REGRAS DE INTERPRETAÇÃO - IV
A INTERPRETAÇÃO DAS PALAVRAS E DO CONTEXTO DAS ESCRITURAS
Temos que definir, e com necessidade, alguns princípios de interpretação, mesmo depois de estabelecer o método correto, para que esse não seja mal aplicado e não produza conclusões erradas.
Segue alguns princípios da Interpretação:
A INTERPRETAÇÃO DAS PALAVRAS:
Palavras são meios de transmissão o pensamento, assim toda exegese correta precisa, então, começar por uma interpretação das próprias palavras.
Verificando a noção vinculada a uma palavra pelas pessoas em geral, pelas quais a língua é falada agora ou ou era antigamente, e sobre tudo na relação especial a que noção está vinculada.
O sentido aceito de uma palavra deve ser conservado a não ser que razões fortes e necessárias exijam que seja abandonado ou negligenciado.
Se uma palavra possuiu vários significados de uso comum, deve ser selecionado o que melhor se encaixa com a passagem em questão, que seja coerente com o caráter, com os sentimentos e com a situação conhecida pelo autor, também de acordo com as circunstâncias conhecidas sob as quais escreveu.
Mesmo que a força de certas palavras só possa ser extraída da etimologia, não podemos atribuir, no entanto, muita confiança a essa ciência frequentemente incerta; porque o significado primeiro de uma palavra muitas vezes é bem diferente do seu significado comum.
Faz- se necessário o exame e analise cuidadosas das diferenças entre palavras aparentemente sinônimas.
Os epítetos que os autores sagrados introduziram também devem ser avaliados e examinados cuidadosamente, uma vez que todos eles têm força declarativa ou explicativa, ou servem para distinguir uma coisa da outra, ou unem essas duas características.
Os termos gerais são usados ás vezes em toda a sua extensão, e ás vezes em sentido restrito, e ser entendidos de uma maneira ou de outra depende da extensão, do assunto, do contexto e das passagens paralelas.
Ao buscar o significado em qualquer passagem especifica, o mais simples - ou o que se apresenta mais prontamente a um leitor atento e inteligente, que possua conhecimento aceitável, esse é com toda probabilidade o sentido ou o significado de fato.
A característica da interpretação é proporcionar na nossa própria língua o mesmo discurso que os autores sagrados escreveram originalmente em hebraico ou em grego, é evidente que nossa interpretação ou versão, para ser correta, não deve afirmar nem negar mais que os escritores do original afirmaram ou negaram ao escrever; devemos estar dispostos a extrair um significado da Bíblia do que lhe acrescentar-lhe sentido.
Antes de chegar a conclusões sobre o sentido de um texto, para provar algo por meio dele, devemos ter certeza de que tal sentido não contraria o racional.
O verdadeiro significado de qualquer passagem das Escrituras, então, não é cada sentido que a palavra contém, nem cada sentido verdadeiro em si, mas o que é proposto pelos escritores originais, ou mesmo pelo Espírito Santo, apesar de ser entendido imperfeitamente pelos próprios escritores. Assim se faz necessário analisar as palavras das Escrituras pelo seu significado comum, a não ser que demonstre que tal significado contrarie outras palavras da frase, o argumento ou contexto ou outras partes das Escrituras.
Dos dois significados, o preferido é geralmente o mais evidente á compreensão dos ouvintes ou leitores originários da passagem inspirada, permitindo que as formas de pensamento prevaleçam na sua própria época, assim como as expressões figuradas, tão comuns, que não constituíam exceção á regra.
As palavras devem ser interpretadas, então, no sentido usual, natural e literal.
A INTERPRETAÇÃO DO CONTEXTO:
- Examinar cuidadosamente as partes anteriores e posteriores irá nos possibilitar apurar o significado, seja literal, figurado, que melhor se adapte á passagem em questão.
- Pode ser que o contexto de um discurso ou livro das Escrituras pode compreender um versículo, alguns versículos, períodos, seções, capítulos inteiros ou todo o livro.
- As vezes um livro das Escrituras compreende apenas um assunto ou argumento. caso em que todo o livro deve ser relacionado aos anteriores e posteriores e analisado conjuntamente com eles.
- Ao examinar o contexto de uma passagem, será necessário:
- Investigar cada palavra de todas as passagens; e á medida que a relação for formada pelas partículas, elas devem sempre receber o significado que o assunto e o contexto exigem.
- Examinar a passagem inteira com muita atenção.
- Não vincular um versículo ou passagem a um contexto remoto, a menos que concorde com ele de forma mais próxima.
- Procure saber se o escritor continua o seu discurso, evitando a suposição de que ele passou para outro argumento, quando, na verdade, está dando sequência ao mesmo assunto.
- Observe os parênteses que ocorrem nas Escrituras, estes devem ser analisados cuidadosamente, porém nenhum parêntese deve ser interposto sem razão suficiente.
- Nenhuma explicação deve ser admitida, a não ser a que se encaixe no contesto.
- Quando não se encontra nenhuma relação com a parte anterior ou posterior de um livro, tal fato deve ser aceito.
FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.
AUTOR: JOHN DWIGHT PENTECOST.
EDITORA: VIDA
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