A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - PARTE VI

 A HISTORIA DA DOUTRINA DO SEGUNDO ADVENTO - PARTE FINAL

INTRODUÇÃO:

Depois de analisamos as posições quiliásticas  e a historicidade da doutrina da Segunda Vinda, chegamos aos pontos resultantes da nossa análise. Procuramos, como temos feito, trazer ao leitor as posições dentro do campo escatológico, porém prosseguindo na nossa posição dispensacionalista, tendo o pré-milenarismo como nossa posição quiliástica, como fomos em pré-tribulacionista na posição Tribulacional.

Se chegamos até aqui tendo a interpretação literal como base pra as profecias, respeitando suas figuras e símbolos. E como vimos nos artigos anteriores que a interpretação literal voltou com a Reforma Protestante nas questões soteriológicas, a escatologia também deveria seguir o mesmo método de interpretação. E assim iremos fazer algumas observações quanto á doutrina do Segundo Advento, e entender o porque que ela precisa ser:

I- ELA É PRÉ-MILENAR:

Mais uma vez devemos recorrer ao método literal de interpretação das Escrituras, isso faz com que a Segunda Vinda do Senhor é pré-milenar de forma inegável.

II- ELA É LITERAL:

Outro fator importante é que a Segunda Vinda deve ser literal, a fim de cumprir as promessas feitas nas Escrituras quanto á Segunda Vinda (Atos 1.11). Isso faz necessário que a Volta do Senhor seja literalmente, um retorno corporal de Cristo á terra.

III- ELA É INEVITÁVEL:

Voltamos para a questão das profecias. O grande grupos delas que ainda não se cumpriram faz com que a Segunda Vinda absolutamente inevitável. A própria promessa de Cristo aos seus discípulos (Atos 1.11); dos mortos ouvindo Sua voz (João 5.28); Dele ministrando aos Seus servos vigilantes (Lucas 12.37); Ele voltando á este mundo (Atos 1.11), no mesmo monte das Oliveiras , de onde Ele partiu (Zacarias 14.4); Vindo em chama de fogo (2 Tessalonicenses 1.8), nas nuvens do céu com grande poder e glória (Mateus 24.30; 1 Pedro 1.7; 4.13); Se levantando sobre a terra (Jó 19.25); Seus santos (Igreja) vindo com Ele (2 Tessalonicenses 3.13; Judas 14); quando todo o olho O verá (Apocalipse 1.7); para destruir o anticristo (2 Tessalonicenses 2.8); assentando no Seu trono (Mateus 25.31; Apocalipse 5.13); quando todas as nações serão reunidas diante Dele para serem julgadas (Mateus 25.32). Ele terá o trono de Davi (Isaías 9.6,7; Lucas 1.32; Ezequiel 21.25-27); trono esse que será sobre a terra (Jeremias 23.5,6); Ele terá um reino (Daniel 7.13,14) reinando sobre todos os Seus santos (Daniel 7.18-27; Apocalipse 5.10); todos os reinos da terra O servirão (Salmos 72.11; Isaías 49.6,7; Apocalipse 15.4); estes reinos se tornando o Seu reino (Zacarias 9.10; Apocalipse 11.15); todos os povos irão acorrer até Ele (Gênesis 49.10); todo o joelho se dobrará diante Dele (Isaías 45.23); as nações subindo para adorar o Rei (Zacarias 14.16; Salmos 86.9); Ele irá edificar Sião (Salmos 102.16); com o Seu trono em Jerusalém (Jeremias 3.17; Isaías 33.20,21); os apóstolos se assentando nos doze tronos , julgando as tribos de Israel (Mateus 19.28; Lucas 22.28-30); Ele governará todas as nações (Salmos 2.8,9; Apocalipse 2.27); Ele reinará em juízo e justiça (Salmos 9.7); o templo em Jerusalém será reconstruído (Ezequiel 40-48) e a glória de Deus entrando nele (Ezequiel 43.2-5; 44.4); a glória do Senhor será revelada (Isaías 40.5); o deserto se transformando em pomar (Isaías 32.15); o deserto florescendo como a rosa (Isaías 32.1,2) e glória sendo a sua morada (Isaías 11.10).

Todo o plano de alianças com Israel, que ainda não se cumpriu, torna também obrigatório a Segunda vinda do Senhor á terra. O princípio de um cumprimento literal torna o retorno de Cristo essencial.

III- ELA É VÍSIVEL:

Muitas são as referências que advogam e reforçam pra uma Vinda com a manifestação visível do Filho de Deus á terra (Atos 1.11; Apocalipse 1.7; Mateus 24.30). Da mesma forma que Cristo foi publicamente rejeitado e repudiado, Ele retornará e será apresentado publicamente por Deus  na Segunda Vinda. Tal Vinda está associada á Sua visível manifestação de glória (Mateus 16.27; 25.31), pois, no término do juízo e na manifestação da soberania, Deus será glorificado (Apocalipse 14.7; 18.1;19.1).

