O PRÉ-TRIBULACIONISMO - V

 

O REMANESCENTE FIEL JUDEU DA GRANDE TRIBULAÇÃO 


O CARÁTER INDISPENSÁVEL DO REMANESCENTE:


A existência de um remanescente nos últimos dias tem ligação inseparável com as alianças de Deus com a nação de Israel. Tais alianças são incondicionais, sua própria natureza exige a existência de um remanescente ao qual é por meio do qual elas se cumprem.

Vejamos quais as alianças que se cumprirão no remanescente dos Últimos Dias:

1. Abraâmica. Aliança feita por Deus com Abraão é básica para toda questão profética. Ela foi incondicionalmente afirmada e confirmada por Deus (Gênesis 12.1-3; 13.14-17; 15.4-21; 17.1-8; 22.17-18), contendo promessas divinas de dar a Abraão uma terra, uma descendência e uma benção, que seriam universais e eternas. Essa aliança, então, requer um remanescente  para ser a descendência prometida ocupar  a terra e receber a benção prometida.

2. Palestina. Essa aliança foi estabelecida por Deus (Deuteronômio 30.1-9; Jeremias 32.36-44; Ezequiel 11.16-21; 36.21-38) dá o fundamento sobre o qual Israel ocupará a terra dada a descendência de Abraão na aliança abraâmica.
Ela torna imperativa a existência de um remanescente para receber a promessa da terra.

3. Davídica. Outra aliança que também foi declarada por Deus incondicionalmente (2 Samuel 7.10-16; Jeremias 33.20,21; Salmos 89), promete um rei , um reino, um trono á descendência  de Abraão. Ela promete um reino eterno, terreno, sobre o qual o filho de Davi reinaria. Da mesma forma, cria a necessidade de um remanescente no qual as promessas da aliança davídica possam ser cumpridas.

4. Nova Aliança. A quarta aliança, declarada incondicionalmente por Deus a Israel (Jeremias 31.31-34; Ezequiel 16.60; Isaías 59.20-21; Oséias 2.14-23), promete a restauração de Israel como nação, o perdão dos pecados, a purificação do coração e a implantação de um coração novo com base na regeneração. Para que essas promessas sejam cumpridas - e elas são necessárias  antes que as promessas contidas nas outras alianças possam ser plenamente realizadas - deve existir um remanescente da nação com o qual Deus possa cumprir a Sua palavra.

5. O caráter de Deus. Já que Deus fez essas promessas solenes á nação de Israel, o próprio caráter de Deus está em jogo no seu cumprimento. Deus seria um mentiroso se o que Ele prometeu não se cumprisse como prometido. A integridade de Deus, então, torna necessária a existência de um remanescente.

O REMANESCENTE NA HISTÓRIA DE ISRAEL:


Ainda que façamos uma investigação superficial da história registrada de Israel estabelecerá o princípio que Deus lidou com um remanescente fiel dentro da nação. Calebe e Josué (Números 13 e 14), Débora e Baraque (Juízes 4), Gideão (Juízes 7), Sansão (Juízes 13-17), Samuel (1 Samuel 2), os levitas na época de Jereboão (2 Crônicas 11.14-16), Asa (2 Crônicas 15.9), os sete mil fiéis nos dias de Elias (1 Reis 19.18), todos ilustram esse fato. Com relação á existência do remanescente durante a antiga história antiga de Israel, Pentecost cita as palavras de Gaebelein:

''O Senhor tinha um remanescente, um representante fiel, entre Seu povo mesmo durante sua grande apostasia Essa é a idéia e o argumento aqui. 
Apostasia de Israel jamais é completa apostasia. O Senhor sempre tem um remanescente fiel a Ele e ás alianças formadas."

Deus preservou para Si um remanescente fiel, crente, como testemunha na época de apostasia, perseguição e indiferença.

O REMANESCENTE NOS PROFETAS:

Pentecost nos orienta que seria impossível citar todas as referências ao remanescente nos livros proféticos. Ele menciona algumas passagens  para nos mostrar a importância do assunto na revelação profética. Assim temos o profeta Isaías que fala do remanescente nos capítulos 1.9; 4.3,4; 6.12,13; 10.21; 26.20; 49.6; 51.11; 65.13,14. Capítulos inteiros como 26, 33, 35 e 65 são dedicados ao assunto.
O profeta Jeremias segue no mesmo assunto nos capítulos 15.11; 33.25,26; 44.28. Temos ainda passagens inteiras como os capítulos 30 a 33 se baseiam na existência do remanescente.
Esse assunto é mencionado em Ezequiel nos capítulos 14.22; 20.34-38 e 37.21-22. Surge também em Oséias 3.5; Amós 9.11-15; Zacarias 13.8,9; Malaquias 3.16,17.

