ISRAEL NA TRIBULAÇÃO - PARTE II

O SERMÃO DO MONTE DAS OLIVEIRAS - PARTE 3

INTRODUÇÃO:

Já fizemos uma abordagem em relação ao Sermão com respeito ao seu cenário, o mesmo foi pronunciado dois dias antes da morte do Senhor. Os judeus são o alvo das profecias ali contidas, sem exclui os gentios. As perguntas dos discípulos são claramente respondidas nas passagens paralelas de Marcos 13 e Lucas 21.
Quanto a interpretação do Sermão é aconselhável que se adote o sistema pré-tribulacionista e entenda que as profecias apontam para o futuro da nação de Israel. Ainda que uma parte do mesmo teve seu cumprimento na invasão romana do ano 70 d.C.
Os sinais apontados por Jesus no sermão fazem eco com os selos de Apocalipse, podendo ser os primeiros três anos e meio de um total de sete, tempo esse compreendido para a Grande Tribulação.
O Sermão do Monte das Oliveiras segue uma cronologia de acontecimentos proféticos.

Seguimos agora essa cronologia trabalhando em relação a Segunda Vinda, o Ajuntamento de Israel e as Parábolas Ilustrativas.

I- A SEGUNDA VINDA DO MESSIAS:

A cronologia do Sermão segue-se após o período tribulacional acrescentando o Segundo Advento (Mateus 24.37-40). Observamos que vários acontecimentos estão relacionados com esse Evento:

1. A Segunda Vinda acontecerá ''imediatamente após a tribulação daqueles dias''. (v.29).
2. Os acontecimentos do período tribulacional serão encerrados pela Segunda Vinda.
3. A Segunda Vinda será precedida por um sinal (v.30). Tal sinal não nos é revelado, embora que muitos sinais serão vistos durante a Grande Tribulação, mas o sinal da Segunda Vinda é singular e o mesmo anunciará o Advento do Messias.
3. A Segunda Vinda será repentina (v.2).
4. A Segunda Vinda será gloriosa e poderosa e vista por toda a terra (v.30).

Vale salientar que a Segunda Vinda é distinta do Arrebatamento, embora que os dois eventos estão dentro de um mesmo programa profético.

II- O AJUNTAMENTO DE ISRAEL:

É proposto que esse acontecimento seguirá logo após a Segunda Vinda. De acordo com o v.31 o Messias ajuntará os escolhidos judeus vivos da Grande Tribulação. Eles foram espalhados por causa da ira de satanás (Apocalipse 12.12), por causa da desolação do anticristo (Mateus 24.15). 
As promessas das Alianças anteriores garantem esse ajuntamento futuro (Deuteronômio 30.3,4; Ezequiel 20.37,38; 37.1-14). Os anjos serão encarregados de fazer tal ajuntamento. 
A expressão eleitos do v.31 faz referência aos santos do plano com qual Deus está lidando, isto é, Israel (Daniel 7.18,22,27).

III- AS PARÁBOLAS ILUSTRATIVAS:

O método de ensino por parábolas não deixou de ser usado por Jesus na narrativa do Sermão do Monte das Oliveiras. Ele interrompe a cronologia dos acontecimentos futuros para exortar aqueles que testemunharão tais acontecimentos. Ele tem um caráter prático e as instruções estão nos vs 32-51. A parábola da figueira (vs32-26). Quanto a essa parábola, Chafer comenta:

''Não há dúvida que a figueira representa e outras passagens a nação de Israel (Mateus 21.28-20), mas não há razão para que esse significado seja buscado nesse uso do símbolo. Quando as coisas que Cristo falou, incluindo-se o começo da tribulação, começarem acontecer, pode-se aceitar como certeza que Ele está perto, ás portas.''

Os sinais com seus cumprimentos foram dados nos versículos anteriores, e que declaravam a Vinda do Messias tão claramente quanto as novas folhas na figueira proclamando a chegada do Verão.

Quanto a parábola da figueira há uma diferença de opinião sobre sua interpretação, tal diferença vem dos dispensacionalistas. E divergência está no termo geração que foi usado por Jesus na parábola.

