O MILÊNIO - PARTE XI
O CONCEITO DO REINO NO NOVO TESTAMENTO - PARTE FINAL
INTRODUÇÃO:
O capítulo 12 do Evangelho de Mateus revela o ponto decisivo no Ministério de Jesus Cristo á Israel. A rejeição de Israel por Cristo, devido de Sua rejeição por essa Nação, e a retirada da oferta do Reino e os demais acontecimentos dos capítulos 11 e 12 temos o pequeno comentário de Gaebelein:
''Esta é a grande virada desse evangelho, e com ela cessam a oferta de nosso Senhor a Israel como Rei, bem como a oferta do próprio reino.''
E é com esse tema que encerraremos a nossa temática do Conceito do Reino no Novo Testamento.
A OFERTA DO REINO TEOCRÁTICO É RETIRADA E ADIADA DEPOIS DA REJEIÇÃO POR PARTE DE ISRAEL:
Barnhouse observou a importância do acontecimento registrado em Mateus 12.14,15:
''O ódio no coração dos líderes religiosos tinha chegado ao ponto de se reunirem contra Ele em conselho, planejando como haveriam de matá-Lo (Mt 12.14). Foi então que ocorreu um ato tão dramático e significativo que não podemos deixar de observar. Lemos que, quando Jesus soube que eles deliberavam em conselho contra Ele, ''retirou-se dali'' (v.15). Foi um dia triste para Israel. Quando o Messias de Israel se afastou de Seu povo, nada mais restaria no cálice da nação, exceto a amargura.''
Com a rejeição da Nação, o Senhor anunciou o rompimento de todos seus laços naturais por onde estava ligado a Israel (Mateus 12.46-50).
Diante desse anúncio feito pelo Senhor e com base nisso, a respeito de tal rejeição por parte dos judeus, podemos delinear um movimento definido na retirada da oferta do Reino. Esse plano foi desenvolvido, um plano de desenvolvimento do Reino Teocrático durante o tempo em que o Rei estaria ausente que é visto nas parábolas de Mateus 13.1-50. E ainda anuncia o início de um plano que até então inteiramente novo, e que não era esperado e não fora anunciado - a Igreja (Mateus 16.13-20). Jesus prepara os discípulos para uma grande demora no plano do Reino no que compete á Israel (Lucas 19.11-27). Prometendo a Segunda Vinda, e nessa ocasião o plano do Reino Teocrático para Israel será retomado (Mateus 24.27-31), e dará sinais á Nação que vão anunciar o Seu segundo avento (Mateus 24.4-26).
Ele preparou os discípulos para essa nova fase (João 14-16), prometendo-lhes participação no Reino, mesmo diante desse adiamento (Mateus 19.28-30; Lucas 22.28-30). O Senhor até ofereceu a eles um menor quadro e antecipado de sua Segunda Vinda para estabelecer o Reino (Mateus 16.27-17.8). Ai vemos que o Senhor estava preparando os discípulos para a retirada da oferta do Reino e a entrada de um plano novo e um novo tempo antes que o plano do Reino seja concluído.
Em Seu ministério público, há uma progressão de anúncios de definiram a retirada da Oferta. Os anúncios dos ais contra a liderança da Nação (Mateus 23) significando que o juízo é a única expectativa que lhe restou. Isso é bem definitivo na própria declaração do Messias em Mateus 23.37-39; Lucas 19.42-44; 21.24 e Mateus 21.42,43.
Duas explicações possíveis para o termo ''nação'', sobre quem o Reino de Deus seria a partir de então oferecido:
1. A primeira entende a palavra nação como ''geração'' e interpretaria a passagem assim: o Reino de Deus, que fora oferecido á geração de israelitas, não mais lhes seria oferecido, mas sim á geração de Israel que viver naquele tempo futuro, imediatamente anterior á Segunda Vinda do Messias, e que manifestará pelas suas obras a fé nessa Vinda. Isso significa que o Reino, então oferecido a Israel, voltará a ser oferecido antes da Segunda Vinda. Isso alinha com a promessa de que o Evangelho do Reino será novamente pregado e aceito por um remanescente em Israel (Mateus 24.14).