Darby, justificamente, concluiu sobre essas passagens ao declarar:

''Examinei em detalhe essas profecias para que o leitor possa ver claramente que a doutrina de um remanescente judeu [...] um remanescente santo e espera que Jeová antes de Seu aparecimento para libertá-los e cuja santidade e confiança pertence a Ele - não é uma questão de especulação, nem de interpretação de algum texto difícil ou obscuro, mas do testemunho claro, consistente, impressionante e proeminente do Espírito de Deus.''

O REMANESCENTE NO NOVO TESTAMENTO:


Havia no Novo Testamento um grupo que acreditava e esperava, ao qual as promessas do Antigo Testamento são reafirmadas. Esse grupo tinha Zacarias e Isabel (Lucas 1.6), João Batista (Lucas 3), Maria e José (Lucas 1 e Mateus 1 e 2), Simeão (Lucas 2.25) e nesse grupo incluímos os discípulos.
Estes são o remanescente dentro do remanescente de Israel, um grupo crente dentro da nação preservada.

O ministério de Jesus desde a sua apresentação por João Batista até sua rejeição pela nação de Israel, foi confirmado apenas para aquela nação. Que foi o Reino oferecido por João Batista, pelo próprio Cristo, pelos doze apóstolos e pelas setenta testemunhas enviadas por Jesus, era dedicado apenas para Israel.
Devemos ter em mente que em todo o tempo do ministério terreno de Jesus e sua vida terrena, Deus lidou com o remanescente daquela época.

Desde a rejeição de Cristo por Israel até o dia em que Deus, mais uma vez, lidar especialmente com Israel na septuagésima semana, não é possível fazer referência a um remanescente da nação de Israel.
No Corpo de Cristo desaparecem todas as distinções nacionais, todos os judeus salvos não são salvos para um relacionamento nacional, mas para um relacionamento com Cristo no corpo dos crentes.
Logo, não há um relacionamento contínuo de Israel com qual Deus está lidando nacionalmente hoje.

Alguns usam como base Romanos 11.5 para sustentar que a Igreja se torna o remanescente e será a testemunha na qual e por meio da qual as promessas de Deus são cumpridas para um Israel ''espiritual''.
Quando olhamos para os contrastes entre Israel e Igreja, o conceito da Igreja como um mistério, o relacionamento distinto da Igreja com Cristo e o propósito específico para a Igreja tornam tal interpretação impossível. A expectativa do Novo Testamento, então, é que:

''... ainda haverá um remanescente judeu, uma testemunha forte e poderosa de que Deus não abandonou o Seu povo. Esse futuro remanescente de hebreus crentes será chamado logo que a Igreja estiver completa e for arrebatada da terra. Esse remanescente a ser chamado pela graça corresponde ao remanescente no começo desta era.''

O REMANESCENTE NO APOCALIPSE:


A cegueira de Israel mencionada por Paulo em Romanos 11.25  é temporária. Já que a nação de Israel está cega agora, Deus não pode ter um remanescente dentro da nação com qual as alianças são cumpridas. Romanos 11.26,27 afirma\;

''E assim, todo Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.''

Antes, Paulo disse que Deus não considera toda a descendência física de Abraão como descendentes, mas que as promessas são para os que estão na fé. Logo entendemos que ''todo Israel'' em Romanos 11.26 refere-se a esse remanescente fiel, os judeus crentes por ocasião da Segunda Vinda de Cristo.
O livro profético do Novo Testamento apresenta um desenvolvimento e uma conclusão ao ensino sobre o remanescente.

Quando satanás é expulso do céu (Apocalipses 12.13), desejando derramar sua vingança sobre o grupo a quem Deus estará tratando especificamente. Uma vez que a Igreja na terra, ele atacará a nação de Israel. Torna-se necessário que essa nação, reunida de volta á terra na terra, ainda incrédula (Ezequiel 37,8), fugirá para escapar do ataque de satanás (Apocalipse 12.13-17). Logo, vemos que tal remanescente realmente existirá na Grande Tribulação. Esse será o remanescente que Deus está preparando para o cumprimento de todas as alianças e promessas de Israel.

