OS JUÍZOS DA GRANDE TRIBULAÇÃO - PARTE I
O JUÍZO CONTRA A BABILÔNIA
INTRODUÇÃO:
No artigo anterior abordamos sobre os juízos mais comumentes conhecidos, os selos, as trombetas e as taças. Esses juízos serão sequenciais, mas cada um terá um propósito específico dentro do plano profético.
Em Apocalipse 17, os juízos continuam dentro do quadro tribulacional, agora Deus jugará a grande meretriz, que será o sistema religioso apóstata que surgirá na Grande Tribulação. A igreja professante incrédula entrará no período tribulacional (Apocalipse 2.22; 3.10) e dela surgirá um grande sistema religioso que será dominado pela grande meretriz.
I- COMO A GRANDE MERETRIZ É DESCRITA:
O apóstolo João descreve detalhadamente esse sistema religioso que se levantará após o Arrebatamento da Igreja, e no tempo da Tribulação:
1. É caracterizado como uma meretriz (Apocalipse 17.12,15,16). Ela alega ser a noiva de Cristo, mas caiu de sua posição pura e tornou-se uma meretriz.
2. É um condutor de negócios eclesiásticos (Apocalipse 17.2,5). Nas Escrituras, a fornicação espiritual refere-se á adesão a esse falso sistema.
3. É um condutor de negócios políticos (Apocalipse 17.3). Parece controlar a besta na qual monta.
4. Torna-se muito rico e influente (Apocalipse 17.4).
5. Representa uma fase do desenvolvimento da cristandade que até agora não foi revelado (Apocalipse 17.5), e por isso é chamado ''mistério''.
6. É um grande perseguidor dos santos (Apocalipse 17.6).
7. É organizado mundialmente (Apocalipse 17.15).
8. Será destruído pela Besta, o cabeça da aliança romana, a fim de que sua supremacia não seja ameaçada (Apocalipse 17.16,17).
II- QUAL É A IDENTIDADE (QUEM SERÁ) A GRANDE MERETRIZ:
O livro ''As duas Babilônias'' de Hilsop, uma obra cuidadosamente documentada, delineia o relacionamento existente entre a Babilônia antiga e a doutrina e a pratica desse sistema prostituto. chamado Babilônia, o Mistério. O mesmo desenvolvimento foi traçado por Ironside quando escreveu:
''A mulher é um sistema religioso que domina o poder civil, pelo menos por algum tempo. O nome sobre sua testa nos permite identificá-la facilmente. Mas, para fazermos isso, seria bom voltarmos ao Antigo Testamento para ver o que é revelado a respeito da Babilônia literal, pois uma certamente iluminará a outra [...]
[...] aprendemos que o fundador de Bab-el, ou Babilônia, foi Ninrode, cuja as realizações profanas podem ser lidas no décimo capítulo de Gênesis.
Ele foi arquiapóstata da era patriarcal [...] ele persuadiu seus companheiros e seguidores a juntar-se na ''construção de uma cidade e uma torre que alcançariam o céu'' [...] que devem ser entendidas como um templo ou centro de reuniões para os que não obedeciam á palavra do Senhor [...] eles chamaram sua cidade e torre de Bab-El, o portal de Deus; mas depressa isso foi transformado, por juízo divino, em Babel, isto é, confusão. Desde o início ele trazia a marca da irrealidade, pois nos é dito que ''os tijolos serviam-lhes de pedra, e o betume, de argamassa''. Uma imitação do que é real e verdadeiro caracterizou, desde então, a Babilônia, em todos os tempos.
Ninrode, ou Nimroud-bar-Cush [...] era neto de Cam, o filho indigno de Noé [...] Noé trouxe consigo, do outro lado do dilúvio, a revelação de um Deus verdadeiro [...] Cam, por outro lado, parece ter sido muito rapidamente afetado pela apostasia que provocou o diluvio, pois não demonstra evidência alguma de autojuízo [...] seu nome significa ''escuro'', ''escurecido'' ou, mais literalmente ''queimado de sol''. Esse nome indica o estado da alma do homem [...] escurecida pela luz do céu [...] [Cam] gerou um filho chamado Cuxe, ''o negro'', que se tornou pai de Ninrode, o líder de sua geração.
O conhecimento antigo nos assiste dizendo que a esposa de Nimroud-bar-Cush foi a notória Semíramis. Ela é considerada a fundadora dos mistérios babilônicos e a primeira sacerdotisa da idolatria. Assim, a Babilônia tornou-se a fonte da idolatria e a mãe de todo o sistema pagão no mundo. A religião de mistério ali originada espalhou-se sob várias formas no mundo [...] e está conosco hoje [...] e terá o seu desenvolvimento máximo quando o Espírito Santo partir e a Babilônia do Apocalipse ocupar o lugar da Igreja.
Baseada na promessa de que a Semente de uma mulher estava por vir, Semíramis gerou um filho que declarou ter sido concebido miraculosamente! E quando o apresentou ao povo, ele foi aclamado como o libertador prometido. Esse era Tamuz, contra adoração Ezequiel protestou na época do cativeiro. Dessa maneira foi introduzido o mistério da mãe e do filho, um tipo de idolatria mais antigo do que qualquer outro conhecido pelo homem. Os rituais de adoração eram secretos. Apenas aos iniciados eram permitidos conhecer seus mistérios. Era o esforço de satanás para enganar o homem com uma imitação tão semelhante á verdade de Deus que os homens não poderiam conhecer a verdadeira Semente da mulher quando Ele viesse no cumprimento dos tempos [...]
