O MILÊNIO - PARTE XXX

 O RELACIONAMENTO QUE HAVERÁ ENTRE OS  SANTOS VIVOS E OS SANTOS RESSUSCITADOS NO MILÊNIO:

Iniciaremos agora a série que finalizará todo o nosso estudo sobre o Milênio. Sabemos que a Terra será habitada e habitável durante o Reino Teocrático. Judeus e gentios vivos no final da Grande Tribulação que serão julgados e recompensados, aqueles que entrarão no Milênio e aqueles que serão ressuscitados, e a própria Igreja arrebatada e ressuscitada antes do período Tribulacional. Haverá uma relação entre ambos durante a Era Milenar. Esse é o tema que vamos apresentar a partir desse artigo. 

Esse assunto geralmente tem sido confundido até mesmo pelos pré-milenarista quando a questão envolve a relação dos ressurretos e arrebatados da Igreja e os ressurretos do Antigo Testamento, juntamente com os judeus e vivos que entrarão no Reino Milenar.

Não temos nenhuma descrição sobre quais posições que cada grupo ocupará, seus âmbitos de atividades e quais serão suas relações com o Governo Teocrático, até mesmo com a própria Terra, e ainda uns com os outros.

A Igreja é reconhecida como aquela que reinará com Cristo como a ''Esposa de Cristo''. Já os santos do Antigo Testamento, é reconhecido que eles ressuscitarão e serão recompensados no Reino. Os judeus e gentios vivos que serão declarados justos na Segunda Vinda serão os súditos do Rei no Milênio.

Porém, especificamente, pouco se diz em relação com esse período. O tema foi ridicularizado por escritor quando o mesmo ridicularizou toda posição pré-milenarista quando declarou:

''Outra questão [...] brota da afirmação de que, durante o suposto milênio, os santos ressurrectos e arrebatados se mesclarão livremente e negociarão com os que ainda estão nos seus corpos mortais. Presumem-se que os santos ressurrectos reinarão na terra e executarão as leis de Cristo durante o milênio. Novamente aqui o pré-milenarismo não explica a conciliação de elementos inconciliáveis como os santos ressurrectos e pecadores mortais na mesma sociedade [...] O pré-milenarista mistura as duas classes sem considerar que um passou pelo processo de morte e ressurreição e o outro não, e, logo, seus organismos estão adaptados a dois modos diferentes de existência - um material e o outro espiritual. Além disso, o pré-milenarista sugere uma sociedade perfeitamente normal, composta por esses elementos diferentes durante o milênio, e também prevê que durante esse período a população da terra aumentará grandemente. Isso é surpreendente quando lembramos quando lembramos que, de acordo com o pré-milenarista, a população milenar da terra constituirá no grande número de santos ressurrectos, e que Jesus Cristo afirmou claramente que não haverá casamento e nem vida sexual na ressurreição [...] Se os santos ressurrectos são como anjos, como podem imaginar, muito menos afirmar, que durante mil anos eles se misturarão livremente com homens e mulheres ainda nos seus corpos mortais, convivendo sob idênticas condições? O pré-milenarismo não soluciona a questão. A Bíblia também não soluciona, pela simples razão de que não a propõe. Ela não se originou com a Bíblia.''

Quando vamos analisar essas acusações, temos em vista o problema da tentativa em traçar uma clara distinção em relação ao relacionamento que cada grupo , os santos do Antigo Testamento ressuscitados, os santos da Igreja transladados e ressuscitados e os santos vivos entre os judeus e gentios que serão levados para o Milênio, terão com o Rei e com o Seu Reino.

Essa é uma tarefa difícil, o problema não é conciliar as diferentes opiniões do pré-milenarismo, mas demonstrar o ensinamento das Escrituras sobre um assunto em que o pré-milenarismo geralmente mantem-se em silêncio.

Não parece suficiente desconsiderar o problema como se ele não existisse, indicando que, já que o nosso Senhor se misturou livremente sem dificuldades com os discípulos num corpo ressurrecto após a ressurreição, da mesma forma no Milênio, os ressuscitados irão misturar-se sem dificuldades com os não ressuscitados.

Vamos continuar com esse assunto no próximo artigo falando sobre a Natureza da Esperança do Antigo Testamento.

FONTE: Manual de Escatologia.

AUTOR: J. D, Pentecost.

EDITORA: Vida.