A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - PARTE FINAL

 OS JULGAMENTOS DA SEGUNDA VINDA - PARTE FINAL


INTRODUÇÃO:


Chegamos a conclusão das profecias relacionadas á Segunda Vinda, lembrando que quando falamos sobre a Segunda Vinda, estamos falando sobre o retorno de Cristo á terra para reinar. Não é o arrebatamento que trata da retirada da Igreja da terra para o encontro com o Senhor nos ares.

Alguns acontecimentos relacionados com a Primeira Ressurreição irão se concluir na Segunda Vinda, como por exemplo a Ressurreição dos santos do Antigo Testamento e dos mártires da Grande Tribulação. Na Segunda Vinda haverá também a sequência dos juízos divinos, o julgamento do Israel vivo da Grande Tribulação, e o julgamento das nações vivas. Esses julgamentos serão determinantes para quem irá entrar no milênio ou não.

Os julgamentos seguirão envolvendo as hostes caídas e o juízo final, tais juízos ocorrerão após o milênio, mas eles estão também relacionados com a Segunda Vinda. E é sobre esses dois julgamentos que iremos focar para encerrar essa seção de estudos da série escatológica.

I- O JULGAMENTO DOS ANJOS CAÍDOS:


O apóstolo Judas em sua pequena epístola revela o momento em que esse juízo ocorrerá (Judas 1.6).
O ''grande dia'' é o elemento tempo, isso deve fazer referência ao Dia do Senhor, quando todo julgamento se cumprirá. Os anjos ligados a satanás em seu julgamento, que acontecerá antes do julgamento do Grande Trono Branco (Apocalipse 20.10). Os anjos caídos serão julgados após o fim do Milênio, mas antes do Juízo Final, essa é a conclusão sobre o tempo desse julgamento.

Quanto ao local desse julgamento, as Escrituras não nos dá qualquer informação sobre ele. Uma vez que se trata de julgamento de seres angelicais, provavelmente que esse julgamento seja executado na esfera celestial, onde suas atividades estão centralizadas, o local de suas atividades pode torna-se o local do seu julgamento.

Pedro deixa-nos claro que todos os anjos caídos serão julgados (2 Pedro 2.4)

A base que será determinante sobre os anjos caídos reside no fato deles terem seguido á satanás em sua rebelião contra Deus (Isaías 14.12-17; Ezequiel 28.12-19).

O resultado desse juízo sobre quem será pronunciado serão enviados ao lago de fogo (Apocalipse 20.10; Mateus 25.41).

II- O JULGAMENTO DO GRANDE TRONO BRANCO:


Esse é o julgamento que encerrará todo o plano de julgamentos, é chamado também de julgamento final. Constituído o termino também do plano das ressurreições, no caso a Segunda Ressurreição (Apocalipse 20.11-15).

Esse julgamento acontecerá também depois do fim do Milênio (Apocalipse 20.5,12,13).

Quanto ao local do Juízo Final  não será nem no céu, nem na terra, mas em algum lugar entre as duas esferas (Apocalipse 20.11).

Aqueles que são réus nesse julgamento são os ''mortos'', segundo a própria passagem bíblica, demonstrou-se previamente que o plano da ressurreição dos salvos se completou antes de começar o Milênio. Aqueles que ficarão nos túmulos serão os incrédulos, esses serão os réus desse julgamento. Sobre isso Peters diz:

''O Julgamento de Apocalipse 20.11-15, após os mil anos, não é das nações viventes, mas preeminentemente ''dos mortos''. Apenas os mortos são mencionados, e quem  acrescenta as ''nações viventes''  a ele (para criar um julgamento universal) está certamente acrescentando á profecia. Tal julgamento é necessário para completar nas proporções certas aquilo que, de outra forma, estaria incompleto, a ordem do procedimento divino na administração da justiça. Pois, se não houvesse tal profecia de julgamento ''dos mortos'' no fim do milênio, isso seria justamente considerado um grave defeito no nosso sistema de fé. Com ele, temos um tom harmonioso''.

Há um erro na concepção popular sobre esse julgamento, ele não tem finalidade de apurar se aqueles que serão submetidos irão serem salvos ou não. Todos os salvos entrarão em seu estado eterno, os que serão abençoados eternamente entrarão na sua benção. Esse julgamento é antes, um julgamento das más obras dos incrédulos. A sentença da ''segunda morte'' será pronunciada contra eles (Apocalipse 20.12).