Da Babilônia essa religião de mistérios espalhou-se por todas as nações vizinhas [...] Por toda a parte os símbolos eram os mesmos, e o culto á mãe e seus filho tornou-se um sistema popular, sua celebração era celebrada com as praticas mais repulsivas e imorais. A imagem da rainha dos céu com a crianças nos braços era vista por toda a parte, embora os nomes variassem segundo a diversidade de línguas. Ela se tornou a religião misteriosa da Fenícia, e pelos fenícios foi levada aos confins da terra. Astarte e Tamuz, a mãe e o filho dessas aventuras, tornaram-se Ísis e Hórus no Egito, Afrodite e Eros na Grécia, Vênus e Cúpido na Itália e muitos outros nomes em outras religiões mais distantes. Dentro de mil anos o babilonismo tornou-se a religião do mundo, que rejeitara a revelação divina.
Ligado a esse mistério central existiram outros mistérios menores [...] Dentre eles estavam as doutrinas da purificação no purgatório depois da morte, a salvação por inúmeras coisas sagradas como a absolvição sacerdotal, o derramamento da água benta, a oferta do pão para a rainha do céu mencionado no livro de Jeremiais, a dedicação de virgens aos deuses, que era literalmente prostituição santificada, chorar por Tamuz durante 40 dias antes do grande festival de Istar, que dizia que seu filho tinha ressuscitado da morte; pois ensinava que Tamuz havia sido morto por um javali e depois ressuscitado. O ovo era sagrado para ele, representava o mistério da sua ressurreição, assim como o pinheiro foi o símbolo escolhido para honrar seu nascimento no solstício do inverno, quando a cabeça de um javali era comida em memória de seu conflito, uma tora de madeira era queimada em meio a muitas práticas misteriosas. O sinal da cruz era sagrado para Tamuz, pois simbolizava um principio de vida e a primeira letra de seu nome. A cruz é representada sobre inúmeros altares e templos mais antigos e não se originou, como muitos supõem, com o cristianismo.
O patriarca Abraão foi separado por chamado divino dessa religião misteriosa; e com esse mesmo culto maligno a nação que dele nasceu esteve em conflito constante, até que, Jezabel, uma princesa fenícia, ele foi enxertado no que restara da religião de Israel no reino do Norte, no reino de Acabe, tornando-se a causa básica de seu cativeiro. Judá estava poluído por isso, pois a adoração de Baal era simplesmente a forma cananéia dos mistérios babilônicos, somente tendo sido mandado para o cativeiro na Babilônia Judá foi curado dessa afeição para com a idolatria. Baal era o deus sol, o doador de vida, identificado com Tamuz.
[...] embora a cidade da Babilônica há muito tivesse se tornado apenas uma lembrança, seus mistérios não tinham desaparecido com ela. Quando os templos da cidade foram destruídos, o sumo sacerdote fugiu com um bando de iniciados, vasos sagrados e imagens em direção a Pérgamo, onde o símbolo da serpente era o emblema da sabedoria escondida. De lá eles cruzaram o mar e emigraram para a Itália [...] Ali os cultos antigos foram propagados sob o nome de mistérios etruscos, e por fim Roma tornou-se o centro do babilonismo. O sumo sacerdote usava mitras com formato de cabeça de peixe para honrar Dagon, o deus-peixe, o senhor da vida - outra forma de mistério de Tamuz, conforme desenvolvido pelos velhos inimigos de Israel, os filisteus. Quando se estabeleceu em Roma, o sumo sacerdote denominou-se pontífice máximo, titulo que foi inscrito em sua mitra. Quando Júlio Cesar (que, como todos os jovens de boas famílias romanas, era um iniciado) tornou-se chefe de estado, foi eleito pontífice máximo, e esse titulo foi mantido por todos os imperadores romanos até Constantino, o Grande, que era, ao mesmo tempo líder da igreja e sumo sacerdote dos pagãos. Titulo foi então conferido aos bispos de Roma e é mantido pelo papa até hoje, que assim é declarado não como sucessor do apóstolo pescador Pedro, mas sucessor direto do sumo sacerdote do mistério babilônico e o servo do deus-peixe Dagon, para quem usa, como o seu antecessor idólatra, o anel do pescador.
Durante os primeiros séculos da história da igreja, o mistério da iniquidade opera com efeito surpreendente, e as praticas e ensinamentos babilônicos tinham sido tão absolvidos por aquilo que trazia o nome de igreja de Cristo, que a verdade das Escrituras Sagradas foi muitas vezes obscurecida, ao passo que as práticas idólatras foram aceitos como sacramentos cristãos, e filosofias pagãs tomaram o lugar da instrução do evangelho. Assim, foi desenvolvido o surpreendente sistema que por mil anos dominou a Europa e comerciou corpos e almas de homens, até que a grande Reforma do século XVI trouxe certa medida de libertação.''
As falsas doutrinas e práticas que são encontradas dentro do romanismo, não exageramos em dizer, que são atribuídas a essa junção do cristianismo com o paganismo, quando Constantino proclamou Roma como império cristão. Temos a conclusão que a prostituta representa toda a cristandade professante unida num sistema único sob um cabeça.
III- O JULGAMENTO DA MERETRIZ:
João apresenta claramente o juízo sob esse corrupto sistema, dizendo:
Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.
Porque em seus corações incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem á uma e dêem a besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus. (Apocalipse 17.16,17).
A besta, a princípio dominada pela meretriz (Apocalipse 17.5), ergue-se contra ela e o destrói completamente. Sem dúvida o sistema da meretriz competia com a adoração religiosa da besta promovida pelo falso profeta, e sua destruição ocorre para que a besta possa ser o único objeto da falsa adoração ao proclama-se como Deus.
Próximo artigo o Julgamento da Besta e Seu Império.
FONTE: Manual de Escatologia.
Autor: J. D. Pentecost.
EDITORA: Vida.
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