2. A segunda explicação interpreta a palavra nação como referência aos gentios, a quem seriam anunciadas as boas novas depois da morte de Cristo, e por meio de quem o plano do Reino seria desenvolvido (o plano que era o mistério em Mateus 13) até a realização final na Segunda Vinda.
Esse ponto de vista foi visto por Peters que escreveu:
''Esse reino de Deus oferecido á nação judaica, será oferecida a outros povos que serão adorados, a fim de que o propósito de Deus não falhe.
Esse reino é incorporado pela promessa de aliança com a descendência de Abraão; essa descendência é escolhida, mas, ao rejeitar o reino com a condição a ele anexada, agora, para que o propósito divino revelado nas alianças não falhe em seu cumprimento por causa da incredulidade e da depravação da nação, outra descendência seja levantada para Abraão, á qual o reino, num sentido peculiar [...] seja dado.''
Em seu outro comentário, Peters diz mais:
''O reino que, por promessa, pertencia exclusivamente á nação judaica, a descendência legítima de Abraão, não seria dado ao povo que fora enxertado.
[...] Como as promessas de Deus são certas [...] esse povo, essa nação mesma, precisa ser enxertada ou incorporada á descendência eleita de Abraão [...] Em lugar de deixar que a promessa tão preciosa falhe, Deus é fiel [...] em suscitar filhos a Abraão, até das pedras se isso fosse necessário (Mt 3.9); porém, em vez de recorrer a intervenções miraculosas para produzir tal resultado, Deus suscita a Abraão uma descendência dentre os gentios, enxertando-os pela fé em Cristo e considerando-os filhos de Abraão em virtude de sua fé justificadora, semelhante á de Abraão.
Qual seja a posição adotada, a Palavra do Senhor ainda constituiu o anúncio da retirada da oferta do Reino a Israel naquela ocasião por causa da rejeição do Senhor como Messias. Isso foi observado por Peters novamente:
''Próximo ao fim de Seu ministério, Jesus pregava que o reino não estava próximo.
[...]Tão logo os representantes da nação se reuniram em conselho e conspiraram para matar a Jesus, Ele, tendo terminado a primeira fase de Sua missão, mudou Seu estilo de pregar. Em vez de proclamar á nação que o reino estava próximo, agora dava a entender e declarava diretamente que o reino não estava próximo. Mateus 24.13 já é definitivo ao dizer: ''Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que reproduza os respectivos frutos''.
Temos, no entanto, anúncios mais explícitos. Assim. Lucas 19.41-44 apresenta, em vez de um reino, uma ameaça sombria de males terríveis e pendentes. E, ainda, em Mateus 23.37-38 [...], em vez de um reino que viria até eles, o que lhes está determinado é a dispersão e a destruição da cidade, dada a sua condição impenitente [...] Em Lucas 21.31 [...] já que a Sua morte era planejada pelos líderes da nação, a oferta é retirada, e o adiamento do reino, seu distanciamento da nação, é diretamente afirmado pela enumeração de certos acontecimentos que deverão ocorrer antes que o reino se aproximasse mais uma vez de Israel [...] nenhum dos quais se deu entre o momento em que foram pronunciados por Jesus e o dia de Pentecostes; daí a conclusão de que o reino não foi estabelecido [...] Lucas 19,11-27 demonstra veementemente nossa posição. Jesus contou essa parábola porque os discípulos ''que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente'' [...] a parábola é proferida [...] para indicar que ele não apareceria em breve, mas somente depois de se passar um período indefinido de tempo... Cristo só predisse abertamente Seus sofrimentos e Sua morte perto do final de Seu ministério (Mt 20.17-20; Jo 12.32-34 etc.). Isso não foi por acaso.... Quando rejeitado e os líderes envidaram esforços para eliminá-Lo, Ele se achou livre para desenvolver o que Deus já de antemão propusera de antemão em vista dessa rejeição e para superá-la.''
O Plano do Reino na Presente Era será o nosso próximo assunto!
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: John. Dwight. Pentecost,
EDITORA: Vida.
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