A POSIÇÃO DO REMANESCENTE:


Quando a nação de Israel for trazida de volta á terra após o arrebatamento da Igreja, com base na aliança realizada com o anticristo (Daniel 9.27), ainda estará descrente. Deus, no entanto, estará sem dúvida disposto á trazê-la á Salvação.

Toda a Septuagésima Semana de Daniel será um período de preparação para a Vinda do Rei. O Evangelho do Reino que exige o arrependimento, estará sendo pregado. Deus usará muitos meios diferentes para trazer ''todo Israel'' á Salvação e haverá uma recepção dessa Mensagem.
A Palavra de Deus estará disponível e poderá ser usada para que aqueles judeus famintos e sedentos a examinarem e chegarem ao conhecimento de Cristo.

Nesse período o Espírito Santo não estará habitando na Terra num Templo como está fazendo Hoje, mas estará no entanto ativo e fará um trabalho de convicção e de iluminação. Sinais serão dados para mostrar a Israel o conhecimento de Jeová. Um deles será a destruição do rei do Norte (Ezequiel 39.21-29). Haverá o ministério dos 144 mil  selados de Israel (Apocalipse 7) e o ministério das duas testemunhas (Apocalipse 11), tudo com o intento de levar a nação de Israel ao arrependimento  e á Salvação.

O derramamento da Ira de Deus será apresentado como um processo que terá a finalidade de levar os homens ao arrependimento (Apocalipse 16.9,10). Mesmo que muitos não se arrependerão, alguns poderão voltar-se á Jeová por meio desses sinais.

Chegamos á conclusão de que a nação, não salva no começo da Tribulação, receberá uma multidão de testemunhas de vários tipos, alguns indivíduos  experimentarão a Salvação durante o período, e a nação será salva finalmente na Segunda Vinda (Romanos 11.26,27).
Os irmãos mencionados em Apocalipse 12.10,11 vencendo pelo Sangue do Cordeiro e a palavra de seu testemunho é um fato que indica que muitos serão salvos no período Tribulacional.

OS MEIOS DE SALVAÇÃO DO REMANESCENTE:


Uma pergunta difícil surge no ramo dispensacionalista, como esses redimidos aparece? Tanto Darby quanto Scofield, toda Igreja será arrebatada, o Espírito Santo, que eles acreditam ser o detentor em 2 Tessalonicenses 2.6 for retirado. Como então os santos da Grande Tribulação serão salvos?

Tal pergunta já foi detalhadamente examinada, e é suficiente apresentar a conclusão de que o detentor é o Espírito Santo e que será tirado da terra no arrebatamento, porém é necessário lembrar que o Espírito Santo é onipresente. Acontecerá que Ele cessará Seu Ministério específico de habitação do Corpo de Cristo, mas isso não quer dizer que fique sem agir na terra após o arrebatamento. Antes do Pentecostes, o Senhor Jesus disse a Nicodemos que um homem deve nascer de novo (João 3.5,6). Assim como era possível alguém experimentar o novo nascimento antes do Espírito Santo habitar o Corpo de Cristo, certamente alguém poderá fazer isso após Ele cessar Seu ministério específico.

No que se refere ao ministério do Espírito Santo habitando no cristão está relacionado com á capitação dos crentes no crescimento cristão e não ao método ou ao meio de Salvação.

A mensagem de Mateus 24.14 que o Evangelho será pregado é o evangelho do reino deixa claro. O que é desprezado geralmente é o fato de que, na proclamação que foi feita por João Batista sobre o evangelho do reino, havia os dois lados distintos de sua mensagem: ''arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus'' (Mateus 3.2) e ''eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo'' (João 1.29).
O Livro do Apocalipse nos deixa claro que a Salvação é por meio do sangue do Cordeiro (Apocalipse 7.14; 12.11).

Uma questão que não se pode deixar desapercebida é a palavra do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15.8 que talvez venha apresentar um indício da soberania de Deus na salvação do remanescente durante a Grande Tribulação. As palavras de Evans nos leva a pensar:

''A conversão de Saulo pode servir de exemplo do que acontecerá após o arrebatamento dos santos, quando o Senhor Jesus vier para os seus que estão neste mundo. A cegueira e o ódio que Saulo tinha pela igreja de Deus, demonstrados por sua perseguição, chegaram a um fim após o Senhor ter voltado ao céu. A conversão de Saulo transformou-o num evangelista fervoroso, levando as boas novas para alcançar todos os que pudesse com o evangelho. [...} Tal será a posição assumida pelos apóstolos do evangelho na septuagésima semana de Daniel.''

