DESENVOLVENDO O CONCEITO
ESCATOLOGIA
O QUE É?
''A Escatologia, do grego, ''eschaton'' é a doutrina que diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindouro. Dela se depreendem vaticínios cujos temas são de alcance muito vastos.
Alguns deles ainda surgirão (em seu cumprimento) no cenário de nossa história, tal cumprimento, á luz de cada contexto, não depende da vontade e imaginação humanas, mas exclusivamente de Deus (Jeremias 1.12).
Foi o que o apóstolo Pedro recomendou seus leitores quando o mesmo escrevia para que eles atentassem para ''A PALAVRA DOS PROFETAS'' (1 Pedro 1.19). As mesmas recomendações são de real relevância nos dias de hoje, precisamos estar atentos as Palavras dos Profetas para sermos iluminados neste mundo tenebroso até que a Estrela da Alva (Arrebatamento) apareça em nossos corações.
Nestes últimos dias tem aumentado o interesse sobre as Profecias Bíblicas e o assunto do Fim do Mundo tem ocupado maciçamente a mídia, ainda que a maior parte estão sendo difundidos por aqueles que carecem de conhecimento bíblico e teológico sobre o assunto. As Escrituras nos ajudam a compreender o que da fato é a Escatologia e fora do campo bíblico teológico temos os acontecimentos políticos e religiosos que estão diante de nós, na vida do povo de Israel e das demais nações (Lucas 21.29)''. (Severino Pedro da Silva - ESCATOLOGIA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS - CPAD).
Neste nosso artigo iremos desenvolver o conceito da Escatologia e a partir dele entraremos profundamente no desenvolvimento dessa Doutrina que deve estar entre aquelas que são fundamentais para a vida cristã e que desperta a Igreja para a Eternidade e a condição do mundo perdido que caminha para a perdição e que o mesmo só poderá ser salvo pela pregação das Boas Novas.
O SIGNIFICADO DO TERMO:
Como vimos, o termo escatologia e seus cognatos correspondem aos assuntos das Últimas Coisas.
O termo escaton é aquilo que vem por último, designa a Doutrina que diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindouro.
O domínio da Escatologia já está presente entre nós misteriosamente, com suas promessas e seu atual julgamento, isso desde de que Cristo surgiu e com Ele o Reino de Deus.
A) DEFININDO O CONCEITO:
No Novo Testamento existem alguns termos técnicos que designam o presente, atual e futuro, ao mesmo tempo, da escatologia na Igreja e do mundo.
São termos que focalizam com exclusividade este tempo futuro, por exemplo:
- E nos últimos dias... (Joel 2.28; Atos 2.17).
- ... nos últimos dias... (1 Timóteo 4.1; 3.1).
- ... nestes últimos dias... (Hebreus 1.1).
- ... nos últimos dias... (2 Pedro 3.3).
A expressão últimos dias e seu equivalente apontam para:
- A descida do Espírito Santo em sua plenitude.
- Para a época do Evangelho de Cristo.
- Os dias maus.
B) A VINDA DE JESUS:
Existe uma tríplice revelação da Vinda do Senhor Jesus: á Igreja (Arrebatamento), á Israel (Preparar para receber o Messias depois da Tribulação) e, ás Nações (Milênio).
Essa tríplice revelação é dividida em 1 Tessalonicenses 4.16 que alude ao argumento quando diz:
- O alarido para a Igreja.
- A voz do Arcanjo para Israel.
- A trombeta de Deus para as Nações.
Quando está relacionado com a Igreja, a descida do Senhor nos ares para ressuscitar os que ''dormem'' e transformar os crentes vivos é apresentada como constante expressão de esperança (1 Coríntios 15.51,52; Filipenses 1.30; 1 Tessalonicenses 4.14-18; 1 Timóteo 6.14; Tito 2.13; Apocalipse 22.20).
Quando relacionado com Israel, o povo escolhido do Antigo Pacto, a Vinda do Senhor é a enunciação para cumprir as Profecias que dizem respeito ao seu ressurgimento nacional, sua conversão, e estabelecimento em paz e poder sob o Pacto Davídico (Amós 9.11,12; Atos 15.14-17).
E relacionado com as Nações, a Volta de Jesus é a destruição do presente sistema politico universal (Daniel 2.44,45; Apocalipse 19.11). Sendo que esses dois últimos acontecimentos, Israel e as Nações só terão lugar depois da Tribulação e do Arrebatamento da Igreja.