Alguns afirmam que a geração referida foi aquela que viu a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.
Outros adotam a opinião que ela faz referência ao futuro, aqueles que estarão testemunhando os sinais descritos no Sermão Profético do Monte das Oliveiras e os mesmos verão a Segunda Vinda. Quanto a isso, Pentecost se opõe dizendo que se torna quase desnecessário afirmar esse fato, já que apenas sete anos se passariam entre a Grande Tribulação e a Aparecimento do Messias, ou pelo menos, os três anos e meio entre a aparição do desolador até a Segunda Vinda.
Há os que defendem que a geração em si é uma referência aqueles que viram a reorganização do Estado de Israel em 1948.
Outros afirmam que a palavra geração deve ser vista  em seu uso básico de raça, tribo, família, descendência, classe. Nesse caso, é a nação de Israel que está sendo referida na parábola, o que vale dizer que: ''o Senhor está prometendo que a nação israelita será preservada até a conclusão do Seu plano no Segundo Advento, mesmo que o anticristo tentará destrui-la''.

Para colaborar com essa última opinião quero apontar algumas preposições do saudoso teólogo e escritor Severino Pedro da Silva em seu livro Escatologia, a Doutrina das Últimas Coisas. Ele destaca que:

1. Como duração da vida humana, geração serve para expressar  o tempo (passado como em Atos 14.16;15.21), (o castigo de Deus que atinge uma geração como em Êxodo 20.5; Deuteronômio 5.9), ( o tempo de sua misericórdia como em Êxodo 20.6; Deuteronômio 5.10; 1 Crônicas 16.15; Salmos 105.8).
2. De geração em geração, seria o mesmo que dizer conforme o sentido do pensamento ''em idade em idade''- significando para sempre, em perpetuidade, isso está relacionado com a fidelidade de Deus a seu reino e seu amor (Êxodo 3.15; ; Salmos 33.11; 90.1; Isaías 60.15; Daniel 4.3; Lucas 1.50).
3. Pode também indicar homens de uma época (Êxodo 1.6; Números 32.13; Eclesiastes 1.4). Sendo homens do passado (Jó 8.8); homens do futuro (Deuteronômio 29.22; Jó 18.20; Salmos 22.21;48.17;78.4,6; Lucas 1.48); os contemporâneos (Isaías 53.8; Lucas 16.8). Aqui o sentido é o objeto dos julgamentos severos que os profetas trazem aos seus contemporâneos (Deuteronômio 32.5; Isaías 1.4; 57.3; 57.4; Mateus 12.39; Marcos 8.38; 9.19; Mateus 17).
4. Na presente passagem de Mateus 24.32-36, a palavra tem um sentido escatológico, o termo grego aqui é ''genea'', Scofield diz que traz a idéia de ''raça, família, espécie.''  O sentido mais específico faz referência a uma geração familiar (um filho sucedendo ao pai), não se coaduna com a tese principal como o Evangelho do Reino, a Volta em glória, o Ajuntamento dos escolhidos que não ocorreram antes da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. A promessa aqui é que a Geração- a nação de Israel ou a família israelita será conservada até o fim como nação: ninguém destruirá Israel!

Pentecost sugere que a última opinião possa ser a melhor explicação do sentido do termo. A pra´bola demonstra a certeza da Segunda Vinda sendo seguida por exortações de vigilância devido a incerteza da hora (vs 36-51). Quanto aos dias de Noé, não é a lascívia do povo que está realçada, mas o despreparo para o acontecimento que trouxe o julgamento (vs 37-39). As duas pessoas no campo e as duas no moinho (vs 40,41) dizem sobre a natureza inesperada da vinda do Senhor, assim como a ilustração do servo fiel e do servo infiel (vs 45-50).
Cada uma das ilustrações mostra a natureza inesperada do acontecimento, os indivíduos mencionados estavam ocupados com a rotina cotidiana sem nenhuma preocupação com o retorno do Messias.
A lição aprendida está nas palavras ''vigiai'' (v.42), ''ficai também vós apercebidos'' (v.44), ''á hora que não cuidais, o Filho do Homem virá'' (vs 44,50).

No próximo artigo iremos concluir o Sermão do Monte das Oliveiras, destacando o julgamento de Israel, a parábola das Dez Virgens e o julgamento sobre as nações dos gentios.

FONTES:
Manual de Escatologia.
Autor: John Dwight Pentecost.
Editora; Vida.

Escatologia, a Doutrina das Últimas Coisas.
Autor: Severino Pedro da Silva.
Editora: CPAD.







Postagens mais visitadas