O MILÊNIO - PARTE XIII

 O PLANO DO REINO NA PRESENTE ERA - FINAL


INTRODUÇÃO:


Mesmo com a rejeição da Oferta do Reino por parte de Israel na Primeira Vinda, o Plano Geral do Reino Teocrático continuou sendo desenvolvido por Deus. Um intervalo entre a Rejeição e a Aceitação dessa Oferta foi posto, algo que não foi visto no Antigo Testamento. A relação do Reino Teocrático com o povo Teocrático  é visto na Presente Era, e está delineado por Paulo em Romanos 11, onde vimos que Deus não abandonou á Israel. Mas por enquanto, o Plano está sendo desenvolvido, tendo os gentios como alvo até chegar em sua plenitude.

Embora que alguns advogam que a Oferta continuou sendo dada á Israel após a Rejeição, depois do Dia de Pentecostes, na inauguração da Igreja. O arrependimento era e será a entrada de um tempo de refrigério que se cumprirá na Segunda Vinda. Enquanto isso Israel está fora do lugar da Benção até o seu arrependimento total.

A Oferta do Reino tornará a ser oferecida novamente a Israel, é o que discorreremos a partir de agora.

    I- O REINO TEOCRÁTICO VOLTARÁ A SER OFERECIDO AOS JUDEUS:


João Batista, os discípulos que foram comissionados, os setenta e o próprio Senhor Jesus (Mateus 3.3; 10.7; Lucas 10.9 e Mateus 4.17) proclamavam as boas novas de que o Reino estava próximo. Tal mensagem será novamente anunciada pela própria afirmação de Jesus em Mateus 24.14.

Na Primeira Vinda, a Oferta foi restrita á Israel, o que não acontecerá antes da Segunda Vinda, quando terá também o Mundo todo como alvo além da nação israelita. A pregação do Reino se dará por meio do remanescente fiel, pela Duas Testemunhas, por Elias (Apocalipse 7,11 e Mateus 17.11), marcando o inicio da parte final no cumprimento do Plano do Reino Teocrático no período da Grande Tribulação.

II- O REINO TEOCRÁTICO NA SEGUNDA VINDA:


O pronunciamento angelical em Apocalipse 11.15-17 anuncia o estabelecimento do Reino Teocrático. Outro anjo, que tem ''um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo'' (Apocalipse 14.6). E proclama ainda no versículo 17: ''temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas''.

É pelo Evangelho Eterno que o pronunciamento do cumprimento do Propósito Eterno será realizado. Tal Evangelho é em substância o mesmo Evangelho do Reino, trazendo as Boas Novas da proximidade do Rei para estabelecer o Reino, estabelecendo assim o eterno Propósito de Deus. Ao falar sobre Evangelho Eterno, Kelly afirma:

''Ele é chamado por Mateus ''evangelho do reino''. O '' evangelho do reino'' e o ''evangelho eterno'' são substancialmente iguais. Em Apocalipse ele é assim descrito porque sempre foi o propósito de Deus, pela descendência da mulher, ferir o inimigo e abençoar o próprio homem aqui na terra. A esse propósito, Mateus chama, conforme seu objetivo, ''evangelho do reino'', porque Cristo será o Rei de um reino preparado desde a fundação do mundo.''

O mundo será submetido á Autoridade do Rei, e oferecerá Adoração á Deus. Deus responderá a Oração que o Justo Rei ofereceu (Salmos 2.8) e será dado o domínio Àquele que possuirá a terra em nome de Deus.

O Reino Teocrático será absolutamente inevitável por várias razões:

1. É indispensável para preservar a integridade do Caráter de Deus. A isso, Peters comenta:

''Se tal reino teocrático, como o próprio Deus instituiu, não for restabelecido permanente e gloriosamente aqui na terra, segue-se que os esforços de Deus para estabelecer o governo e o interesse que Ele manifesta nesse governo não produzem resultados duradouros. Ou, em outras palavras. Seu próprio reino provou ser um fracasso [...] A honra, a majestade etc. de Deus estão imediatamente relacionadas a essa restauração; caso contrário, será dito que o Todo- Poderoso iniciou uma obra que, por causa do homem, não pôde completar''.

2. È indispensável para cumprir o Propósito de Deus de demonstrar Seu governo perfeito sobre a terra:

''Essa é uma teocracia de fato e de direito, pois nesse governo organizado encontramos a idéia teocrática - a idéia divina do governo perfeito - totalmente consumada. O governo está incorporado segura e poderosamente em uma Pessoa, que em Si mesmo une o humano e o divino, e se torna de acordo com ''a aliança eterna'' e as ''fiéis misericórdias prometidas a Davi'' (Is 55.3,4), ''o príncipe e governador dos povos''.

