O MILÊNIO - PARTE XX
O GOVERNO E OS GOVERNADOS NO MILÊNIO - PARTE I
INTRODUÇÃO:
Já temos ciência de que o Milênio será um Reino Teocrático. Esse Reino está prometido nas promessas e nas alianças bíblicas. Uma Teocracia administrada pelo Rei Messias, sendo a própria Autoridade de Deus na Terra.
Essa Teocracia desde de Adão, tem sido o Propósito divino para a Humanidade, o Messias cumpre todos os pré-requisitos humanos e divinos para ser o Rei Teocrático. Quanto a esses aspectos não é mais necessário falarmos, já que temos uma gama de assuntos debatidos nesse blog. Mas a partir desse momento iremos entender outro aspecto da Teocracia que envolve a participação de outras autoridades que reinarão junto com o Filho de Deus e Filho de Davi. Vamos conhecer as posições que serão ocupadas por aqueles que receberão o direito de reinar.
I - O GOVERNO NO MILÊNIO:
Para simplificar nosso entendimento vamos definir o Governo Milenar com a expressão ''quem é quem no Reino Teocrático (Milênio)'' em referência aos seus participantes.
Mas antes de irmos para as definições das posições, antes é necessário trazer o entendimento de Peters sobre a forma do Governo Milenar:
''... muitos autores [...] esforçam-se por fazer da teocracia uma república, mas a teocracia, por natureza, não é uma república. Embora não seja uma monarquia no sentido aludido por Samuel, ou seja, de origem puramente humana, é uma monarquia em sentido mais amplo. Não se trata de república, pois os poderes legislativo, executivo e judiciário não são potencialmente confiados ao povo, mas a Deus, o Rei; ele ainda contém elementos de uma monarquia e de uma república - monarquia porque a soberania absoluta é confiada a um grande Rei, ao qual todo o resto se subordina, mas república porque contém o elemento republicano de preservar os direitos de todos os indivíduos, do mais humilde ao mais elevado... Em outras palavras, por meio de uma feliz combinação, uma monarquia sob divina direção, consequentemente infalível, traz as bênçãos que resultariam de um governo republicano ideal bem dirigido, o qual nunca poderia existir em virtude da perversão e do desvio do homem.''
O Reino Teocrático é uma necessidade absoluta ao ser humano. Peters ainda conclui esse argumento:
''A relação que o homem e esta terra mantêm com Deus Altíssimo, requer que a honra e a majestade de Deus demandam o estabelecimento de uma teocracia na terra, na qual a raça se submeta a um governo honrável tanto para com Deus quanto para o homem [...] 1) Na criação Deus determinou essa foram de governo [...] 2) pela desobediência o homem perdeu o domínio que Deus exercia sobre a terra [...} 3) Deus resolveu restaurar o domínio na Pessoa de Jesus, o Segundo Adão [...] 4) Deus - para indicar que forma de governo esse domínio assumiria quando restaurado, para testar a presente capacidade do homem para ela, e para fazer certas provisões indispensáveis para o futuro - estabeleceu a teocracia [...] 5) o homem, dada a sua pecaminosidade, foi desqualificado para a ordem teocrática, logo, foi retirado [...] 6) Deus prometeu que no futuro a restauraria [...] 7) essa teocracia é a forma preferida de Deus para o governo e, se não for restaurada, sua proposta de governo tornar-se um fracasso [...] 8) Deus enviou Seu Filho para prover a salvação [...] 9) essa salvação, em sua consecução definitiva, está ligada á futura vinda do reino [...] 10) para assegurar o estabelecimento permanente da teocracia no futuro, Deus prepara um grupo de governantes para se associarem com ''o Cristo'' [...] 11) até que a teocracia seja estabelecida, a raça humana não é levada á sujeição a Deus [...] 12) por mais gloriosa que seja essa dispensação em seu desígnio, a redenção permanece incompleta e assim continuará até que o Messias restaure a teocracia [...] 13) quando a teocracia for restabelecida, sob a liderança de Cristo e dos Seus santos, a própria raça será sujeitada a Deus - uma província revoltada será trazida de volta á sua lealdade e bênção original [...] 14) a teocracia é a forma de governo mais admiravelmente adaptada para assegurar esse resultado [...] 15) uma teocracia, por natureza um governo visível, deve demonstrar visivelmente a soberania e a redenção completa perante os olhos do mundo, a fim de que - como convém a Deus como acontece no próprio céu - seja reconhecida publicamente [...] 16) o relacionamento pessoal de Deus com Adão no paraíso, com a teocracia estabelecida no passado, com o homem em Jesus e por meio dele na primeira vinda, assegura um relacionamento pessoal especial e contínuo num trono e reino restaurado... que exibe Sua supremacia de maneira mais tangível e satisfatória, e a recuperação de um povo e raça rebelde, bem como a manifestação do cumprimento da vontade de Deus tanto na terra quanto no céu, incluindo um relacionamento pessoal mediante Aquele que é ''o Filho do Homem...''.''
