ALIANÇA ABRAÂMICA - X
A RELAÇÃO DA IGREJA COM A ALIANÇA
INTRODUÇÃO:
No artigo anterior mostramos os vários tipos de descendência atribuídas á Abraão e as diferenças pactuais entre elas. A Igreja pode estar relacionada á Aliança Abraâmica, mas sem ser o povo pactual - Israel. A relação da Igreja com a aliança veremos em seguida. Mas agora é de suma importância distinguir a Igreja de Israel, é o que faremos.
A IGREJA NÃO É ISRAEL:
Uma única e lógica conclusão que se pode tirar desse debate é que os crentes do presente, mesmo sendo reconhecidos como descendentes de Abraão, não fazem parte das promessas nacionais que serão cumpridas. A prova vem pela observação de certos fatos que são empregados das palavras no Novo Testamento:
1. Israel e os gentios são contrapostos no Novo Testamento: (Atos 3.12; 4.8; 21.28; Romanos 10.1). Israel continuou sendo uma nação e referido como tal, mesmo depois do estabelecimento da Igreja, e o termo judeu continua sendo usado em referência a um grupo que não é a Igreja (1 Coríntios 10.32) mostra que os gentios não suplantaram Israel no plano da Aliança de Deus.
2. O Israel natural e a Igreja são contrapostos no Novo Testamento: (Romanos 11.1-25; 1 Coríntios 10.32). Romanos 11 cita que Deus, temporariamente, retirou Israel da esfera de Sua bênção, mas o mesmo será reintegrado a tal posição quando o plano divino com a Igreja concluir. Tal consideração revela que a Igreja não suplantou Israel no plano da Aliança com Deus.
3. Os judeus cristãos, que fariam parte do Israel espiritual, e os cristãos gentios são contrapostos no Novo Testamento: (Romanos 9.6). Paulo comparou as promessas que pertencem a Israel segundo a carne, e as que pertencem a Israel segundo a apropriação pela fé (Gálatas 6.15,16). Paulo mencionou especificamente os judeus crentes na bênção pronunciada sobre todo o Corpo de Cristo. Nos parece que foi bem estabelecido, então, que a Igreja atual não é o Israel no qual as alianças são cumpridas.
Os amilenaristas argumentam que as alianças não precisam serem cumpridas porque são condicionais e que elas não foram satisfeitas por Israel, e que as mesmas não serão realizadas porque foram historicamente cumpridas no reinado de Salomão, eles argumentam que elas estão sendo cumpridas pela Igreja.
Se as alianças foram condicionais ou se já foram cumpridas, por que não se despreza completamente as promessas de aliança? Por que fazer dessas uma questão de fé? A resposta que temos é que as alianças constituem tal base que forma toda a expectativa da Palavra de Deus que não podem ser desprezadas, mesmo por aqueles que negam sua existência ou sua pertinência com o plano escatológico.
A RELAÇÃO DA IGREJA COM A ALIANÇA:
Como a Igreja não é a descendência onde as alianças são definitiva e literalmente cumpridas, se faz necessário examinar sua relação com o plano total das alianças.
Toda e qualquer relação que há entre a Igreja e as promessas, são baseadas não no nascimento físico, mas num novo nascimento, cabendo-lhe apenas porque os indivíduos gozam dela, estão ''em Cristo''.
Esse fato é ressaltado por Peters:
''Diz-se que a ''descendência'' herdará a terra; muitos afirmam que isso foi cumprido na história dos judeus sob a liderança de Josué, dos juízes e dos reis. Quais, porém, são fatos conformes apresentados pelo Espírito Santo? Certamente, na interpretação da promessas da aliança, devemos dar ás Escrituras Sagradas o direito de ser seu próprio intérprete, para podermos apurar o sentido pretendido por Deus. Que Deus, então, e não o homem, explique:
''Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo (Gálatas 3.16)''. Se a linguagem tem algum sentido definido, portanto, sem dúvida alguma temos aqui a declaração de que, quando Deus prometeu '' Á tua descendência darei esta terra'', queria dizer que a terra de Canaã seria herdada por uma única Pessoa - preeminentemente a Semente - que descendia de Abraão, ou seja, Jesus Cristo.''
A Igreja desfruta dos benefícios prometidos somente por estar relacionada com Aquele em que todas as promessas encontram seu cumprimento.
A Igreja participa em tudo o que Ele faz para levar a cabo a Aliança. Quando Pedro cita a aliança abraâmica em Atos 3.25, ele aplicou somente os aspectos universais da mesma àqueles a quem fala. Os aspectos nacionais aguardam seu cumprimento futuro pela nação de Israel.
Próximo artigo trataremos como a descendência possuirá a terra.
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J. D. Pentecost.
EDITORA: Vida.
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