O REINO ETERNO - VIII

 O ESTADO ETERNO EM APOCALIPSE 21.9 A 22.7


INTRODUÇÃO:

Essa posição é defendida por Govvet, Larkin, Newell, Ottman e outros. Essa posição é apoiada em vários argumentos.

O ADJETIVO ''NOVO'' USADO EM APOCALIPSE 21.1,2:

Um novo céu, uma nova terra e uma nova Jerusalém, são as três coisas novas mencionadas nesses versículos. Um argumento aponta que a nova Jerusalém do versículo 2 é a santa Jerusalém do versículo 10, que está relacionada com o novo céu e á nova terra, representando a eternidade, representando posições eternas no primeiro caso como no segundo também.

Podemos responder a esse argumento que a cidade do versículo 10 esta sendo vista no processo de descida, não até a terra, mas permanecendo suspensa acima da terra. Isso só na eternidade, v.2 é que descreve sua descida final á terra, quando o novo céu, a nova terra e anova Jerusalém se relacionarão mutuamente.

A POSIÇÃO DA CIDADE EM APOCALIPSE 21.10:

Todos os interpretes de ambos posicionamentos, em geral, concordam que a Cidade vista em Apocalipse 21.10 está suspensa acima da terra. Com isso é argumentado que não se pode descrever um cenário milenar, pois no Milênio o Senhor retornará á terra, tendo os seu pés sobre os montes das Oliveiras (Zacarias 14.4). O Messias reinará da Jerusalém terrena, não da Celestial.
Já que essa cidade não está na terra, não poderia ser milenar, sendo óbvio que é o centro da habitação do Cordeiro.

Podemos responder, dizendo que o Cordeiro retornará á terra na Segunda Vinda reinando no trono de Davi. A Jerusalém terrena será o centro dessa autoridade, não exigindo a constante presença de Jesus no trono de Davi sobre o reino de Davi, mas fazer da Jerusalém Celestial Seu lugar de residência com a Noiva.

AS CARACTERÍSTICAS DA CIDADE ETERNA:

Várias descrições defendidas por aqueles que Apocalipse 21.9-22.7 trás a idéia de que a passagem remete ao estado eterno. A cidade contém a ''glória de Deus''. Os incrédulos não podem suportar essa glória, seriam derrubados, como aconteceu com Paulo (Atos 9.3). Não possuirá templo (Apocalipse 21.11, sendo claramente previsto em Ezequiel 40-48 que haverá um templo no reino milenar. Não haverá noite (Apocalipse 21.25), haverá dia e noite no Milênio (Isaías 30.26; 60.19,20). O trono de Deus vai está ali (Apocalipse 22.3), não existirá maldição, os efeitos da queda já terão sido eliminados (Apocalipse 22.3). Todos os salvos habitarão nela (Apocalipse 21.27), podemos entender que deverão estar na eternidade, já que no Milênio nascerão incrédulos. Não haverá morte (Apocalipse 21.4), portanto no Milênio haverá morte (Isaias 65.20), nesse caso o estado eterno é referido nessa passagem.

Tendo vista essas observações, vemos que em Mateus 25.31 quando nos é indicado que Cristo reinará no ''trono da Sua glória'' na Segunda Vinda, ocupando esse trono no Milênio. Usar a ausência do templo não se torna argumento decisivo, já que Ezequiel viu o templo na Jerusalém terrena, não havendo necessidade de um na Celestial, onde está o próprio Cordeiro. Da mesma maneira a ausência da noite não é clara, pois teremos noite na terra milenar, não tendo necessidade na cidade celestial, uma vez que o Cordeiro é a Sua luz. Quanto a maldição, pode se referir a sua retirada sobre a terra por causa do pecado, de modo que a produtividade retornasse ao nível original e o veneno da criação animal e a inimizade entre o homem e os animais pudessem serem removidos (Isaías 11), e isso não é necessário fazer referência  a final remoção descrita em 2 Pedro 3.10. Somente os salvos poderão entrar e habitar nessa cidade, mas os incrédulos podem habitar na terra durante o Milênio, na sua luz. Essa linha de raciocínio pode ser usada para demonstrar que essas referências não são necessariamente restritas ao estado eterno.

No próximo artigo iremos concluir essa visão da passagem de Apocalipse 21.9-22.7

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: John Dwight Pentecost.
EDITORA: Vida.

Comentários

Postagens mais visitadas