O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO:
A) Para a Igreja:
A Volta do Senhor pode ser dividida em duas fases: o Arrebatamento, que se destinará apenas para a Igreja, chamada também de o ''encontro com o Senhor nos ares'' (1 Tessalonicenses 4.17).
Arrebatamento não se encontra, graficamente falando, nas passagens que descrevem o momento do arrebatamento da Igreja, mas a idéia do termo está na frase inserida no no contexto quando diz ''seremos arrebatados'' (1 Tessalonicenses 4.17).
A expressão arrebatamento obedece á seguinte sentença: ''tirar'', ''arrancar'', ''levar'', ''afastar'', ''tirar por força ou por violência'', ''impelir'', ''suprimir'', ''elidir'', etc. Tais expressões designam, fundamentalmente, o traslado de uma coisa de um lado para o outro ou de uma dimensão inferior para outra dimensão superior.
No Novo Testamento iremos encontrar cinco termos técnicos no grego que descrevem a manifestação de Cristo em suas duas fases futuras: Arrebatamento e Parousia e cada uma delas exemplificada com passagens bíblicas e são elas:
- Optomai (aparecer), aparece em Hebreus 9.28 quando diz ''aparecerá segunda vez''.
- Ercomai (vir), aparece em João 14.3 quando diz ''virei outra vez''.
- Epphanos (aparição), que aparece em 1 Timóteo 6.14 quando diz ''até a aparição''.
- Apokalypsis (revelação, desvendamento), aparece em 1 Coríntios 1.7 quando diz ''a manifestação ou revelação de nosso Senhor Jesus Cristo''.
- Parousia (presença ou vinda), aparece em 2 Tessalonicenses 2.8 quando diz ''esplendor da sua vinda''.
Mais adiante, esta Série estudará a parousia de Cristo que será no fim da Tribulação, sendo o fim definitivamente daquele tempo de aflição.
O aparecimento do Rei Jesus será acompanhado de certos sinais que não deixarão ninguém em dúvida quando acontecer (Mateus 24.29). Tal Volta irá trazer efeitos opostos e resultados positivos para os santos e negativos para os incrédulos. Tais efeitos serão sentidos pelos amigos (Mateus 24.31) e inimigos (Mateus 24.30) ''tristeza e alegria, gemidos e adoração, medo e delicias''.
Cristo não virá como da primeira vez, em fraqueza (a fraqueza de Deus) e humildade, mas na glória e poder.(Apocalipses 1.7; 19.11-21).
No desenvolvimento do argumento em si, em 1 Tessalonicenses 41.7, a palavra ''arrebatamento'' tem o mesmo sentido no grego que ''encontro'', esse termo foi usado em Atos 28.15 para o encontro dos discípulos com o apóstolo Paulo e sua equipe. Nesse sentido a palavra encontro significa ''sair'' a fim de voltar com ''alguém''.
Somente duas passagens focalizaram essas palavras com tal sentido, em Gênesis 24.63-67 e Mateus 25.1,6.
Em Gênesis descreve-se o encontro de Rebeca com Isaque e na passagem de Mateus ilustra o encontro das Virgens (que veremos a identidade delas) com o Noivo.
B) Para Israel e Nações:
Nesse sentindo a Volta do Senhor no que diz respeito á segunda fase (Parousia) se destina especificadamente com Israel, mas as Nações, de um certo modo, estão envolvidas; no acontecimento.
Quando tratamos a Volta do Senhor nos ares, Israel é identificado como a figueira que brota (Mateus 24.32). Veremos mais precisamente sobre as Profecias relacionadas á Israel em outros artigos e entenderemos sobre essa parábola, mas de antemão queremos deixar na mente do leitor que isso foi um evento que antecede o Arrebatamento.
C) A Posição de Cristo:
Cristo está agora assentado nas Alturas exercendo seu Ministério Sacerdotal em favor dos crentes e assim ''aguardando''. O termo usado aqui é '' ekoexouai'' e transmite a idéia de ''alguém esperando o recebimento de alguma coisa vinda de outro''. Isto mostra que Cristo está numa atitude de alguém que está esperando; tal concepção encontra-se em Hebreus 10.12,13. Cristo está entronizado e pacientemente aguarda: o tempo certo e a ordem do Pai, porém enquanto isso não acontece, Ele está exercendo sua Tríplice Função:
- Primeiro como Concessor de Dons (Efésios 4.7-11), e o diretor do seu exercício (1 Coríntios 12.4-11). Temos como tipificação os sacerdotes do Antigo Testamento que consagravam os filhos de Levi (Êxodo 29.1-9), Cristo está incessantemente ativo no Céu. Relacionado á isto, todo o campo de serviço fica adequadamente apresentado e a que deve ser notada está entre a atividade universal tríplice do crente como sacerdote e o seu exercício diário.