IV- COMO SOMOS EXORTADOS NA PRÁTICA DA ESPERANÇA DA SEGUNDA VINDA:

Como há um amplo ensinamento nas Escrituras sobre a Segunda Vinda, e isso com exortação, dessa forma somos exortados:

1. Vigilância (Mateus 24.42-44; 25.13; Marcos 13.32-37; Lucas 12.35-38; Apocalipse 16.15).

2. Sobriedade (1 Tessalonicenses 5.2-6; 1 Pedro 1.13; 4.7; 5.8).

3. Arrependimento (Atos 3.19-21; Apocalipse 3.3).

4. Fidelidade (Mateus 25.19-21; Lucas 12.42-44; 19.12,13).

5. De não envergonhamos de Cristo (Marcos 8.38).

6. Contra o mundanismo (Mateus 16.26,27).

7. Moderação (Filipenses 4.5).

8. Paciência (Hebreus 10.36,37; Tiago 5.7,8).

9. Mortificar a carne (Colossenses 3.3-5).

10. Sinceridade (Filipenses 1.9,10).

11. Santificação (1 Tessalonicenses 5.23).

12. Fé ministerial (2 Timóteo 4.1,2).

13. Obediência apostólica (1 Timóteo 6.13,14).

14. Diligência e pureza pastoral (1 Pedro 5.2-4).

15. Pureza (1 João 3.2,3).

16, Permanecer em Cristo (1 João 2.28).

17. Resistir as tentações e ás provações mais severas da fé (1 Pedro 1.7).

18. Suportar as perseguições pelo Senhor (1 Pedro 4.13).

19. Santidade e piedade (2 Pedro 3.11-13).

20. Amor fraternal ( 1 Tessalonicenses 4.13).

21. Conservar em nossa mente nossa cidadania celestial (Filipenses3.20,21).

22. Amarmos a Segunda Vinda (2 Timóteo 4.7,8).

23. Aguardamos por Ele (Hebreus 9.27,28).

24. Confiar que Cristo terminará Sua obra (Filipenses 1.6).

25. Manter firme nossa esperança até o fim (Apocalipse 2.25; 3.11),

26. Renegar a impiedade e as paixões do mundo e a vivemos piedosamente (Tito 2.11-13).

27. Estarmos em alerta devido a natureza repentina da Segunda Vinda (Lucas 17.24-30).

28. Não julgarmos antes do tempo (1 Coríntios 4.5).

29. Esperar a recompensa (Mateus 19.27,28).

30. Tempo de alegria (2 Coríntios 1.14; Filipenses 2.16; 1 Tessalonicenses 2.19).

31. Confortou os apóstolos  na partida de Cristo (João 14.3; Atos 1.11).

32. O principal acontecimento esperado pelo crente (1 Tessalonicenses 1.9,10).

33. Segurança e coroação de graça de estarmos irrepreensível no dia do Senhor (1 Coríntios 1.4-8).

34. Hora de acertar as contas com Seus servos (Mateus 25.19).

35. Os gentios vivos serão julgados (Mateus 25.31-46).

36. Cumprimento do plano das ressurreições dos salvos (1 Coríntios 15.23).

37. Hora das manifestações dos santos (2 Coríntios 5.10; Colossenses 3.4).

38. Fonte de consolação (1 Tessalonicenses 4.14-18).

39. Está associada á tribulação e ao julgamento dos incrédulos (2 Tessalonicenses 1.7-9).

40. É proclamada na Mesa do Senhor (1 Coríntios 11.26).

Finalizamos esse assunto da historicidade da doutrina da Volta de Cristo com as palavras de Chafer:

''O tema geral concernente ao retorno de Cristo tem rara distinção de ser a primeira profecia pronunciada pelo homem (Judas 14.15) e a última mensagem do Cristo exaltado, bem como a última palavra da Bíblia (Apocalipse 22.20,21). Da mesma forma, o tema da segunda vinda é singular pelo fato de ocupar grande parte do texto das Escrituras, mais que qualquer outro tópico, e ser um tema distinto no Antigo e no Novo Testamento. Na verdade, todas as outras profecias contribuem para o grande final do cenário completo desse acontecimento - a segunda vinda de Cristo.''

No próximo artigo continuaremos tratando sobre a Segunda Vinda com o Programa das Ressurreições.

FONTE: Manual de Escatologia.

AUTOR: John D. Pentecost.

EDITORA: Vida.