O MILÊNIO - PARTE XXXI

 A ESPERANÇA DO ANTIGO TESTAMENTO


INTRODUÇÂO:

Estamos em nossa ultima sessão sobre o Milênio. Estamos tratando sobre a relação dos santos vivos com os santos ressuscitados no período milenar. No artigo anterior iniciamos esse tema em mente, uma vez a Terra será abundantemente habitada na Era Milenar. Com aqueles que terão seus corpos naturais, dentre os judeus e gentios vivos que virão da Grande Tribulação e aqueles que serão ressuscitados entre os da Igreja, entre os santos do Antigo Testamento e os mártires da Tribulação.

Nosso assunto agora aponta para o que era esperado no Antigo Testamento. As Sagradas Escrituras do Antigo Testamento apontam em vários lugares descrições da glória e da benção que os ''herdeiros da promessa'' esperavam.

Tal expectativa gloriosa fora apresentada claramente como a esperança dos justos. E mostrando a relação entre eles do Antigo Testamento com os do Novo Testamento, entre aqueles ressuscitados e os não ressuscitados se torna necessário distinguir certos aspectos das promessas do Antigo Testamento.
É o que faremos agora!

I- PROMESSAS NACIONAIS:

Sem dúvidas o Antigo Testamento contém certas promessas ao Israel nacional. Em sua maioria, essas promessas foram feitas não para sustento da esperança individual, mas tendo como base da confiança e da esperança da Nação. Promessas que se baseiam em Alianças Eternas e incondicionais que Deus firmou com Israel, onde é encontrado seu cumprimento por essa própria Nação.

Como Aliança Abraâmica que foi afirmada originalmente em Gênesis 12.1-3 e foi repetida em 13.14-17; 15.1-21 e 17.1-8, sendo que ao mesmo tempo era incluída algumas promessas individuais ao próprio Abraão, visando sua posteridade, a posse da terra prometida.

Todas as promessas em Aliança vindouras são repetições, ampliações e explicações de partes da Aliança Abraâmica original feita por meio de Abraão com a Nação e estabelecendo certas promessas nacionais.

E temos a Aliança Davídica que foi firmada em 2 Samuel 7.4-17 e repetida no Salmos 89, onde as promessas relacionadas á descendência na Aliança Abraâmica original, tomando e fazendo de tal descendência o tema de uma promessa ampliada, quando um reino, uma casa e um trono foram prometidos aquela descendência.
No mesmo momento em que a promessa foi feita a Davi, incluindo certas promessas individuais, o cumprimento de tal promessa é encontrada na nação israelita em si, não em indivíduos que pertence á Nação.

A Aliança Palestina sendo firmada pela primeira vez em Deuteronômio 30.1-10, onde é ampliada as promessas da Aliança Abraâmica em relação á terra. Tal promessa é sobre a posse da terra e a sua benção que foi dada á Nação como um todo. Deuteronômio 30.6 revela que essa promessa é nacional.

E por fim a Nova Aliança em Jeremias 31.31-34 que tomam as promessas das bênçãos que são encontradas na Aliança com Abraão originalmente e torna elas ampliadas. Tais bênçãos e promessas só serão cumpridas quando a nação de Israel se converter na ocasião da Segunda Vinda, é o que o Novo Testamento nos deixa claro (Romanos 11.26,27).

Dessa forma, observamos que as esperanças de Israel estão baseadas nessas quatro Alianças que determinam o que Deus fez com eles, tais alianças confirmam certas esperanças e bênçãos nacionais que exigem a preservação, a continuidade e a restauração da Nação para serem cumpridas literalmente.
Nesse ponto temos a observação de Chefer:

''As Escrituras do Antigo Testamento estão ocupadas em grande parte com o caráter e a glória do governo do Messias, as promessas a Israel de restauração e glória terrena, as bênçãos universais aos gentios e o livramento da própria criação. Há pouco revelado no Antigo Testamento sobre a responsabilidade individual no reino; ela é na verdade uma mensagem á nação como um todo. Evidentemente os detalhes relativos á responsabilidade individual estavam na mente do Espírito, reservados para o ensinamento pessoal do Rei, quando o reino estivesse ''próximo''.

