercido na Grande Tribulação. Quanto á Rússia, é importante que o leitor estude mais afinco as passagens de Ezequiel 38 e 39 com o auxílio de vários comentaristas e expositores das Escrituras proféticas. Há divergências não apenas quanto a identidade da Rússia, visto que a maioria concorda que seja ela, e também quanto a época da invasão profetizada. O que sabemos que será uma invasão contra Jerusalém. Em outra oportunidade iremos ampliar esse assunto, agora daremos continuidade ao nosso assunto sobre uma aliança de oposição ao anticristo e seu governo.
Como foi apresentado por Severino Pedro da Silva no artigo anterior, haverão quatro impérios mundiais nos Últimos Dias: Norte, Sul, Oriente e Ocidente. Sendo que três deles serão opostos ao governo mundial, pelo menos nos três primeiros três anos e meio do período Tribulacional. Desses três já falamos do Norte, falaremos a partir de agora das confederações do Oriente e do Sul.
I- OS REIS DO LESTE - ORIENTE:
John Pentecost aponta a referência de Apocalipse 16.12 para essa profecia. Ele diz que a Palestina naqueles dias se tornará o palco das atividades do anticristo e seus exércitos. E essa mesma Palestina será invadida por um grande exército vindo dalém do Eufrates, conhecidas como as ''forças dos reis do Leste''.
Vimos que a primeira confederação vem do Norte, essa agora é a segunda grande aliança que desafiará a autoridade da Besta.
Pentecost volta a citar Scott em relação á passagem de Apocalipse 16.12:
''O Eufrates formou o limite no leste da conquista romana e a fronteira leste da Palestina ampliada do futuro. Ele sempre foi uma barreira geográfica - uma defesa natural que separa o oeste do leste [...] A barreira é retirada por esse ato de juízo, para que as nações orientais possam lançar se mais rapidamente sobre Canaã.
[...] a razão do juízo divino sobre o rio é ''para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol'' [...] não é o rei do Leste, mas do lado do leste - povos do lado oriental do Eufrates - que estão em questão.''
Pentecost concluí que a confederação do Leste - Oriente se tornará a segunda grande força em oposição ao governo gentílico dos Últimos Dias. Essa confederação será composta pela união das nações asiáticas, que se ajuntarão contra a ameça do domínio mundial pelo cabeça do Império Romano.
E ainda sobre esse assunto, alguns estudiosos apontam que a estiagem profetizada em Apocalipse é a mesma do império turco. Para Finis Jennings Dake, isso está distante da verdade, o mesmo aponta para sete razões de que não se trata do império turco:
''1. Tal interpretação acaba com o sentido literal.
2. Se ela se refere á estiagem do império turco, então todos os selos, trombetas e as cinco primeiras taças já se cumpriram. Isto é o oposto do fato de que tudo o que está escrito em Ap dos cap. 4-22 deve acontecer depois do arrebatamento.
3. Só porque o império turco se tornou pequeno não é a prova de que isso seja o cumprimento da sexta taça. Não há relação entre os dois fatos nas Escrituras.
4. Todas as outras passagens sobre o rio Eufrates são literais. Ele nunca é usado como símbolo nas Escrituras.
5. Todos os outros juízos dos selos, das trombetas e das taças são literais.
6. Nenhum rei do Oriente chegou a percorrer o império turco seco e não há indício nas Escrituras de algo do tipo.
7. A estiagem do Mar Vermelho e do Rio Jordão é literal, então, por que esta não pode ser?''
Shedd relata que Heródoto conta assim a história da queda da antiga cidade de Babilônia. O Eufrates corria pelo meio da cidade, entrando e saindo por baixo das muralhas. Foi então em 539 a.C. quando os persas fizeram um desvio do rio. O leito antigo se transformou em estrada aberta para o exército de Ciro penetrar na cidade.
Shedd aponta para o futuro:
''Assim também virá de maneira inesperada a invasão da herdeira da civilização pagã, seja Roma, seja o centro do império do anticristo.''
II- O REI DO SUL:
A passagem de Daniel 11.40 trata de um rei que virá do Sul:
''E, no fim do tempo, o rei do Sul lutará contra ele, e o rei do Norte, o acometerá com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios, e entrará nas terras, e as inundará, e passará.''
Para Dake essa passagem definitivamente identifica o tempo do cumprimento do propósito principal da visão (Daniel 11.40; 8.19; 9.27; 11.35-45; 12.1,7-13). Para ele a visão se refere ao fim do poder do mundo gentio, simbolizado pela imagem do capítulo 2 de Daniel e das bestas-feras de Daniel 7 e 8, como ainda Apocalipse 13 e 17.8-17.
''No fim desta era, na qual vivemos, deverá o rei do Sul (Egito) se envolver em combate com o rei do Norte (Síria), veja que Dake aponta para a Síria como a identidade da nação cabeça da confederação do Norte, virá contra ele (que é o rei do sul) com o seu exército e com navios. Ele invadirá muitos países e avançará por eles como uma inundação (v.40).''
Já Charles Ryrie fala que no período da Tribulação o rei do Sul e o rei do Norte tentarão um ataque combinado contra o anticristo. Ele acrescenta ainda que ao ser ameaçado por esses exércitos, o anticristo volta á Palestina, onde estabelecerá seu quartel general entre Jerusalém e o mar mediterrâneo (Daniel 11.45). Caminhando para o fim do império gentílico mundial dos Últimos Dias por ocasião da Segunda Vinda (Apocalipse 19.11-21).
O rei do Sul é a terceira oposição ao governo mundial, ele avançará sobre a Palestina iniciando o movimento das nações que resulta na sua destruição.
Pentecost também aponta esse rei como um aliado do rei do Norte, uma vez que de acordo com a profecia de Daniel 11.40 ambos invadirão a Palestina simultaneamente. Para Pentecost esse rei do Sul é identificado como sendo o Egito, que é a concordância geral entre os intérpretes. Uma vez que o Egito é frequentemente mencionado nas Escrituras como a terra do sul.
Vamos concluir esse assunto com Pentecost e sua conclusão:
''A união das nações gentílicas no período da tribulação, descobrimos: 1) uma federação de dez reinos que se tornou a forma final do quarto reino ou Império Romano sob a liderança da besta (Ap 13.1-10); 2) uma confederação do norte, a Rússia e seus aliados; 3) uma confederação do leste ou asiática e 4) um poder da Africa do Norte. Os movimentos desses quatro poderes aliados contra a Palestina no período da tribulação são afirmados claramente nas Escrituras e constituem um dos principais temas proféticos.''
Assim a Série Escatológica - Grande Tribulação encerra o tema em relação as profecias para os gentios nesse período. Nossos próximos artigos irão desenvolver as profecias relacionadas aos judeus - Israel no período Tribulacional. Sempre lembrando que na Grande Tribulação Deus irã tratar diretamente com os judeus e com os gentios. A Igreja estará ausente da terra neste tempo.
FONTES:
Manual de Escatologia
Autor: John Dwight Pentecost
Editora: Vida.
Bíblia de Estudos Dake.
Autor: Fini Jennings Dake.
Editora: Atos.
Bíblia de Estudos Shedd.
Autor: Russel Shedd.
Editora: Vida Nova.
Bíblia Anotada.
Autor: Charles Caldwell Ryrie.
Editora: Mundo Cristão.