A RELAÇÃO ENTRE O ESPÍRITO SANTO E A TRIBULAÇÃO - PARTE FINAL

 A RELAÇÃO DO EVANGELHO DA CRUZ COM O EVANGELHO DO REINO


INTRODUÇÃO:

Chegamos ao nosso último artigo do nosso tema sobre qual será a relação do Espírito Santo durante a grande tribulação. Como nossa posição é dispensacionalista, pré-tribulacionista, essa relação será após a retirada da Igreja da terra.
Em nosso primeiro artigo abordamos sobre a Identidade do Detentor de 2 Tessalonicenses 2.7,8. Sabemos que o Espírito Santo é que exerce essa atividade em nossos dias.
Após a retirada do Espírito Santo, isso não pode ser entendido que o Espírito Santo não seja onipresente, ou que Ele deixará de operar após o arrebatamento, mas que alguns ministérios exclusivos do Espírito Santo deixarão de ser exercidos.
Já no segundo artigo falamos sobre como será o método de salvação após o arrebatamento da Igreja. Com bases naquilo que acontecia no Antigo Testamento, antes da Igreja, quando indivíduos eram salvos, na grande tribulação o processo será o mesmo - por meio da fé.
Além da promessa de salvação individual, o Antigo Testamento também traz promessa de uma salvação nacional. Na Segunda Vinda haverá um Israel nacional sendo salvo.
Como será cumprida tais promessas, foi o que discutimos no nosso artigo anterior.

E neste artigo mostraremos dois pontos importantes relacionados com a salvação no período tribulacional. O primeiro é o título desse artigo, e o segundo, falaremos sobre os resultados da salvação.

I- A RELAÇÃO DESSE EVANGELHO COM O EVANGELHO DO REINO:

John Dwight Pentecost quando introduz essa questão, responde aos críticos da posição dispensacionalista por declararem que uma vez que o evangelho do reino está sendo pregado durante a tribulação, não pode haver pregação da cruz. Mateus 24.14 nos deixa claro que haverá a pregação do evangelho do reino, mas isso não excluirá a pregação do evangelho da cruz. Nisso, Pentecost diz:
''Devemos reconhecer que o termo evangelho no seu uso literal significa simplesmente ''boas novas''. O evangelho do reino era as boas novas de que o Rei prometido apareceria logo em cena para oferecer o reino prometido. Em tal uso, o evangelho do reino não é principalmente soteriológico, mas escatológico em conceito. O evangelho do reino não oferecia uma maneira de salvação, mas em vez disso oferecia a esperança de um cumprimento das promessas escatológicas de Israel, que continham nelas o cumprimento das esperanças soteriológicas, como já vimos ao analisar os dois aspectos da salvação do Antigo Testamento.''

Havia duas fases na pregação de João Batista aos judeus:
1. Arrependei-vos, porque está próximo o reino de Deus (Mateus 3.2).
2. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1.29).

Tanto o evangelho do reino, quanto o evangelho da cruz faziam parte da mensagem de João Batista. João proclamou a cruz e o reino. Assim será na grande tribulação.

Quando João trouxe sua mensagem, o aspecto soteriológico não estava nas palavras ''o reino de Deus está próximo'', mas nas palavras ''Arrependei-vos''.
Quando se lida com um povo habituado com os pactos, Deus lidará com esse povo num relacionamento pactual. Nisso, Deus exige que o pecador ofereça um sacrifício e receba purificação, isso reconfirmaria como participante da benção do pacto.
È indiscutível para os estudantes das Escrituras que os sacrifícios e as purificações estavam ligados permanentemente ao arrependimento no Antigo Testamento. Como João Batista era da linhagem levítica, podia ministrar tais sacrifícios e administrar tal purificação por água como vemos nos Evangelhos.

Isso nos leva a conclusão de que João pregava, essas duas partes da mensagem, e ambas estavam presentes. A promessa do Rei trazia a convicção da falta do valor pessoal, que levava o indivíduo a buscar a purificação. Da mesma forma ocorrerá no período tribulacional. Ao proclamar as boas novas de que o Rei estará vindo trará convicção de indignidade pessoal, a qual irá trazer as boas novas de purificação, isso não mais por meio de sacrifícios e nem por aplicações cerimoniais de água, que tipificavam a vinda do Cordeiro de Deus, mas pelo método de purificação oferecida ''de uma vez por todas'', o sangue do Cordeiro.

Da mesma maneira que João ofereceu uma purificação tipologicamente, haverá um remanescente fiel irá anunciar o rei e oferecerá purificação, completa e definitiva, por meio daquele sobre quem João falou.
Portanto, o evangelho do reino não elimina o evangelho da cruz.

II- OS RESULTADOS DA SALVAÇÃO:

As passagens bíblicas que lidam com a salvação no período da Grande Tribulação nos mostram que haverá vários resultados que devemos dar por certos:

1. Haverá purificação pessoal. Passagens como Apocalipse 7.9,14 e 14.4 mostram claramente que o indivíduo salvo é aceito por Deus. Em nenhuma outra base o indivíduo poderia estar ''diante de Deus''. Isso deve ser visto como resultado do cumprimento das ofertas individuais de salvação no Antigo Testamento.

2. Haverá salvação nacional. A preparação de tal nação (Ezequiel 20.37,38; Zacarias 13.1,8,9) resultará na salvação da nação no segundo advento como prometido em Romanos 11.27. As promessas nacionais podem ser cumpridas porque Deus, pelo Espírito Santo, redimiu um remanescente em Israel ao qual por meio do qual as alianças podem ser cumpridas.

3. Haverá bênçãos milenares. Apocalipse 7.15-17 e 20.1-6 deixam claro que a salvação oferecida durante esse período encontrará seu cumprimento na terra milenar. Todas as bênçãos e privilégios de serviços, posição e acesso a Deus são vistos no âmbito milenar. É assim que as promessas nacionais serão realizadas mediante a salvação individual durante a tribulação e serão desfrutadas na terra durante o milênio.

No Antigo Testamento vemos que as promessas ofereciam uma salvação ao israelita como indivíduo, a ser recebida como herança e a ser concretizada quando a salvação nacional for concluída na Segunda Vinda.
Uma vez que tais promessas de salvação ainda não foram totalmente cumpridas, elas serão no futuro. Quando Deus lidar novamente com a nação de Israel, essa salvação será oferecida com base no sangue de Cristo, será recebida pela fé e aplicada pelo Espírito Santo.

Podemos ver aqui a perfeita harmonia da pregação da cruz com a pregação do reino, soteriológica e escatológica. A salvação na grande tribulação oferecida individualmente por multidões de gentios e terminará na salvação nacional de Israel e na benção milenar total para todos os salvos.

Essa interpretação sugerida daria centralidade á cruz, á morte de Cristo, ao propósito eterno da redenção e tornaria nossa posição imune aos ataques dos adversários que afirmam nas palavras de Allis:
''É de fundamental importância ressaltar que, se a doutrina dispensacionalista com relação á natureza do reino prometido e ao significado da palavra ''próximo'' for aceita, ela leva logicamente á opinião de que a cruz, como sacrifício redentor pelo pecado, refere-se apenas á era e aos santos da igreja. Conforme pregado no primeiro advento, o reino não incluía nem implicava a cruz; conforme pregado no segundo advento, ele não incluirá nem pressuporá a cruz''.

Como falou Pentecost, tais ataques são injustos e falsos.

Em nosso próximo artigo iremos tratar sobre o Armagedom.

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J. D. Pentecost.
EDITORA: Vida;

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