O MILÊNIO - PARTE X

 O CONCEITO DO REINO NO NOVO TESTAMENTO - PARTE VI


INTRODUÇÃO:


Já sabemos que Mateus dedicou seus escritos á Pessoa do Rei-Messias, o primeiro Livro do Novo Testamento, o primeiro dos Evangelhos nos traz três divisões, nas quais duas já foram vistas: A apresentação do Rei e a Sua legitimidade, a oposição e a rejeição ao Messias, e essa deixa claro que a morte Dele se tornara um fato absolutamente previsível.

Como vimos, a rejeição e a oposição que iniciou com o Precursor João Batista tomou mais abrangência na vida de Jesus e ao Seu ministério. É o que veremos nesse artigo!

A REJEIÇÃO DEFINITIVA DO REI:


Dos capítulos 16.13 aos capítulos 28.20 fazem parte da terceira divisão do Evangelho de Mateus, e aqui está a rejeição definitiva do Messias pela nação de Israel. 

E essa total rejeição é vista por sete pontos nos quais veremos neste momento.

I- O MESSIAIS PREPARA OS DISCÍPULOS EM VISTA DE TAL REJEIÇÃO:

Isso é visto entre os capítulos 16.13 até o 20.34. Jesus fez uma revelação de Sua pessoa em vista da Sua morte que estava próxima (16.13-16). Outro plano é revelado, o da Igreja (16.17-20), com o plano da Sua morte (16.26-17.21). Os três discípulos tiveram um vislumbre da revelação da Vinda gloriosa do Rei na transfiguração (16.27) e a mesma deve ser entendida como um quadro prenunciador em miniatura de Sua Segunda Vinda em Sua glória para estabelecer o Seu Reino ( 2Pedro 1.16-18).

Mateus apresenta as instruções de Cristo á luz da Sua morte (17.22-20.34). Aqui temos instruções sobre perseguição (17.22-23), privilégio dos filhos (17.24-27), humildade (18.1-5), ofensas (18.6-14), disciplina (18.15-20), perdão (18.21-35), o divórcio (19.1-12), receber crianças (19.13-15), riqueza (19.16-26), serviço (19.27-20.16), Sua morte (20.17-19), ambição (20.20-28) e autoridade messiânica (20.29-34).

II- A APRESENTAÇÃO FORMAL E A REJEIÇÃO OFICIAL:


Mateus faz o registro dos episódios nos capítulos 21.1 ao 27.66. Nessa seção foram registradas a apresentação formal do Rei em Sua entrada triunfal (21.1-17), que se conformava ao tempo da vinda do Messias anunciado em Daniel 9.24-27. Seguida pela purificação do templo, como parte ainda da apresentação formal, onde Ele age em nome de Seu Pai para tomar posse do templo paterno.

A cura dos doentes (21.14) é ainda outro aspecto de tal apresentação formal, onde o Rei demonstra a Sua autoridade. O ato final de Sua apresentação formal como Messias foi quando Ele aceitou o louvor da multidão (21.15-17). Depois disso Jesus se retira de Jerusalém (21.17). Tal ato é significativo devido á Sua rejeição pelos judeus. Ligada a maldição da figueira pelo Messias (21.18-22). A figueira foi usada para representar a nação de Israel nas Escrituras, tal ação representa a rejeição da nação pelo Messias depois de ela O rejeitar.

III- O CONFLITO FINAL ENTRE JESUS E OS JUDEUS:


Esse terceiro ponto está entre os capítulos 21.23-22.46 que trata um conflito com os sacerdotes e anciãos (21.23) sobre a questão da Sua autoridade. Esse trágico conflito foi ilustrado por três parábolas:
1. A parábola dos dois filhos (21.28-32) que mostra a atitude dos líderes para com o ministério de João Batista.
2. A parábola do administrador (21.33-46) que expõe a atitude dos líderes para com o próprio Jesus.
3. A parábola das bodas (22.1-14) que mostrou a atitude da liderança em relação ao convite de Deus para que entrasse no Reino.

Em seguida o conflito segue com os herodianos (22.15-22) sobre a questão do imposto. Depois um conflito com os saduceus (22.23-33) devido a questão da ressurreição, e por último o conflito com os fariseus (22.34-46) quanto á interpretação da Lei.

IV- O MESSIAS REJEITA A NAÇÃO DE ISRAEL EM VISTA DA REJEIÇÃO DA NAÇÃO:


O capítulo 23 de Mateus estão registrados os ''ais'' pronunciados contra os fariseus, onde culminam com o anuncio do juízo (23.33) e um pronunciamento final da desolação (23.38). Em vista da nação ter rejeitado o Rei e o Seu reino.

V- AS PREDIÇÕES DO REI EM FASE DE TAMANHA REJEIÇÃO:

Os capítulos 24.1 á 25.46 é a seção que descreve uma cronologia dos acontecimentos que virão sobre Israel. Jesus responde ás perguntas dos discípulos sobre o futuro da cidade e da nação. O período de Tribulação foi descrito por Jesus (24.4-26), a Segunda Vinda (24.27-30), e a reunião de Israel (24.31).

