A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - PARTE VIII
O PLANO DAS RESSURREIÇÕES NA SEGUNDA VINDA - PARTE II
INTRODUÇÃO:
Em 1 Coríntios 15 o apóstolo Paulo trata um esquema dos acontecimentos no plano das Ressurreições (1 Coríntios 15.22-24).
Essa divisão proposta por Paulo tem relação com a expressão ''cada um, por sua ordem'' (1 Coríntios 15.23). ''Ordem'' (tagma) conforme Robertson e Plummer, é uma metáfora militar; ''companhia'', ''tropa'', ''bando'' ou ''classe''. A idéia aqui é cada ''corpo'' de tropas vindo em sua posição e ordem apropriadas. As partes da Ressurreição são vistas como batalhões que marcham num desfile de vitória bem organizado. Mas, o conceito militar da palavra não pode ser demais enfatizado, Harrison comenta:
''....é duvidoso se a força militar do mundo deve ser frisada a esse respeito, porque a metáfora com que a passagem começa é a de ''primícias'', e, como vimos, isso exige uma colheita semelhante em natureza ás primícias. Essa idéia deve ser vista mais certamente como reguladora do sentido que a força de [...] [tagma] é a idéia de sequência.''
Nessa sequência da marcha de ressurreição, Cristo é sem dúvida o líder do batalhão, ou as ''primícias'' da colheita que promete grande abundância de frutos semelhantes que frutificarão na hora determinada. Essa fase do plano das Ressurreições foi cumprida na Ressurreição de Cristo e marcou o restante do plano.
I - A SEQUÊNCIA DO PLANO DAS RESSURREIÇÕES:
Já vimo que Cristo é as primícias da colheita da Ressurreição, ou a primeira ordem (tagma). Um segundo grupo foi introduzido por Paulo mediante o termo ''depois''. O termo grego é ''epeita'' que significa um espaço de tempo com duração indeterminada. O comentário de Edwards nos ajuda a entender:
''Ele não diz que um acontecimento segue o outro imediatamente, nem diz quão cedo ele se seguirá''. Podemos ver aqui livremente a abrangência de um espaço de tempo entre a Ressurreição de Cristo e a ''Ressurreição dos que são de Cristo, na Sua vinda''.
Esse segundo grupo é alvo de diferentes opiniões quanto ao que se refere. Alguns interpretam o termo (hoi tou Christou) ''os que são de Cristo'', como sinônimo daqueles ''em Cristo'' (en tõ Christo) do versículo 22 de 1 Coríntios 15. Temos aqui uma expressão técnica para descrever a relação dos santos para com Cristo na atual dispensação. Isso nos leva a compreender imediatamente a concluir que se trata da Ressurreição da Igreja mencionada em 1 Tessalonicenses 4.16. Tal teoria tem apoio numa referência á palavra vinda (parousia), que foi usada geralmente para o arrebatamento. Paulo, afirmara que o segundo grupo na marcha da Ressurreição seria formado por aqueles da presente era que vão ressuscitar no Arrebatamento da Igreja. Os defensores desta teoria afirmam que Paulo não está colocando na relação os santos da Grande Tribulação, nem tão pouco os santos do Antigo Testamento. Mas, uma vez que Paulo descreve um plano de Ressurreições, soa estranho deixar esses grupos fora dele.
A teoria alternativa parece ser a mais provável com intensão do autor sagrado de que a expressão ''os que são de Cristo'' é uma referência geral a todos os redimidos, da Igreja, do tempo do Antigo Testamento e do período da Grande Tribulação, quando todos serão vivificados na ''Vinda'' de Cristo. Aqui, a palavra Vinda, então, tem uma interpretação mais ampla, referindo-se á Segunda Vinda e ao Seu plano, e não somente o Arrebatamento. Nesse sentido, Paulo estaria tratando desse segundo grupo seria composto por todos os santos de todas as dispensações que ressuscitarão na Segunda Vinda por pertencerem a Cristo.
II- ENTÃO VIRÁ O FIM:
Um rigoroso debate tem surgido entre os expositores quanto ao significado dessa expressão do versículo 24 de 1 Coríntios 15. Há a idéia de que a palavra ressurreição deveria ser incluída como sendo o fim da ressurreição, como se Paulo mencionasse uma conclusão do plano das Ressurreições com a ressurreição dos incrédulos mortos após o Milênio. Já outra idéia aponta para a não inclusão dos incrédulos, mas que Paulo estaria ensinando que a Ressurreição seria seguida com o fim dessa era, então virá o fim da era. Como está em Mateus 24.6,14 e em Lucas 21.9. Decidimos a questão pela interpretação do relacionamento entre os dois uso de ''todos'' no versículo 22 de 1 Coríntios 15. Eles seriam ou não co-extesivos?