- Segundo como Intercessor, Cristo iniciou esse ministério aqui na terra (João 17.1-26). Esse cuidado pastoral do Nosso Senhor é destinado aqueles que Ele salvou (Romanos 8.34), por causa disso Ele pode salva-los quando se aproximam de Deus através dele (Hebreus 7.25). Ele ora por aquele que o Pai lhe deu (João 17.9). Tal intercessão do Nosso Mestre está relacionada com as nossa fraqueza, imaturidade e limitações e garante nossa segurança para sempre (Lucas 22.31,32).
- Terceiro como Advogado, como Aquele que nos representa agora nos céus (Hebreus 9.24), nisto Cristo lida com o pecado atual da criação (1 João 2.2) e ao pecar o cristão tem um Advogado junto do Pai.
D) A Vinda de Cristo Exemplificada:
Dentro desse nosso desenvolvimento encontramos no Antigo Testamento, especialmente em Levítico 23 o ritual de cada festa estabelecida por Deus e observada pelo povo de Israel na Terra Santa. Cada festa destas, de acordo com o seu significado especial, aponta para um tempo futuro:
- Páscoa (Levítico 23.4). É a primeira delas, a Páscoa do Senhor era celebrada no primeiro mês, aos quatorze dias do mês, pela tarde. Tal festa é comemorável e recorda a Redenção, feita por um grande Redentor. Em figura ela significa ''Cristo, nossa páscoa'' (1 Coríntios 5.7).
- Asmos (Levítico 23.6). Sendo a segunda festa do calendário, simbolizando a comunhão com Cristo, e o pão sem fermento, na plena bem aventurança de sua redenção, e ensinar um andar santo. A ordem divina aqui é linda: primeiro a redenção, depois um viver santo (1 Coríntios 5.6-8).
- Primícias (Levítico 23.10). Era uma figura da Ressurreição, primeiro Cristo, depois os que são de Cristo na sua vinda (1 Coríntios 15.23; 1 Tessalonicenses 4.14-16). Veremos com mais precisão quando tratarmos sobre Ressurreição dos Mortos num outro artigo.
- Pentecoste (Atos 2.1). ''Desde seu início até o fim, esta festa é o antítipo da descida do Espírito Santo para formar a Igreja do Senhor, por isso que o fermento está presente (Levítico 23.17), porque mesmo contrário á vontade divina, o mal existe na Igreja por ela ainda estar no mundo (Mateus 13.33; Atos 5.1; Apocalipses 2.1). Relacionado ao Pentecoste temos o simbolismo do pão, não é mais um molho ou feixe de espigas soltas, mas pães. Importa numa verdadeira união de partículas, formando um ''corpo homogêneo''. A descida do Espírito Santo no Pentecoste uniu os discípulos em um só organismo (1 Coríntios 10.16,17; 12.13,20). Esses pães eram movidos cinquenta dias depois que se tinha oferecido o molho da oferta movida (Levítico 23.15). Isto é o período entre a Ressurreição de Cristo e a formação da Igreja no Pentecoste, pelo batismo no Espírito Santo (Atos 2.1-4), como o ''molho'' não havia fermento, porque em Cristo não existe mal.
- Trombetas (Levítico 23.23-25). Era chamada a das Trombetas, essa quinta festa fala-nos do Tempo do Fim, por ter um valor completamente profético e se refere á futura restauração no sentindo total da nação israelita. Existe um longo período entre o Pentecoste e as Trombetas, período que corresponde o trabalho pentecostal do Espírito Santo sobre a Igreja aqui na terra, na atual dispensação até a introdução do Milênio (Isaías 18.3; 27.13; 58.1; Joel 2.1; 3.21). Há algo especial nesta festa que devemos observar que é o ajuntamento para o arrependimento da nação de Israel depois que encerrar o período pentecostal, que é o da Igreja. Esta é seguida imediatamente pelo Dia da Expiação. De forma simbólica, a festa das Trombetas fala do ajuntamento de Israel; profeticamente, porém, fala do Arrebatamento da Igreja (A GRANDE COLHEITA), e logo a seguir , vem a penúltima festa.
