ISRAEL NA TRIBULAÇÃO - PARTE I
O SERMÃO DO MONTE DAS OLIVEIRAS - PARTE 2.
INTRODUÇÃO:
Iniciamos esse assunto mostrando que há uma cronologia detalhada nesse sermão e as três perguntas dos discípulos no mesmo. John Dwight Pentecost e outros dispensacionalistas comentaram muito sobre essas questões, e as mesmas já foram vistas no tópico anterior onde introduzimos o assunto.Continuaremos ainda detalhando outras partes deste Sermão, investigando a interpretação do mesmo e entraremos no período tribulacional. Depois daremos prosseguimento nos próximos artigos postriores.
I- A INTERPRETAÇÃO DO SERMÃO:
O ponto chave para o entendimento dessa passagem é o seu método de interpretação. Pentecost cita novamente Gaebelein, e três métodos são apresentados:"A interpretação mais difundida dessa parte do sermão é que tudo foi cumprido no passado. A grande tribulação é coisa do passado, e o Senhor Jesus voltou na destruição de Jerusalém. Esse é um método insensato de espiritualização, que comete grande violência á Palavra de Deus [...]
Outro método de explicar as primeiras previsões do sermão profético é aplicá-las á era cristã no qual vivemos [...]
Alguns intérpretes dizem que o Senhor se refere a toda essa era cristã e especialmente seu fim. Então afirmam que a Igreja deverá permanecer na terra nessa consumação do século e passar pela grande tribulação, e portanto as exortações contidas no capítulo são destinadas aos crentes que vivem no fim dos séculos [...]
Resta um terceiro modo de interpretar as palavras do nosso Senhor: é ver as previsões sobre o fim da era judaica como futuras. Essa é a unica chave correta para entender esses versículos [...] o sermão profético de nosso Senhor é uma previsão de como a era judaica terminará."
Esses métodos de interpretação refletem o amilenarismo, o pós-tribulacionismo e o pré-tribulacionismo.
Tais métodos já foram apresentados nesta Série e se encontra disponíveis.
II- O PERÍODO TRIBULACIONAL:
Em Mateus 24.4-26 é tratado o primeiro acontecimento no plano de Israel para o fim dos séculos. Uma divergência de opinião entre os defensores do arrebatamento pré-tribulacionista quanto á sua cronologia.Chafer tem a opinião de que a seção refere-se aos acontecimentos da atual era da Igreja, anteriores ao começo da sétima semana e chamados ''o princípio das dores'', já os versos de 9-26 dizem a respeito ao período tribulacional.
Scofield acredita que a passagem possue dupla interpretação, uma aplicável á era da Igreja e outra á Tribulação.
English opina que os versos de 4 a 14 de Mateus 24 referem-se a primeira metade da semana, o começo do fim; e os de 15 ao 26 referem-se á segunda metade, a grande tribulação, vindo depois o fim.
Uma quarta opinião entende que os versículos de 4 a 8 referem-se á primeira metade da tribulação e os 9-26 á segunda metade da semana.
Pentecost aponta que a coerência no método de interpretação aparentemente eliminaria qualquer aplicação dessa porção á Igreja ou á sua Era, uma vez que o plano de Deus visa Israel. A diferença entre interpretação e aplicação também aparentemente eliminaria a opinião dupla na aplicação da passagem.
Pode-se ver evidências de opinião de que a primeira metade da semana é descrita nos versos 4-8. Tal paralelismo é feito com o capítulo 6 de Apocalipse, parece que a primeira metade da tribulação é tratada aqui.
Gaebelein sugere que se a interpretação estiver correta, a passagem de Mateus 24.4-8 e o sexto capítulo de Apocalipse tem perfeita harmonia.
English observe o paralelismo apontando que o primeiro selo é aberto revelando um homem sentado num cavalo branco, saindo para conquistar com um arco, Tal visão não aponta para Cristo que também virá num cavalo branco, tal homem no capítulo 6 de Apocalipse é um falso cristo estabelecendo uma paz temporária. Mateus 24.5 adverte sobre os falsos cristos que viriam em Seu nome.
O segundo selo que apresenta um homem num cavalo vermelho que toma a paz da terra, a conexão com Mateus 24 se torna visível nos versos 6 e 7 onde guerras e rumores de guerras, nações se levantando contra nações.
No terceiro selo aparece um homem no cavalo negro com uma balança na mão, indicando a fome. O paralelismo novamente é encontrado com o verso 7 de Mateus 24.
O quarto selo destaque um homem num cavalo amarelo, e o nome se chama Morte, e a quarta profecia em Mateus 24 fala sobre pestes e terremotos.
E o quinto selo relaciona-se com os que foram mortos pela Palavra de Deus e choram sob o altar pedindo justiça. E vemos uma conexão com Mateus 24. 9 ''sereis atribulados, e vos matarão''.
Os indícios de que os versículos de 9-26 apontam para a última metade da semana:
1. O abominável da desolação (24.15) é claramente afirmada em Daniel 9.27 como uma ocorrência no meio da semana indo até o fim do período tribulacional.
2. O termo ''então'' no versículo 9 pode estar relacionado com as grandes perseguições contra Israel que estão descritas em Apocalipse 12.12-17.
O Senhor apresentou uma cronologia dentro dos acontecimentos do período tribulacional, e ela pode ser determinada assim:
1. Na primeira metade da semana Israel sofrerá os castigos dos versos 4-8 (os selos de Ap 6), apesar de viver em relativa segurança sob a falsa aliança (Dn 9.27).
2. No meio da semana ocorrerá a perseguição (Mt 24.9; Ap 12.12-17) por causa do Desolador (Mt 24.15; 2 Ts 2; Ap 13.1-10), que levará Israel a fugir da sua terra (Mt 24.16-20).
3. O Israel infiel será enganado pelo falso profeta (Mt 24.11; Ap 13.11-18) e entrará em apostasia (Mt 24.12; 2 Ts 2.11).
4. O Israel fiel será um povo de testemunho, levando as boas novas de esses acontecimentos prenunciam a aproximação do Messias (Mt 24.14).
5. Esse período terminará com o segundo Advento do Messias (Mt 24.27).
Pentecost propõe que esse parece ser o resumo que o Senhor fez da cronologia do período tribulacional.
Entender o Sermão do Monte das Oliveiras usando o método de interpretação dispencionalista-pré-tribulacionista e ver os acontecimentos em relação ao fim da era judaica dão uma interpretação mais segura e coerente com as Escrituras.
No próximo artigo iremos trabalhar ainda neste Sermão nos tópicos sobre o Segundo Advento do Messias, o ajuntamento de Israel e as parábolas ilustrativas.
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: John Dwight Pentecost.
EDITORA: VIDA