II- JESUS, O MESSIAS É REI NO MILÊNIO:
Isso é indiscutível nas Escrituras, Jesus é Aquele por quem o Milênio estará debaixo do Seu Governo (Isaías 2.2-4; 9.3-7; 11.1.-10; 16.5; 24.21-23; 31.4-32.2; 42.1-7,13; 49.1-7;51.4,5; 60.12; Daniel 2.44; 7.15-28; Obadias 1.17-21; Miquéias 4.1-8; 5.2-5,15; Sofonias 3.9-10,18,19; Zacarias 9.10-15; 14.16,17).
Tal Autoridade será real e universal. Essa posição é dada por nomeação divina. A palavra de Jeová foi registrada pelo salmista: ''Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião'' (Salmos 2.6).
A entrega do Reino ao Filho do Homem pelo Pai é clara e explicitamente ensinada nessa aliança. Portanto, em consonância temos a linguagem de Daniel 7.13,14; Isaías 49; Lucas 22.29 e 1.32 etc. A Soberania Divina garante o Reino a Ele.
O profeta Daniel diz que ''foi lhe dado o domínio, e glória, o reino'' etc (7.14).
Lucas 1.32: ''Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi'', etc... O próprio Senhor parecia referir-se a esse acontecimento na parábola das dez minas em Lucas 19.15: ''Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino'' etc. [...]
A entrega do Reino pelo Pai ao Filho do Homem, mostra [...] que esse Reino é algo muito diferente da Soberania Divina exercida universalmente por Deus. O Reino é um desenvolvimento dessa Soberania Divina, que será exibida por meio do Reino, sendo constituída sob a forma Teocrática, em cuja forma inicial foi separada no governo de duas pessoas (i.e., Deus e Davi), mas é agora auspiciosamente unida - tornando-se então eficaz, irresistível e eterna - em um, i.e., ''o Cristo''.
Girdlestone escreveu sobre o registro que o Novo Testamento contém do Direito que Cristo tem de assumir o Trono de Davi:
''1. As genealogias contidas em Mateus 1 em Lucas 3 demonstram de modo suficiente, e em bases independentes, que José era da linhagem de Davi; e tornam provável, se não certo, que, se o trono de Davi fosse restabelecido, José seria a pessoa cuja cabeça seria coroada. Assim, ele é chamado Filho de Davi em Mateus 1.20 e em Lucas 1.27.
2. Também fica claro em Mateus 1 e em Lucas 1 que José não era literalmente o pai de Jesus, apesar de Maria ser literalmente sua mãe.
José, contudo, atuou como seu pai. A criança nasceu sob a proteção de José e cresceu sob sua guarda [...] José adotou Jesus como ilho. Ele é chamado em Lucas 3.23 pai reconhecido [...]
3.Não se sabe com certeza a que tribo Maria pertencia; mas seu parentesco com Isabel não a impede de ser da tribo de Judá, já que casamentos entre as tribos de Judá e de Levi são registradas desde o tempo de Arão. As palavras em Lucas 1.32, ''Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai'', são incoerentes com qualquer opinião a não ser a de que Maria era da linhagem de Davi, e nenhuma dificuldade nesse assunto parece ter ocorrido á mente dela [...]
4. Os evangelistas, contudo, nunca discutem a genealogia de Maria.
Eles consideram o suficiente estabelecer a linhagem de José (cf. At 2.30; 13.22,23,33; Hb 7.14; Rm 1,3; Ap 5.5; 22.16).
5. Somos levados a conclusão de que a posição do nosso Senhor como Filho de Davi foi estabelecida, humanamente falando, pela ação de José em adotá-lo, e não pela possibilidade de Maria ser descendente de Davi.
A sucessão da linhagem real não se devia de fato ao nascimento, mas a uma designação.''
No próximo artigo discutiremos sobre a posição de Davi no Reino Teocrático.
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: John Dwight Pentecost.
EDITORA: Vida.
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