O PÓS-TRIBULACIONISMO - II

  

A IMINÊNCIA:


A iminência é outro argumento que o pós-tribulacionismo tem usado contra o pré-tribulacionismo. É evidente que a doutrina da iminência Volta de Cristo for doutrina bíblica, então a Igreja deverá ser arrebatada antes da sequência dos sinais do período da Grande Tribulação. O pós-tribulacionismo desconsidera todas as exortações bíblicas á Igreja para aguardar o aparecimento de Cristo, e insiste em que devemos buscar os sinais.
Tal posição repousa no argumento de que os anúncios de acontecimentos como:

  • A Destruição de Jerusalém.
  • A morte de Pedro.
  • O aprisionamento de Paulo.
  • O Plano anunciado para os séculos vindouros em Mateus 28.18,19.
  • O Desenvolvimento do Curso desta Era.
  • A Apostasia.
Tudo isso torna o iminente retorno de Cristo impossível; por conseguinte o Senhor não poderá vir sem que os sinais fossem cumpridos. 

Devemos lembrar que estes homens que receberam tais anúncios acreditavam que o curso natural da história poderia ser interrompido  pela translação dos crentes para fora da esfera e sustentavam o conceito do retorno iminente do Senhor.

A doutrina da Iminência está respaldada nas Escrituras nas seguintes passagens:

  • João 14.2,3.
  • 1 Coríntios 1.7.
  • Filipenses 3.20,21.
  • 1 Tessalonicenses 1.9,10.
  • 1 Tessalonicenses 4.16,17.
  • 1 Tessalonicenses 5.5-9.
  • Tito 2.13.
  • Tiago 5.8,9.
  • Apocalipses 3.10.
  • Apocalipses 22.17-22.
Mesmo que as concepções da Igreja Primitiva fossem estudadas adiante, podemos fazer muitas citações  a esta altura sobre o fato de que ela se apegava á iminência.
Isso é provado pelo testemunho da própria patrística, na epístola de Clemente aos coríntios:

''VOCÊS VÊEM COMO EM POUCO TEMPO O FRUTO DAS ÁRVORES CHEGA Á MATURIDADE. VERDADEIRAMENTE, LOGO  E DE REPENTE SUA VONTADE SERÁ CUMPRIDA, ASSIM COMO O TESTEMUNHAM AS ESCRITURAS, DIZENDO ''CERTAMENTE VENHO SEM DEMORA E NÃO TARDAREI'', E ''... DE REPENTE VIRÁ AO SEU TEMPLO O SENHOR A QUEM VÓS BUSCAIS''.

O mesmo Clemente ainda disse:

''SE FIZERMOS O QUE É JUSTO PERANTE OS OLHOS DE DEUS, ENTRAREMOS NO SEU REINO E RECEBEREMOS AS PROMESSAS QUE OLHO ALGUM JAMAIS VIU, OU OUVIDO OUVIU, OU JAMAIS ENTROU NO CORAÇÃO DO HOME. LOGO, ESPEREMOS A CADA HORA O REINO DE DEUS EM AMOR E EM JUSTIÇA, PORQUE NÃO SABEMOS O DIA EM QUE O SENHOR APARECERÁ''.

O famoso Didaquê, um dos mais antigos documentos históricos da Igreja que remete aos ensinos dos apóstolos cita que os cristãos primitivos aguardavam o Arrebatamento Iminente:

''VIGIAI POR AMOR ÁS VOSSAS VIDAS. NÃO SE APAGUEM AS VOSSAS LÂMPADAS, NEM ESTEJAM DESCINGIDOS OS VOSSOS LOMBOS; MAS ESTEJAIS PRONTOS, POIS NÃO SABEIS A HORA QUE O SENHOR VIRÁ''.

O mesmo testemunho foi dado por Cipriano:

''SERIA CONTRADITÓRIO E INCOMPATÍVEL PARA NÓS, QUE ORAMOS PARA QUE O REINO DE DEUS VENHA RAPIDAMENTE, ESTARMOS PROCURANDO UMA VIDA LONGA AQUI...''

Tais citações evidenciam á exortação para a vigilância dirigida á Igreja, tornando-se a esperança da Igreja Primitiva, na qual eles viviam á luz da Iminência do Retorno de Cristo. Por isso que o Testemunho das Escrituras  com a Evidência da Igreja Primitiva quanto á Doutrina da Iminência não podem ser negados.

A PROMESSA DA TRIBULAÇÃO:


Os pós-tribulacionistas baseiam na promessa de tribulação dada á Igreja nas seguintes passagens:

  • Mateus 24.9-11.
  • Marcos 13.9-13.
  • Lucas 23.27-31.
Tais passagens tem relação estreita com Israel e lhe promete tribulação, mas as mesmas são usadas pelo pós-tribulacionismo para provar que a Igreja passará pela Grande Tribulação. Outros trechos também são usados para mostrar que a Igreja passará pela Tribulação (João 15.18,19; 16.1,33.  O| argumento usado é que á luz de tais promessas  especificas, é impossível dizer que a Igreja será arrebatada antes do período tribulacional. Esse argumento é fundamentado pela citação presente em Atos, pelas quais a Igreja foi vitima (Atos 8.1-3; 11.19; 14.22; Romanos 12.12) como cumprimento parcial daqueles alertas.

É necessário notar, primeiramente, que as Escrituras estão repletas de promessas de que Israel passará por um tempo por um tempo de purificação que o preparará como nação para o milênio seguinte ao advento do Messias. Contudo, como Israel deve ser distinguido da Igreja na economia de Deus, as passagens que prometem tribulação para Israel não podem ser usadas para ensinar que a Igreja passará pela Grande Tribulação, Israel e Igreja são duas entidades distintas no plano de Deus e assim devem ser consideradas.

Precisamos ainda notar que o termo tribulação é usado de maneiras diferentes nas Escrituras. Foi usado no sentido não-técnico e não-escatológico referindo-se a qualquer período de sofrimento ou provação que alguém passa (Mateus 13.21; Marcos 4.17; João 16.33; Romanos 5.3; 12.12: 2 Coríntios 1.4; 2 Tessalonicenses 1.4; Apocalipse 1.9).
Foi usado no sentido técnico e escatológico em referência a todo o período de sete anos da tribulação, nas passagens de: (Apocalipse 2.22; Mateus 24.29). Como também na última metade desse período de sete anos (Mateus 24.21).

Quando a palavra tribulação é usada em referência á Igreja, como em João 16.33, aparece no sentido não-técnico, na qual a Igreja é vista como uma opositora durável ao deus deste século, mas não ensina que a Igreja passará rigorosamente pelo período tribulacional. Caso contrário o pós-tribulacionismo deve ensinar que a Tribulação já existe a quase dois mil anos.



FONTE: MANUAL DE ESCATOLOGIA.
AUTOR: JOHN DWIGTH PENTECOST.
EDITORA: VIDA

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