O REINO ETERNO - INTRODUÇÃO
A PREPARAÇÃO PARA O ESTADO ETERNO
INTRODUÇÃO:
Não temos grande quantidade de detalhes na Palavra de Deus sobre o Reino Eterno, mas as Escrituras nos oferece o suficiente para nos dá a certeza dessa Esperança Gloriosa que nos aguarda em nossa relação eterna com o Pai e com o Filho.
O fim do Reino Teocrático Terreno com a união do Reino Eterno de Deus, ocorrerão certos acontecimentos importantes, para que todo vestígio de rebelião seja exterminado e Deus reine soberanamente.
A partir desse artigo iremos desenvolver o estudo das profecias bíblicas que estão relacionadas com esse período.
I- A PURIFICAÇÃO:
O Universo será purificado antes que entremos no Estado Eterno. Três acontecimentos estão previstos na Bíblia que serão atos purificadores no que se diz respeito daquilo que restar da maldição antes que o Reino Eterno seja completamente introduzido. São estes os atos:
1. A libertação de satanás e a sua rebelião.
2. A purificação da Terra pelo fogo.
3. O Julgamento dos pecadores no Juízo Final.
Quanto a rebelião liderada pelo diabo, João retratou um cenário no final do Milênio que intriga a nossa imaginação (Apocalipse 20.2-3,7-9).
Os amilenaristas desde Agostinho, tem interpretado até hoje que o ''pouco tempo'' do versículo 3 é a Era presente. Para eles satanás foi preso durante o Ministério terreno de Jesus (Lucas 10.18), mas o mesmo será liberto no fim da Presente Era, ''pouco tempo'' seria um extenso período, talvez a Era inteira.
O que nos é revelado em Apocalipse 20. que essa prisão não acontecerá até que a Segunda Vinda aconteça, e ele será aprisionado até o final do Milênio. Esse ''pouco tempo'' que satanás será libertado, ocorrerá depois de se complementar os mil anos antes que a união entre o Reino Teocrático com o Estado Eterno aconteça. Apocalipse 20.7 está marcado o tempo da libertação do diabo.
A atividade que ele exercerá quando for solto, é justamente o propósito pelo qual será solto. Seduzirá as nações da Terra para uma rebelião contra a Teocracia Divina. Esse será mais um ato satânico na tentativa de alcançar a tentativa desde o seu primeiro pecado.
Essa libertação também é vista nas Escrituras como um teste final que demonstrará a corrupção no coração humano. Deus sujeitou a Humanidade Caída a vários testes no desenvolvimento do Seu Plano Redentor e Reino. E o fracasso do Homem foi em todos eles. Como Scott diz:
''Mas ai! O que é o homem? Ele foi provado e testado sob todas as condições possíveis, de todas as maneiras - sob bondade, governo, lei, graça e agora sob glória.''
Satanás será solto pela razão de demonstrar que, embora o Homem seja testado debaixo do Governo de Cristo e da revelação da Sua Santidade, o homem ainda fracassará. Mesmo que aqueles que entrarão no período Milenar entram salvos, mas eles não serão plenamente aperfeiçoados. A descendência destes que irá nascer no Milênio irão nascer com a mesma Natureza Caída de seus progenitores, e assim os mesmos necessitarão de regeneração. O Rei irá reinar com ''cetro de ferro'' em Sua Administração, será externada a necessidade a conformidade á Sua Lei. Assim, satanás sendo preso, será a eliminação de todas as fontes externas de tentação, a provisão em plenitude do conhecimento, abundância do Rei, e os demais fatores irão levar a muitos, cujo os corações não regenerados, oferecerem essa conformidade exterior á Lei Teocrática. Por isso que será necessário existir esse teste para que a verdadeira condição do coração que estarão no Milênio seja apurada.
Isso foi apontado por Jennings:
''A natureza humana mudou, pelo menos á parte da graça soberana? A mente carnal finalmente fez as pazes com Deus? Será que os mil anos de poder e benevolência absoluta, ambos em livre atividade, terminaram com todas as guerras para todo o sempre? Essas questões devem ser marcadas por um teste prático. Permita-se que Satanás seja libertado da prisão. Deixa-se que ele ande novamente nos alegres campos da terra que ele conhecia bem desde há muito. Ele os viu pela última vez cobertos de sangue e inundados com lágrimas, a evidência e os resultados de seu próprio reino; agora ele os vê ''rindo em abundância'' [...]