Concluímos que o Antigo Testamento estava ocupado principalmente com promessas e planos nacionais, e não com a esperança individual.

II- PROMESSAS INDIVIDUAIS:

Na antiga Dispensação foram apontadas também certas esperanças individuais. A esperança da Ressurreição (Isaías 26.19,2-; Daniel 12.2,3,13; Oseías 13.14; Jó 19.25-27).Tais passagens apontam para isso. Os israelitas receberam a expectativa do julgamento e da recompensa individual, como apontam passagens em Isaías 40.10; Ezequiel 11.21; 20.33-44; 22.17-22; Daniel 12.3; Zacarias 3.7; 13.9; Malaquias 3.16-18; 4.1. Os israelitas receberam bênçãos prometidas de novo céu e nova terra em Isaías 65.17,18; 66.22.

O interprete literal das Escrituras não tem dúvidas em sua mante de que as promessas nacionais de Israel serão cumpridas por essa Nação no Milênio, seguida pela Segunda Vinda do Messias. Essas promessas têm conteúdo terreno e serão cumpridas na época do reinado terreno do Messias.

Com relação as promessas individuais, não se tem nenhuma afirmação clara no tocante ao âmbito em que serão cumpridas. Onde são ensinadas a Ressurreição, Julgamento e Recompensa individuais, tais provisões são descritas como cumpridas na Vinda do Messias, como algumas passagens apontam, porém o Antigo Testamento não esclarece o âmbito da expectativa do indivíduo. O comentário de Ottmam sobre Apocalipse 21.1-8:

''O novo céu e a nova terra, em que habita a justiça, sucedem á dissolução do antigo, e eles são, sem dúvida, o assunto da visão apocalíptica [...]
Referindo-se á visão, Grant diz: ''Essa é declaradamente uma referência á palavra de Isaías: 'Pois eis que crio novos céus e nova terra; e não haverá lembranças das cousas passadas, jamais haverá memória delas'. Isso é apenas um relance, pois os profetas do Antigo Testamento não parecem ir além do reino que nós, na verdade, aprendemos a chamar de 'milenar', tendo seus limites para nós definidos dessa maneira. Para Israel, não havia limitação necessária; havia um cenário brilhante diante do qual seus olhos e fixariam, seguros de que o que estivesse além disso só poderia ser benção adicional''...''

Uma descrição mais específica é nos dada do Novo Testamento, da esperança do indivíduo judeu (Hebreus 11.10;12.22,23).

Isso nos indica que, enquanto as promessas nacionais seriam cumpridas tanto na época quanto no Milênio, as individuais seriam cumpridas na época do Milênio, mas não necessariamente na terra milenar.

As passagens que ensinam Ressurreição indicam que a de Israel será concluída na Segunda Vinda, mas não é afirmada que os indivíduos serão ressuscitados para a terra milenar. Aquelas passagens que ensinam sobre o Julgamento e a recompensa individual mostram, da mesma maneira, que o julgamento e a recompensa coincidirão com o Segundo Advento, mas também não afirmam que tais recompensas serão desfrutadas no Milênio, mas sim na época do mesmo.

Podemos concluir, considerando as promessas do Antigo Testamento, que as nacionais serão cumpridas na Terra no Milênio, mas as promessas individuais de ressurreição serão cumpridas na época do Milênio, mas não obrigatoriamente posicionando o indivíduo no próprio Milênio dito.

A Natureza do Milênio é o nosso próximo assunto dentro dessa temática da relação dos santos vivos e ressuscitados no Reino Milenar.

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: John Dwight Pentecost
EDITORA: Vida


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