Assim, da mesma forma que Deus chamou o apóstolo Paulo por meio de uma revelação divina, também poderá chamar os que serão Suas testemunhas durante o período da Grande Tribulação.

O MINISTÉRIO DO REMANESCENTE:


Esse ministério fica evidente com base em Apocalipse 12.11,17 quando o remanescente fiel tem a posição de um corpo de  testemunhas durante o período tribulacional. O ódio específico de satanás se dá ao fato de que eles tem ''o testemunho de Jesus'' (Apocalipse 12.17). Israel é tratado no Antigo Testamento como  uma testemunha de Deus ás nações da terra, mas eles foram infiéis a esse ministério. Deus levantará uma testemunha fiel durante a Tribulação para cumprir o propósito original dessa nação.

Nesse mesmo pensamento podemos entender a relação dos 144 mil do remanescente. Quando examinando as profecias do Antigo Testamento podemos notar que Deus tem um remanescente dentro do remanescente da nação. Acredita-se que esses 144 mil de Apocalipse 7 e 14 são constituídos parte especial do remanescente de Israel, separados por um ato soberano de Deus para serem testemunhas especiais durante a Tribulação.
Várias observações tem sido importantes com respeito aos 144 mil. A primeira delas é se esse número é literal ou figurado. Alguns acreditam que esse número é uma representação de um número incontáveis de israelitas salvos durante a Grande Tribulação. Darby dizia que o número é simbólico; ele é um número perfeito daqueles que escapam do remanescente em Israel. Somente Deus pode conhecer o número daqueles que Ele sela. Scott concorda com a mesma opinião quando diz que o número dos selados é sem dúvida simbólico e simplesmente mostra que Deus apropriou de um número certo, mas que limitado de Israel para Si. Esse pensamento faria que os 144 mil equivalesse aos salvos de Israel no período tribulacional .
No período da Grande Tribulação muitos dos santos de Israel serão mortos (Apocalipse 13.7; 20.4), enquanto os 144 mil são selados, evidentemente com esperança de preservação ao longo do período. Portanto, o remanescente da nação está sujeito á morte, não podendo ser equivalente aos 144 mil que não estão sujeitos á morte.
Os 144 mil deve serem vistos como uma companhia á parte, nesse ponto podemos aceitar a conclusão de Ottmam:
''Perder um Israel literal de vista aqui é lançar um véu de escuridão sobre todo todo o assunto'', e ainda: 
''Nesse grupo selado das doze tribos de Israel está clara e literalmente diante de nós, não importa o que se diga em contrário''.
E, já que Israel é literal aqui e as tribos são literais, seria melhor considerar os números literalmente também. Se os 144 mil são considerados apenas parte do remanescente total, a pequenez relativa do número, quando comparada ao número de gentios salvos (Apocalipse 7.9), não cria nenhum problema.
E, se Deus os está separando como testemunhas poderosamente escolhidas, por que não pode haver um número especifico escolhido?

Devemos lembrar que o remanescente de Romanos 11.26 não é convertido até a Segunda Vinda de Cristo, e os 144 mil ministrarão como testemunhas fiéis imediatamente após o arrebatamento da Igreja. Isso nos leva a entender que eles foram parte do remanescente de Israel, mas não o seu total. Provavelmente Paulo tivesse comparando-se alguns dessas testemunhas quando falou sobre si mesmo como ''nascido fora de tempo'' (1 Coríntios 15.8), Scofield considera:
''Grego to ektromati, ''fora de tempo'' Nessa passagem Paulo pensa sobre si mesmo como um israelita cujo o tempo de nascer de novo ainda não havia chegado, da perspectiva nacional (Mateus 23.39),e logo a sua conversão pela aparição gloriosa do Senhor (Atos 9.3-6) era uma ilustração, ou um exemplo precoce, da futura conversão nacional de Israel (Ezequiel 20.35-38; Oséias 2:14-17; Zacarias 12.10-13.6; Romanos 11.25-27".

Os 144 mil serão as testemunhas de quem Paulo foi o protótipo. E como houve grupos especificamente enumerados que foram enviados como testemunhas durante o ministério do Senhor (os doze e os setenta), da mesma forma haverá um grupo específico designado aqui também.