Mas, a medida de que, na busca de seus objetivos, ele se afasta de Jerusalém, o centro dessa bênção, esses sinais se enfraquecem; até que, nos mais longínquos ''confins da terra'', eles cessam completamente, pois ele descobre miríades dos que instintivamente se afastaram do contato próximo com o centro santo e estão pronto para novamente serem seduzidos;''
Ottmam fala sobre os resultados desse teste:
''Mesmo de tal soberania sobre a terra não muda o coração do homem. Um governo justo, junto com todas as bênçãos associadas, e o gozo completo de um mundo redimido da maldição não ajudam a fazer o homem mais do que ele é naturalmente, e o teste e a prova disso são alcançados pela libertação de Satanás após os mil anos. Mil anos na prisão não causaram nenhuma mudança moral na natureza desse espírito maligno.
Ele sai da sua masmorra com o coração cheio do fogo ardente do ódio, que imediatamente se incendeia e ascende uma rebelião entre as nações dos quatro cantos da terra.''
II- A QUESTÃO GOGUE E MAGOGUE - APOCALIPSE 20.8:
Os problemas da origem dos exércitos chamados de ''Gogue e Magogue'' encontra a sua solução. Os amilenaristas que interpretam o Reino como totalmente ''espiritual'', não se concebe nenhuma rebelião desse tipo. Para os amilenaristas, o fato de uma rebelião prova que não poderia haver um Milênio ensinado pelos pré-milenaristas, pois nesse caso não teria rebelião na terra. Dessa maneira é que Allis apresenta:
''A questão quanto o local em que Gogue, cujos exércitos de acordo com Ezequiel foram totalmente destruídos antes do milênio, levantará uma multidão, ''o número dessas é como areia do mar'', para atacar ''o acampamento dos santos e a cidade querida'', tem sido uma pedra de tropeço para os pré-milenaristas, como David Brown demonstrou muitos anos atrás. Os dispensacionalistas podem responder a isso, aparentemente, apenas de uma entre as três maneiras: afirmando que uma raça de homens maus aparecerá após o milênio, ou restringindo a extensão do reino milenar a uma pequena parte da terra, ou concluindo que o milênio se assemelhará muito a dispensação presente como uma era em que o bem o mal estarão ambos presentes em uma luta pelo poder, de modo que o mal, tanto na esfera do reino do Messias quanto fora dele, será mantido em sujeição apenas pelo governo do cetro de ferro do Rei que se assenta no trono de Davi.''
Vamos rejeitar as duas primeiras explicações acima, por não ter alguma evidência bíblica para a criação de tal raça maléfica de homens depois do Milênio. O Reino Teocrático do Messias será Universal. Já a terceira explicação tem respaldo nas Escrituras Sagradas, uma vez que o Reino de Cristo sempre é representado como um reino de justiça inflexível, no qual o Rei de fato governa ''com cetro de ferro'' (Salmos 2.9). Será da multidão dos não regenerados daquele período que virá a multidão conhecida como ''Gogue e Magogue'', que sairá contra os ''acampamentos dos santos'', provavelmente seja a Palestina, e ''a cidade querida'', possa ser que seja Jerusalém.
Essa invasão não pode ser identificada com a mesma em Ezequiel 38 e 39, mas apenas leva o mesmo nome porque objetivo é idêntico nesses dois eventos satanicamente orquestrados em destruir a sede do Poder Teocrático e os súditos da Teocracia.
Todo esse plano é, sabe-se, difícil. Foi sobre esse respeito que Chafer escreveu:
''É difícil entender como tal operação será possível com Cristo no trono e em autoridade direta, como descrito em Isaías 11.3-5... Não há solução para esse problema além de uma permissão divina para a consumação do mal no universo. Para o mesmo fim pode-se perguntar por que, sobre o trono do universo, Ele permitiu o mal que Ele mesmo odeia. Quando, a luz do entendimento celestial, um problema for resolvido, o outro também será.''
Tendo a exceção de algum entendimento sobre a profundidade da corrupção humana, fica impossível compreender como uma multidão, ''o número dessas é como a areia do mar'' (Apocalipse 20.8), poderia revoltar-se contra o Senhor Jesus Cristo, quando viverá sob a benevolência do Senhor durante toda a vida. Porém nessa rebelião será demonstrada mais uma vez a Justiça de Deus julgando o pecado. E tal Julgamento se fará na forma de morte física, quando será derramado fogo sobre todos os rebeldes que estarão sendo liderados pelo maligno (Apocalipse 20.9).
Assim, Deus irá retirar toda a incredulidade do Reino Teocrático fazendo prever sua união com o Reino Eterno.
A Purificação da Terra será nosso próximo tópico.
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J. D. Pentecost
EDITORA: Vida.
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