- Expiação (Levítico 23.26-32). É a mesma descrita em Levítico 16.29-34 segundo os rabinos, mas aqui a ênfase está sobre a tristeza e arrependimento de Israel. Seu valor profético é saliente, e isto antecipa o arrependimento de Israel, depois do seu julgamento, quando de Sião vier o Libertador e expiar a iniquidade de seu povo (Isaías 9.14; Romanos 11.26).
- Tabernáculos (Levítico 23.34). Simboliza o estabelecimento do Reino Milenial de Cristo com poder e grande glória. Essa festa era tanto memorial como profética, memorial porque lembrava o tempo de peregrinação no Egito (Levítico 23.43); e profética pelo descanso milenar de Israel depois da restauração, quando a festa dos Tabernáculos virá a ser outra vez um memorial; e desta vez, não será só para Israel, mas para todas as nações durante o Reino Milenar de Cristo (Ezequiel 40-48; Zacarias 14.16-21). Assim como a Ceia do Senhor é para a Igreja, a festa dos Tabernáculos é para Israel: '' FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM''.
CONCEITO ESCATOLÓGICO PARA OS PRIMEIROS CRISTÃOS:
Aqui queremos tratar duas coisas: primeira, vamos iniciar um ponto que servirá de base para um artigo futuro que iremos tratar sobre o fator histórico da Escatologia. Segunda, iremos encerrar a primeiro artigo dentro do ENTENDENDO O ARGUMENTO e prosseguiremos em outros artigos.
Para os cristãos primitivos era a maior e mais sublime expectativa, o Retorno de Cristo para os seus santos. Eles não se conformavam ''ausentes'' da ''Presença do Senhor'' e ardentemente almejava por ela. Por exemplo, Paulo, conservava em si mesmo uma expectação imediata da Presença de Cristo em Sua Vinda (Filipenses 1.22,23).
Nesta expectativa, Paulo deseja estar com Cristo de qualquer maneira: tanto ''partir'' como esperar na ''carne'' o retorno de Cristo. Isso deveria ser o sentindo de ''viver na carne'' para Paulo (Filipenses 1.22). E é inspirado em fazer a oração aramaiquizada, que é MARANATA! (1 Coríntios 16.22). Esse locução proverbial, como produto da cristologia do Filho de Deus na comunidade primitiva ,encontra-se correspondente em Apocalipse 22.20: ''AMEM. VEM SENHOR JESUS''!
No mais, a expectativa mais imediata do retorno de Cristo para os seus santos está ancorada numa palavra falada por Jesus e escrita por Paulo em 1 Tessalonicenses 4.15: ''DIZEMO-VOS, POIS, ISTO PELA PALAVRA DO SENHOR: QUE NÓS (ele atualiza), OS QUE FICARMOS VIVOS PARA A VINDA DO SENHOR, NÃO PRECEDEREMOS OS QUE DORMEM''. E a seguir na seção seguinte ele exclama: ''PORQUE O MESMO SENHOR DESCERÁ DO CÉU COM ALARIDO, E COM VOZ DE ARCANJO, E COM TROMBETA DE DEUS...''.
Quando vamos para Romanos 16.20, a ardente expectação de Paulo é encontrada pelo retorno de Cristo, quando '' O DEUS DE PAZ ESMAGARÁ SATANÁS DEBAIXO DOS VOSSOS PÉS''.
Esse desejo de Paulo e dos demais cristãos do Primeiro Século vem á tona em vários elementos doutrinários:
- Em 1 Coríntios 7.29 quando Paulo tratava as questões do casamento com os coríntios.
- Em 1 Coríntios 10.11 quando Paulo usou como figura a peregrinação do povo de Israel no deserto por 40 anos.
- Em Romanos 13.11 quando foi dado as recomendações para aqueles que foram justificados pela fé.
- Em Filipenses 4.5 quando na cadeia, Paulo fala como deve ser a conduta dos filhos de Deus, enquanto nessa terra.
- Recomendação também feita por Tiago em sua epístola quando disse que ''A VINDA DO SENHOR ESTÁ PRÓXIMA'' (Tiago 5.8).
Comentários
Postar um comentário