Os 144 mil de Apocalipse 7 e 14 são o mesmo grupo? A dúvida surge a esse respeito. Alguns acreditam que não, como no caso de Kelly quando trata o assunto:
''...um remanescente, não simplesmente selecionados  como servos de Deus ( como o grupo semelhante das doze tribos de Israel no capítulo 7), mas levado a uma associação especial com o Cordeiro em Sião, isto é, com propósito real de Deus em graça. Esses parecem ser sofredores de Judá, que passam por uma tribulação inigualável, não mencionada com relação a nenhum outro remanescente''.

A conclusão de Kelly é que, já que eles estão no Monte Sião, devem ser da tribo de Judá. Ele acredita ainda que a passagem do capítulo 14 passaram por toda a tribulação e aqueles do capítulo 7 não passaram.
Tornou-se comum afirmar que os 144 mil do capítulo 7 está na terra e que os do capítulo 14 estão no céu, fazendo do monte Sião e a cidade celestial de Nova Jerusalém. Os do capítulo 14 são identificados com o Cordeiro, e os do capítulo 7 são selados, mas os do capítulo 14 têm nas suas frontes o nome de seu Pai.
A hora do aparecimento dos dois grupos, também é argumentado, é diferente, mas não há nada definitivo nesses argumentos. Não temos prova de que os 144 mil do capítulo 14 sejam de Judá. Melhor seria considerar o monte Sião como o monte literal., esses não necessitam serem exclusivamente de Judá . Como também os 144 mil do capítulo 14 não precisam ser situados no céu. O nome de seu Pai no capítulo 14 pode ser uma explicação adicional do capítulo 7. O fato de que o grupo do capítulo 14 é mencionado sem artigo, usado por alguns como argumento a favor de sua distinção do capítulo 7, não é determinante, pois Seiss diz:
''O uso do artigo não é necessário quando a identificação é de qualquer outra forma tão clara''.
Seria necessário espiritualizar certas coisas em ambos os capítulos para torná-los grupos diferentes, e uma interpretação literal os faria idênticos, nos parece melhor considerá-los um e  o mesmo.

No capítulo 7 os 144 mil são selados por Deus, separados para um ministério  especial, antes do início da Grande Tribulação. Provavelmente serão selados no começo do período. É possível que a multidão de gentios, descrita na passagem que se segue (Apocalipse 7.9-17), alcançou conhecimento da Salvação por meio do ministério desse grupo. No capítulo 14 o mesmo grupo é retratado no final da Tribulação, quando o Reino é estabelecido. O Rei que retorna  está no monte Sião, como foi previsto a Seu respeito (Zacarias 14.4). No seu retorno as testemunhas fiéis se unem a Ele, tendo sido redimidas (Apocalipse 14.4) e tendo testemunhado em meio á apostasia (Apocalipse 14.4,5). Eles são chamados ''primícias para Deus e para o Cordeiro'' (Apocalipse 14.4), isto é, são o melhor da colheita do período tribulacional, os que chegarão ao Milênio para povoar a terra milenar. Enquanto os julgamentos serão derramados sobre a Babilônia (Apocalipse 14.8), sobre a besta (Apocalipse 14.9-12), sobre os gentios (Apocalipse 14.14-17) e sobre o Israel infiel (Apocalipse 14.18-22), esses 144 mil permanecem preservados em meio a todos os sofrimentos da terra e, logo, devem ser as primícias daquele período.
O resumo de Stevens foi bem elaborado:
''Parece natural e razoável encontrar nesse grupo de 144 mil - agora apresentados mais que vencedores em pé, transladados e glorificados [...] o mesmo grupo no capítulo 7, um grupo selecionado de todas as tribos de Israel, selados nas suas frontes com o  ''selo de Deus vivo'' e como ''Seus servos''. Foi como defensores do pendão da fé, a partir do período do sétimo selo, que esses israelitas foram apresentados e autorizados. Agora, no capítulo 14, esse grupo, ao que parece, é novamente apresentado no desfrute da recompensa e dos louvores que serão seus após  o fim de sua corrida. É importante lembrar que nem sequer um deles parece ter-se perdido.''

O DESTINO DO REMANESCENTE:


Ao falar sobre as pessoas levadas ao Senhor pelo ministério dos 144 ml em Apocalipse 7.15,16, João escreve:
''Razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se senta no trono estenderá sobre ele o seu tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.''

Eles aparecem ''diante do trono'' (Apocalipse 14.3). Logo, o destino desse remanescente é o Reino sobre o qual Cristo reinará no ''trono de Davi''. Essas promessas não são celestiais, mas terrenas, e serão cumpridas no milênio.



FONTE: Manual de Escatologia
AUTOR: John Dwight Pentecost.
EDITORA: Vida.


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