3. É indispensável para restaurar a harmonia original entre Deus e a Sua criação, entre o sobrenatural e o natural:

''Sendo o reino planejado para restaurar e manifestar a união original existente entre o natural e o sobrenatural, a Bíblia termina com esse reino em tal acordo. Sem o sobrenatural, o reino não pode ser produzido, pois ele requer, como previsto, um rei sobrenatural, que foi providenciado de maneira sobrenatural, e governantes que experimentaram um poder transformador sobrenatural. Mesmo no seu início e nas medidas preparatórias, assim como na sua manifestação final, ele está indissoluvelmente ligado ao divino [...] O reino e o sobrenatural não podem ser separados [...]
Quando Jesus, dotado de origem sobrenatural e glorificado pelo poder sobrenatural, vier pela segunda vez para a salvação, Seu poder sobrenatural será liberado para Seu reino de maneira mais espetacular''.

4. É indispensável para redimir a terra da maldição imposta sobre ela:

''Os profetas a uma só voz proclamam que esse reino será estabelecido para que nele o homem possa encontrar completa e perfeita salvação do pecado e do mal. O reino será estabelecido para que o homem e a natureza sejam afortunadamente resgatados da maldição imposta pelo pecado, sob ambos o qual ambos sofrem e gemem''.

5. É indispensável para cumprir todas as alianças feitas com Israel. Sem o Reino Teocrático terreno não seria cumprida a Aliança Abraâmica que promete a posse da terra para Israel, como a eternidade á Nação, e as bênçãos universais. Nem tão pouco seria cumprida a Aliança Davídica, onde está prometida um rei da linhagem de Davi, como um trono, ou uma reconhecida posição de autoridade onde esse rei governaria e um povo ou um reino o qual ele reinaria. Fora desse Reino a Aliança Palestina com a promessa da ocupação da terra e as bênçãos nessa ocupação seria cumprida. Nem a Nova Aliança, onde á Israel é prometido uma conversão, um novo coração e a plenitude das bênçãos de Deus seriam cumpridas.

6. Ele é indispensável para prover um teste final para a humanidade caída. O homem será colocado sob as circunstâncias ideais. Com toda fonte externa de tentação eliminada, porque satanás estará preso, e toda a necessidade suprida, de modo que não haverá nada que cobiçar, será demonstrado por meio daqueles que nascerem no Milênio com uma natureza decaída e pecaminosa que o homem é corrupto e digno de julgamento. Apesar da Presença visível do Rei e de todas as bênçãos que se originarão de Deus, pela rebelião no final do Milênio, será provado que o coração humano é corrupto (Apocalipse 20,7-9).

7. É indispensável para uma manifestação completa da glória de Cristo no Reino sobre o qual Ele governa.

''Sob qualquer aspecto em que analisemos o assunto, parece adequado e necessário ter tal teocracia como predita. Além das razões apresentadas anteriormente, derivadas das alianças, da fidelidade de Deus, da redenção da terra etc., parece eminentemente apropriado que o local da humilhação, dos sofrimentos e da morte do Rei Cristo testemunharem também a Sua exultação e glória. A Bíblia, além dos apelos apresentados a nós, indica o tempo vindouro em que Cristo será reconhecido aberta e visivelmente como o Glorioso, o Segundo Adão, que se ofereceu como nosso substituto por Seu amor, sendo o Cabeça eficaz da humanidade no seu destino recém-inaugurado; como Redentor, depois de oferecer expiação e ter honrado a justiça de Deus, agora manifesta de maneira prática os frutos da salvação; como Profeta, depois de ter ensinado restituição, agora se exibe como a Verdade evidenciada pela obra realizada diante de Deus; como Sacerdote, depois de fazer um sacrifício agradável, agora apresenta diante do mundo o fruto dele resultante e, como Rei, em virtude mesmo de Sua união divina, que demonstrou por Seu conselho, apoio etc., agora a manifesta de maneira especialmente designada por Deus como Rei Soberano.
Em suma, essa teocracia é a restauração da habitação de Deus com o homem, um Deus acessível, que constitui em Jesus um Cabeça infalível, tal como o mundo necessita, tal como o homem durante eras esperou, e que colocará o Filho de Davi em honra e glória no mundo em que sofreu e morreu. O tratamento passado e a breve estada do Filho de Deus e Filho de Davi garantem um retorno triunfante e uma estada de poder entre os homens que Ele salvará, comprovando o nome Emanuel, Deus conosco, no sentido teocrático.''

A partir do próximo artigo estaremos tratando sobre A Doutrina Bíblica do Milênio.

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J. D. Pentecost.
EDITORA: Vida.


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