No julgamento dos gentios, vimos as obras como demonstração da fé ou da falta dela, da mesma forma as obras que serão demonstradas no Juízo Final provarão a ausência de vida. Haverá níveis de julgamento distribuído a esses incrédulos, isso está implícito na passagem de Lucas 12.47,48, porém a sentença da ''segunda morte '' será dada a todos. A primeira morte foi a morte espiritual sofrida em dão. A segunda morte é a confirmação e a realização eterna da separação de Deus que a primeira morte representa.

O julgamento do Grande Trono trará resultado como descrito em Apocalipse 20.15, aqueles que não foram achados escritos no livro da vida sendo lançados no lago de fogo. Sendo a eterna separação de Deus o destino eterno dos incrédulos.

É concebível até mesmo para um observador casual  que a Palavra de Deus não apoia um julgamento universal, uma vez que temos oito julgamentos diferentes mencionados nas Escrituras, cada um com uma ocasião, um local, uma base e um resultado diferentes.

Quem crer  num julgamento geral, identifica o julgamento das nações (Mateus 25.31-46) com o Juízo Final. Deve-se levado em conta uma série de diferença entre esses dois julgamentos que não podemos torná-los um:

1. Em Mateus não há nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião dos eleitos (Mateus 24.31), enquanto em Apocalipse há uma ressurreição de todos os incrédulos.

2. Em Mateus o julgamento é das nações viventes, mas em Apocalipse é dos mortos.

3. Em Mateus as nações são julgadas, em Apocalipse não trata de entidades nacionais, pois os céus e a terra fugiram, já que as nações estão confinadas á terra, o mesmo acontecimento não poderia ser descrito.

4. Em Mateus o julgamento é na terra, mas em Apocalipse os céus e a terra fugiram.

5. Em Mateus não há livros a serem consultados, enquanto em Apocalipse os livros são abertos, o livro da vida é trazido, e os que não são encontrados nele são lançados no lago de fogo.

6. Em Mateus o julgamento ocorre no retorno de Cristo á terra, mas em Apocalipse após o fim dos mil anos  da presença de Cristo na terra.

7. Em Mateus aparecem duas classes, os justos e os incrédulos, mas em Apocalipse os incrédulos aparecem.

8. Em Mateus alguns foram para o reino e outros para o castigo eterno, ao passo que em Apocalipse  nenhum dos que são julgados vai para a benção, todos vão para o castigo eterno.

9. Em Mateus o juiz está assentado no ''trono da sua glória'' (Mateus 25.31), mas em Apocalipse Ele está assentado no Grande Trono Branco.

10. Em Mateus a base do julgamento é o tratamento dos ''irmãos'', enquanto em Apocalipse o julgamento se baseia nas más obras.

11. Em Mateus a vinda de Cristo precede o julgamento, mas em Apocalipse nenhuma vinda é mencionada, já que Cristo está na terra durante o milênio.

12. Em Mateus são mencionados o Filho do Homem, três classes de homens (ovelhas, bodes, irmãos) e também os anjos, mas em Apocalipse são vistos apenas Deus e uma classe de homens.

13. Em Mateus a sentença é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a causa do julgamento, mas não há nenhum julgamento em Apocalipse até que ocorra cuidadoso exame dos livros.

14. Em Mateus não há um milênio precedente, pois encontramos os que passaram fome, sede, nudez, doença, aprisionamento e foram estrangeiros, mas em Apocalipse uma era milenar precede o acontecimento (Apocalipse 20.5).

Tais considerações parecem ser suficientes para apoiar a visão de que Mateus 25.31-46 e Apocalipse 20.11-15 não são um único julgamento, mas duas partes separadas do plano de julgamentos de Deus.

CONCLUSÃO:


A Segunda Vinda será um acontecimento culminante no plano de Deus, no tratamento do mal, uma vez que satanás será aprisionado, e a justiça será manifestada. Será culminante no plano do julgamento porque todo inimigo vivo do plano de Deus será julgado. Será  culminante no plano da terra, porque essa poderá regozijar-se  na retirada da maldição. Será culminante no plano de ressurreição porque todos os justos serão ressuscitados para compartilhar Sua glória. Será  culminante no plano divino de manifestar Sua soberania uma vez que o Filho é manifestado em glória no Seu reino. Tal acontecimento não pode ser minimizado nem retirado do seu lugar devido no plano de Deus para as eras da história.

A partir do próximo artigo a série escatológica iniciará a nossa seção sobre o Milênio.

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J.D.Pentecost.
EDITORA: Vida.





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