O MILÊNIO - PARTE XXXIII

 QUEM SERÃO OS HABITANTES DA JERUSALÉM CELESTIAL?


INTRODUÇÃO:

Estamos na reta final do nosso estudo sobre o Milênio. Já chegamos ao nosso artigo 23 sobre o assunto.
E neste artigo estaremos tratando sobre os habitantes da Jerusalém Celestial, e a relação uns com os outros.

OS HABITANTES DA JERUSALÈM CELESTE:

De certa forma podemos dizer que a esperança de Abraão centralizava-se na realização da vida numa cidade (Hebreus 11.10). Mas essa não era apenas a esperança de Abraão, mas dos demais santos do Antigo Testamento (Hebreus 11.16).

A esperança dos heróis da fé, de acordo com o texto de Hebreus era uma Cidade Celestial. Essa cidade foi descrita em detalhes em Hebreus 12.22-24, chamada de Jerusalém Celestial. Paulo a chamou de Jerusalém lá de cima em Gálatas 4.26. Chamada em Apocalipse 3.12 de cidade do meu Deus [de Cristo], a nova Jerusalém de Apocalipse 21.2, a cidade santa, a nova Jerusalém que é chamada de grande e elevada montanha em Apocalipse 21.10.

Essa Cidade é vista claramente como o lugar da esperança de todos os santos da Igreja. Esse é o Lugar do qual Jesus disse que iria preparar lugar e para onde nos levará após Sua Vinda (João 14.2).

Não podemos ver como um problema quando identificamos a ''Igreja dos Primogênitos'' ocupando a Jerusalém Celestial como afirma Hebreus 12.23.

Observe o que Kelly expõe sobre esse texto de Hebreus:

''...os hebreus cristãos são descritos como ''igreja dos primogênitos arrolados nos céus''. Não é preciso hesitar ao identificar essa comunidade celestial.
É a igreja de Deus, a respeito da qual ouvimos tanto e que desperta profundo interesse nos Atos dos Apóstolos e em outras Epístolas, como quando o Senhor aqui na terra declarou que ela estava preste de ser fundada (Mt 16.18), e que o inferno não prevaleceria contra ela. O dia de Pentecostes (que seguiu Sua morte, ressurreição e ascensão) testemunhou a nova visão primeiro. Ela é descrita aqui de acordo com o plano divino da epistola. Isso confirmaria a separação do agregado daqueles que a compõem, os primogênitos, em vez de figuras familiares de outra parte do corpo de Cisto e do templo de Deus -Sua habitação pelo Espírito.''

Essa cidade será ocupada também em parte pela Igreja, o Corpo de Cristo da Presente Era.
Saphir nos faz imaginar que os demais redimidos estarão na Cidade Celestial além d nós. Ele escreve: ''O termo assembléia geral [...] [paraneguris] implica não somente um grande número, mas o total. E essa circunstâncias, de que todos os membros estão juntos, dá a assembléia um caráter de festividades solene e alegre''. Mas temos uma questão: ''Quem se aliará aos anjos santos e aos santos da Igreja que irá compor o complemento de habitantes daquela Cidade Celestial?" Temos a resposta na sentença da frase ''os espíritos de homens justos aperfeiçoados''.

Mais uma vez Kelly comenta:

''...Esses são os santos do Antigo Testamento. Eles se relacionavam com Deus ante de a graça operar por meio da justiça para a vida eterna por Jesus Cristo, como o sabemos no evangelho. Quando a fé se apoiava na promessa, eles esperavam O que viria; e eles serão parte abençoada do Seu reino (Ap 20), quando também julgarão o mundo (1 Co 6.2). A mesma distinção de ''nós'' pode ser vista no fim dos versículos finais, 39 e 40, de Hebreus 11; e é incrível como prova o caso, que eles são mostrados, não como serão, mas como são, ''para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados''. Eles não estarão num estado separado quando ''aquele dia'' chegar; eles serão ressuscitados dentre os mortos na presença de Cristo.''

Já Ottman faz uma pergunta:

''Abraão, e esses outros da mesma fé, deixam de encontrar a cidade que eles buscavam? Não, não deixam. ''Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade'' (Hb 11.13-16). Novamente, no fim desse incrível capítulo, é dito: ''Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido cousa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados'' (Hb 11.39,40). Sem nós, eles não podem ser aperfeiçoados.''

Nos parece que o escritor da epístola aos hebreus nos dá um retrato desta Cidade, onde estarão reunidos com Cristo os santos anjos, os santos ressuscitados e os arrebatados da Era da Igreja e todos os santos ressurrectos do Antigo Testamento e da Grande Tribulação.

Temos apoio en Apocalipse 21.12-14 para essa interpretação onde é descrito as muralhas da ''santa Jerusalém''. Três partes foram indicadas, no versículo 12 refere-se aos anjos e as tribos de Israel, já no versículo 14 estão mencionados os nomes dos apóstolos do Cordeiro. Assim, podemos entender que anjos, os santos de Israel e do Antigo Testamento e a Igreja estão incluídos nessa muralha.

Grant refere-se á morada dos redimidos como uma ''cidade'', pertinentemente quando escreve:

''A cidade é a expressão da necessidade humana e a provisão para ela. Em meio ao sofrimento e á insegurança, os homens se reúnem para proteção; mas isso é apenas parte do que é sugerido. Há outras necessidades mais universais que isso, como a cooperação, a divisão do trabalho, o resultado da diferença de aptidões pela qual Deus nos tornou mutuamente dependentes. Nossa natureza social é assim encontrada, e aí são formados e reforçados os laços pelos quais o mundo está ligado; enquanto a conexão de mente com mente. de coração com coração, estimula e desenvolve toda faculdade latente [...]
A cidade eterna implica para nós associação, comunhão, relacionamento, plenitude daquilo que sugeria a afirmação primitiva\; ''Não é bom que o homem esteja só'', mas, com relação á cidade noiva, ela é, tem um sentido ainda mais profundo. Aqui, o relacionamento dos santos com Cristo, que como, a Lâmpada de glória divina os ilumina, explica tudo adequadamente. ''Sozinhos'' nunca mais poderemos estar. ''Com Ele'' toda a nossa humanidade encontrará resposta, satisfação e descanso pleno.''

A Cidade Celestial teria tanta pertinência aos santos do Antigo Testamento quanto aos crentes do Novo.

CONCLUSÃO:

A nossa conclusão é que o constante ensinamento das Escrituras nos mostra que o Senhor reunirá para Ele nessa Cidade Eterna os anjos santos, os santos do Antigo Testamento e os crentes do Novo Testamento, e com os corpos ressuscitados e glorificados. Irão compartilhar uma cidade literal e sua glória, pois só entrará nela pela ressurreição. Devemos observar que a Jerusalém Celestial não é o âmbito dos salvos vivos que vão para o Milênio, pois estes irão ocupar-se em reconstruir a Jerusalém terrestre como sua capital, mas sim a morada dos santos ressurrectos durante o Milênio.

Os viventes cumprirão as promessas nacionais do Antigo Testamento no Milênio, enquanto os ressurrectos cumprirão a esperança de uma ''cidade que tem fundamentos'' durante o Milênio.

No próximo artigo iremos finalizar o assunto da relação que haverá entre os santos vivos e os santos ressuscitados durante o Milênio, como também toda nossa exposição do Milenarismo.

Vamos levar em consideração algumas passagens pertinentes.

FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J.D. Pentecost.
EDITORA: Vida;


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