ISRAEL NA TRIBULAÇÃO - PARTE VII
A RETIRADA DA CEGUEIRA DE ISRAEL
INTRODUÇÃO:
O Novo Testamento mento nos ensina que Israel é uma nação cega, não somente cega espiritualmente porque rejeitaram de forma consciente o seu Messias, mas um julgamento divino caiu sobre eles e o por isso a nação está legalmente cega. Isso foi previsto pelo profeta Isaías quando profetizou:
''Então disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhes os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, e a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo" (Isaías 6.9,10).
I- A CEGUEIRA DE ISRAEL TRATADA NO NOVO TESTAMENTO:
A passagem também foi citada no Novo Testamento em Mateus 13.14,15; Marcos 4.12; Lucas 8.10; João 12.40 e Atos 28.26,27 mostrando que a atitude de Israel em relação a Cristo trouxe o cumprimento dessa profecia. João explica no capítulo 12.37 que eles ''não podia crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos endureceu-lhes o coração (João 12.39,40). Paulo deixou claro que o que fora judicialmente pronunciado sobre a nação (Mateus 23.38) era o estado contínuo do povo.
''Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração dele (2 Coríntios 3.14,15).
Agora, mesmo aqui está previsto que essa situação mudará. Paulo afirma no próximo versículo que ''quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado'' (2 Coríntios 3.16).
II- A CLAREZA EM ROMANOS 11:
A principal passagem do Novo Testamento que trata desse assunto está em Romanos 11. Nesta passagem Paulo nos mostra que Israel foi posto de lado em relação ao lugar da benção para que os gentios pudessem ocupá-lo. Encontramos tais ensinamentos nas palavras de Paulo:
''Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmo): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios (Romanos 11.25).
A passagem revela vários fatores importantes a respeito da cegueira:
1. Essa cegueira específica é um mistério. Mistério no sentindo bíblico da palavra, refere-se a certo plano divino que não podia ser nem seria conhecido ao menos que fosse revelado aos homens por Deus.
O fato de que a cegueira é um mistério demonstra que ela é um tipo de cegueira espiritual até agora não revelada. Ela deve ser diferenciada daquela cegueira espiritual que foi a experiência dos israelitas como filhos de Adão, e, por isso, sob a maldição do pecado, e ainda da cegueira consciente, que foi a experiência de Israel ao pecar contra a luz revelada.
Essa é uma nova forma de cegueira, até agora não sofrida pelos homens. Foi a visitação divina de Israel por Deus em virtude do pecado nacional de rejeitar o Messias (Mateus 27.25).
2. A natureza da cegueira é revelada. A palavra ''põrõsis'' (cegueira) significa literalmente ''cobrir com um calo'' e vem do verbo que significa ''cobrir com uma pele grossa, endurecer cobrindo com um calo". Sugere uma cobertura grossa e impenetrável chegou por causa da repetida rejeição á revelação, e agora se tornou a condição permanente.
3. Paulo diz que essa cegueira é parcial. Isso revela que ela não é universal a ponto de impedir que qualquer judeu possa crer hoje. A possibilidade da salvação de um indivíduo existe, apesar de a nação ter sido cegada legalmente.
4. Devemos notar que há um momento definido em que a cegueira será retirada da nação. Paulo diz que ''veio endurecimento em parte a Israel, até que...''. Robertson chama a isso ''oração temporal'' que significa ''até o momento que''. Isso deixa antever a retirada da cegueira em determinada hora.
5. Por fim, a hora da retirada dessa cegueira é afirmada na expressão: ''até que haja entrado a plenitude dos gentios.''
III- OS TEMPOS DOS GENTIOS E A PLENITUDE DOS GENTIOS:
É necessário identificar o termo ''a plenitude dos gentios''. Walvoord escreve:
''... um problema permanece em relação ao término do período da benção dos gentios. Em Lucas 21.24, Cristo menciona que ''os tempos dos gentios'' durarão enquanto Jerusalém for ''pisada por eles''. A referência em Lucas é domínio politico de Jerusalém pelos gentios que começou com a queda de Jerusalém na época do cativeiro e continua até hoje. Embora a terminologia não tenha significado fora do contexto das duas passagens em causa, parece claro que a expressão ''tempos dos gentios'' se refere á dominação política exercidas pelos gentios, ao passo que a expressão ''a plenitude dos gentios'' tem que ver com a benção e a oportunidade dos gentios nos dias de hoje. Se essa análise estiver correta, os tempos dos gentios e a plenitude dos gentios são duas idéias completamente diferentes. Os os tempos dos gentios começaram muito antes de Cristo e continue até que Cristo retorne para estabelecer o Seu reino. A plenitude dos gentios começou no Pentecostes e continuará apenas durante a atual era da graça. Dessa perspectiva escatológica, o importante é que a plenitude dos gentios chegará ao fim antes que os tempos dos gentios se acabem [...] parece claro que a plenitude dos gentios terminará abruptamente quando a Igreja for levada ao céu''.
Paulo em seguida diz que a cegueira será retirada no arrebatamento da Igreja, quando a era do privilégio dos gentios der lugar á restauração de Israel ao lugar da benção.
A retirada dessa cegueira não está relacionada com a revelação clara da verdade espiritual ao indivíduo. Ele ainda está possuído pela cegueira de sua natureza pecaminosa. Mas está relacionada com a restauração de Israel a uma posição de benção ao lado dos gentios. Deus voltará a lidar com a nação que Ele não lidava desde que Israel rejeitou o Messias.
É necessário também observar que ainda essa retirada definitiva da cegueira, isto é, da cegueira espiritual da qual ainda eles são herdeiros, não será conquistada até a Segunda Vinda de Cristo (Romanos 11.26,27).
A retirada da cegueira legal permite que os israelitas ouçam as boas novas do Reino (Mateus 24.14) proclamadas naquele dia para que possam ser salvos, tanto individualmente quanto nacionalmente.
Será observado que a retirada dessa cegueira possibilitará a separação dos 144 mil, os chamados dentre o remanescente fiel, e o ministério de Israel ás nações durante a Grande Tribulação.
No próximo artigo daremos início ao assunto final sobre ISRAEL NA TRIBULAÇÃO tratando sobre AS DUAS TESTEMUNHAS.
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J. D. Pentecost.
EDITORA: Vida.
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