A primeira posição diz que os ''todos'' que morreram em Adão não são os mesmos ''todos'' vivificados em Cristo. Tal interpretação defendida por essa posição diz que o no versículo, embora todos em Adão morreram, já a Ressurreição descreveria somente os salvos que estão ''em Cristo'' deve faze referência ao fim da era. Os argumentos dessa posição foi descrita por Harrison:
''A interpretação do versículo 22 geralmente usada para apoiar essa construção considera a segunda ocorrência [...] [pantes, todos] co-extensiva á primeira. O ''todos'' é universal em ambos os casos. È certo nesse ponto que dificuldades começam a cercar a teoria descrita. Como observamos em outra conexão, a palavra [...] [zoopoiethesontai) é um termo muito forte e muito complexo espiritualmente para ser usado com respeito a todos os homens. O termo natural para a ressurreição de um tipo totalmente abrangente seria [...] [egeiresthai]. As palavras em ''Cristo'' não pode ter nenhum significado inferior ao que têm em qualquer outro lugar. Os incrédulos não estão incluídos. Meyer e Godet estão no caminho errado ao supor que [...] [en christo] tem algum significado diluído que permite aplicação a incrédulos. Tal aplicação exigira [...] ]dia christou] em vez de [..] [en christo]. Uma segunda dificuldade é o fato de que toda a discussão do capítulo tem em vista apenas os crentes. Pelo menos, nada é dito claramente sobre quaisquer outros. Paulo centraliza a atenção de seus leitores em Cristo como as primícias dos mortos crentes. A palavra [...] [aprache] (primícias) e o verbo [...] [koimao] (dormir) aplicam-se apenas a crentes. Cristo não é as primícias dos outros, já que eles devem necessariamente ser de todo diferentes dEle em sua ressurreição. Então, os mortos incrédulos também não ''dormem''. Eles morrem. Uma dificuldade se apresenta no uso artificial e inédito de... [telos] que essa construção exige. A palavra significa ''fim'' no sentido absoluto de término e conclusão. As vezes é usada no sentido de propósito ou alvo. Mas esse uso como equivalente de um adjetivo (ressurreição final) não tem nenhum exemplo. Tal dificuldade pode ser resolvida ao considerarmos na sua força normal de substantivo e ao incluir ''da ressurreição'', caso em que toda oração ficaria ''então virá o fim da ressurreição''. Mas uma teoria que exige a inclusão de palavras que são cruciais á sua integridade deve permanecer sob certa suspeita.''
Vine também segue na mesma linha:
''... como Adão é o cabeça da raça natural, e, em virtude dessa relação com ele, a morte é o destino comum dos homens, então, pelo fato de que Cristo é o Cabeça da raça espiritual, todos os que possuem relação espiritual com Ele serão vivificados. Não há idéia de universalismo da raça humana na comparação da segunda afirmação com a primeira. Que os incrédulos esteja ''em Cristo'' é totalmente contrário ao Ensinamentos [...] Logo, apenas os que se tornam novas criaturas e possuem vida espiritual, e portanto estão ''em Cristo'' na sua experiência nesta vida presente estão incluídos no ''todos'' da segunda afirmação, os quais serão ''vivificados.''
Podemos pensar que Paulo está olhando para dois estágios no plano da Primeira Ressurreição: a Ressurreição de Cristo e a Ressurreição de todos os que são de Cristo, o que incluí os santos da Igreja, os santos da Grande Tribulação e os santos do Antigo Testamento.
Se o uso da expressão ''em Cristo'' fosse usada por Paulo para incluir o fim do plano das Ressurreições no seu ensinamento, ela seria entendida como instrumental ''por Cristo''. Segue os comentários de Plummer e Robertson:
''Talvez Paulo esteja pensando sobre uma terceira [...] [tagma, ordem] aqueles que não são de Cristo, que serão vivificados poucos antes do fim, Mas , durante toda a passagem, os incrédulos e ímpios ficam de lado, se é que chegam a ser lembrados.''
Temos também Freinberg:
''O contexto fala sobre ressurreição, e a ressurreição final está em vista aqui, de acordo com vários comentadores. Com os últimos concordamos. O apóstolo demonstrou que há estágios definidos na ressurreição dos mortos. Cristo, que é as primícias , segundo, os que são de Cristo na Sua vinda; terceiro, a ressurreição final dos incrédulos''.
A ordem foi descrita por Pridham da mesma maneira:
''o apóstolo distribuiu o grande trabalho da ressurreição como uma manifestação do poder divino, em três atos definidos e independentes: 1. A ressurreição do Senhor Jesus. 2. A ressurreição dos Seus na Sua vinda. 3. O esvaziamento definitivo de todo túmulo no final da administração do reino do Filho, quando se apresentarão os mortos não incluídos na primeira ressurreição, pequenos e grandes, para o julgamento diante de Deus''.
A palavra ''fim'' (telos) no emprego básico tem referência ao fim de um ato ou estado e se relaciona ao término de um plano, é preferível entender que Paulo inclui a Ressurreição final na ordem em que os grupos são tratados no texto. E fica claro que Paulo está prevendo um intervalo de tempo entre a Primeira Ressurreição e o fim, nesse caso, o fim de uma era, sendo o fim do plano da Ressurreição.
E encerramos esse artigo com Vine:
''... a palavra traduzida por ''então'' não é tote, ''então'' no sentido de ''imediatamente'', mas eita, indicando sequência no tempo, ''então'' após um intervalo, e.g., Marcos 4.17,28, e versículos 5 e 7 do capítulo atual. O intervalo subentendido aqui no versículo 24 é aquele durante o qual o Senhor reinará no Seu reino milenar de justiça e paz''.
FONTE: Manual de Escatologia.
AUTOR: J. D. Pentecost.
EDITORA: Vida
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