O REINO ETERNO - X

 

O ESTADO ETERNO EM APOCALIPSE 21.9 A 22.7 

INTRODUÇÃO:

Chegamos ao nosso artigo dez sobre as implicações do Reino Eterno, e a passagem supracitada de Apocalipse 21.9 a 22.7. Vimos várias posições relacionadas a mesma.

Agora veremos sobre a posição que defende que a passagem se refere á morada eterna dos santos ressurrectos durante o milênio.

A MORADA DOS SANTOS RESSURRECTOS NO MILÊNIO:

Uma importante consideração é em relação se a cidade descrita na passagem de Apocalipse 21 e 22 é literal ou mística. Scott segue a linha dos que acreditam que é uma cidade mística:

''Solicitamos ao leitor cuidadosa atenção para a distinção entre a nova Jerusalém do Apocalipse, que é a igreja glorificada, e a Jerusalém celestial mencionada por Paulo (Hb 12.22). A última, ao contrário da primeira, não se refere ao povo, mas é a cidade do Deus vivo, uma cidade real,  a localização de todos os santos celestiais. É a mesma mencionada no capítulo anterior, aquela que os santos patriarcas esperavam (Hb 11.10-16), uma cidade material, construída e preparada pelo próprio Deus, maior e mais vasta do que se pode imaginar. A cidade de Paulo é material; a cidade de João é mística.''

Porém nenhuma prova foi oferecida por Scott dessa distinção, mas apenas uma afirmação. Há muitas evidências que a Cidade de Apocalipse 21 e 22 seja literal, assim como a de  Hebreus 12.

Os argumentos de Peters nos dão um resumo dos argumentos que provam ser essa cidade uma cidade literal:

''1. Era costume no Oriente, quando um rei entrava na sua capital para reinar dali, ou um príncipe ascendia ao trono, representar isso com a figura de um casamento, i.e., ele estava casado, intima e permanentemente unido á cidade, ou trono, ou povo. O uso das figuras nas Escrituras mostra que não devemos imitá-la,  a não ser que seja específica em relação á igreja [...] Isso designa a união permanente de um povo com a terra, como em Isaías 62,  em que, na descrição milenar, a terra é chamada ''Beulah'', ou seja ''casada'' [...] quando o fim realmente chegar [...] não é nada impróprio, antes é completamente adequado que a união do Rei dos Reis com sua cidade metropolitana seja designada sob a mesma figura, implicando o relacionamento mais intimo e permanente. \Logo, a figura do casamento,  que para muitos é a principal objeção a idéia de uma cidade literal, na verdade serve para indicá-la. 2, Pois a figura em si é explicada na descrição da cidade de maneira tão significativa, em tamanho contraste com o uso feito dela anteriormente em relação á Jerusalém terrena, que simplesmente não pode ser aplicada a nada além de uma cidade literal.
Declara-se expressamente que ''o trono de Deus e do Cordeiro'' está na cidade. Isso afirma sua posição teocrática como a capital do reino [...] 3. A morada de Deus, o lugar onde Ele colocou Seu tabernáculo entre os homens, sempre assumiu, na antiguidade (como no tabernáculo e no templo), uma forma material [...] antecipando o período em que a humanidade glorificada, unida com o divino [...] habitaria com os homens [...] Essa morada, que era uma tenda e depois se tornou num templo,  agora é exibida como cidade, os santos ou habitantes e os justos são representantes como separados e distintos [...] 5. A declaração (Ap 21.22) de que a cidade não possui templo (tal como a Jerusalém terrena) [...] só pode ser atribuída a uma cidade material. 6.A distinção entre os santos e a cidade... é evidenciada por um grande grupo de passagens que falam sobre os patriarcas ''procurando uma pátria'', sobre os crentes aspirarem ''uma pátria superior'' e sobre Deus ''porquanto lhes preparou uma cidade''. 7. Isso corresponde a outro grupo de passagens que descrevem Jerusalém vestindo belos trajes [...] fazendo-se uma cidade gloriosa em virtude do número,  da santidade, e da fidelidade dos seus cidadãos etc.[...] Isaías 54.11,12 e Isaías 60.14-20 [...] 8. Mas o fato de que não há referência aos santos e sim a uma cidade material é percebido quando os santos são representados [...] quando o casamento acontece, como convidados, chamados ou convocados [...] Eles não podem ser, nesse caso, os convidados e a Noiva ao mesmo tempo [...] 9. Permita-se essa ordenação teocrática [...] á luz da glorificação, grandeza e majestade desse Rei [...] deve ser proporcionada a uma cidade á altura da Pessoa augusta que nela habita.''

Grant fala sobre o caráter literal dessa cidade:

''Em Hebreus 12 temos um testemunho ainda mais definitivo. Pois ali a ''igreja dos primogênitos arrolados nos céus'', assim como ''os espíritos dos justos aperfeiçoados'' - em outras palavras crentes do Novo Testamento e santos do Antigo Testamento - são mencionados como distintos da ''cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial''; isso não permitirá que eles sejam a mesma coisa, embora que por outro lado, seja fácil identificar uma cidade com seus habitantes.''

Essa idéia de uma cidade literal foi acrescentada por Newell:

''...por causa da literalidade de sua descrição. Se ouro não quer dizer ouro, nem pérolas - pérolas, nem pedras preciosas - pedras, nem medidas exatas - dimensões reais, então a Bíblia não oferece nada exato nem confiável.

Assim, parece haver ampla evidência para apoiar a posição escatológica de que essa Cidade é literal.

Falaremos no próximo artigo sobre os habitantes da Cidade.

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J.D. Pentecost.
EDITORA: Vida.


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