Esse desenvolvimento cronológico foi interrompido pelas parábolas que ilustram sobre a necessidade da vigilância (24.32-51). Em seguida a cronologia foi retomada com uma revelação de um futuro juízo sobre os judeus (25.1-13 e 25.14-30) e o julgamento sobre as nações (25.31-46), demonstrando que somente os salvos entrarão no Milênio, o qual se seguirá á Segunda Vinda.

VI- A PAIXÃO DO REI:

A paixão do Rei esta descrita entre os capítulos 26.1-27.66, e esse ponto está dividido em:

1. Os acontecimentos que precederam a Sua morte (26.1-27.32).
2. O anúncio da ocasião da Morte (26.1-2).
3. A conspiração (26.3-5).
4. A unção (26.6-13).
5. A traição (26.14-16).
6. A celebração da Páscoa  e a instituição da Ceia do Senhor (26.17-30).
7. A predição da negação de Pedro (26.31-35).
8. A experiência do Jardim (26.36-46).
9. A prisão e o julgamento do Messias (26.47-27.32) onde Lhe foi feita a pergunta pelos juízes se Ele era o Messias, o Filho de Deus (26.63).

Em seguida vem os acontecimentos da Morte e do Sepultamento do Messias (27.33-66). Aqui temos vários episódios na própria Crucificação que testemunharam que Aquele a Quem os judeus estavam executando era o Messias:

1. A zombaria dos soldados que gritavam ''Salve, o Rei dos Judeus!'' dá testemunho disso.
2. A divisão das vestes (27.35) aparece como cumprimento de um salmo messiânico, relacionando o acontecimento com o próprio Messias.
3. O título gravado e fixado acima da Cruz (27.37) é ainda outro testemunho. 
4. O escarnio lançado contra Ele pela multidão (27.40) se devia ao fato de Ele reivindicar poderes messiânicos.
5. A zombaria dos sacerdotes (27.42,43) foi causada pelo fato de que Ele ofereceu salvação que apenas o Messias podia oferecer ao povo.
6. A escuridão sobre natural (27.45).
7. E o grito de seus lábios (27.46).
8. Bem como o fato de lhe terem oferecido vinagre (27.46). são todos cumprimentos do que o salmista predissera sobre a morte do Messias.
9. Os milagres que acompanharam Sua morte (27.45,51,52) devem serem todos vistos como provas de que Ele era verdadeiramente o Messias de Deus.

Até mesmo o Seu sepultamento (27.57-60) cumpriu a parte da profecia messiânica central do Antigo Testamento em Isaias 53.

No pedido de um selo para a sepultura (27.62-66), havia um sútil indício de que os líderes sabiam que Ele era o Messias e tinham medo de que sua decisão de condená-Lo fosse desmascarada por um túmulo vazio, e por isso tentaram torná-lo o mais seguro possível. 

Mesmo a morte e o sepultamento de Cristo, a aparente derrota do Seu propósito de cumprir as alianças com Israel, estão repletos de testemunhos messiânicos.

VII- A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS, A PROVA DO DIREITO MESSIÂNICO DO REI:


O último ponto está reservado para os registros do capítulo 28 de Mateus que são reservados para a Ressurreição do Messias (28.1-20):

1. O tumulo vazio (28.1-8).
2. As aparições depois da Ressurreição (28.9,10).

São provas suficientes de Sua messianidade que os líderes não puderam forjar uma história que explicasse o túmulo vazio (28.11-15).

Israel recebeu seu grande sinal concernente á pessoa de Cristo. A comissão final dos discípulos (28.18-20) é a última demonstração da autoridade messiânica.

CONCLUSÃO DO EVANGELHO DE MATEUS:

Como vimos, Mateus se propôs apresentar o Messias a Israel e para registrar a reação da Nação. Vimos que o Livro está dividido em três partes. Sendo a primeira destinada á apresentação e a legitimidade do Messias, mostrando que Ele tem o direito , moral, judicial e profético ao trono, esse direito foi pleno ao Rei em Seus milagres. Já na segunda divisão vimos que o foco está na oposição e rejeição ao Rei pelos judeus. A rejeição iniciou indisfarçadamente até se tornar completa. Isso levou o Messias revelar um plano para uma nova forma do Reino que estava mantido em segredo por Deus. Na última divisão vimos que a rejeição chegou ao ápice na morte do Rei. Quem foi crucificado era o Rei dos judeus. A sua ressurreição é a aprovação divina de todas Suas reivindicações e ainda de Suas autenticações como Messias.

Pelo fato de Israel ter rejeitado o Messias, a Nação levará sobre si o seu pecado até que Ele volte para redimi-la e reinar em glória, sendo aclamado por todos como o Messias.

No próximo artigo caminharemos para o fechamento do Conceito do Reino no Novo Testamento, vamos abordar o adiamento da Oferta do Reino Teocrático e Retirada da nação de Israel depois da mesma tê-la rejeitada.

FONTE: Manual de Escatologia
AUTOR: J. D. Pentecost 
EDITORA: Vida.

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